8 de Maio de 2017 às 08:35

Jovem mineiro buscava cruzar a fronteira do EUA para encontrar esposa e filho, mas é encontrado morto num rio

Fabrício foi preso e deportado nas duas primeiras vezes em que tentou atravessar a fronteira. Esta foi a terceira tentativa dele em entrar no país.

Fabricio da Silva Santos, mineiro de 31 anos, natural de Guanhães, foi encontrado morto no México e familiares buscam ajuda na Internet para trazer o corpo dele para o Brasil. O corpo de Fabrício da Silva Santos foi encontrado sem vida em um rio na última sexta-feira (5). A polícia mexicana investiga o caso.

A família não quis ceder entrevista sobre o assunto, mas confirmou na manhã deste domingo (7) que Fabrício tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos, onde a esposa e o filho dele, de um ano de idade, estão legalmente desde dezembro do ano passado.

Ainda de acordo com a família, Fabrício foi preso e deportado nas duas primeiras vezes em que tentou atravessar a fronteira. Esta foi a terceira tentativa dele em entrar no país.

Uma “vaquinha virtual” foi organizada através do site Go Fund Me (confira aqui) com a finalidade de arrecadar o dinheiro suficiente para o pagamento do traslado do corpo.

As informações iniciais dão conta de que a vítima não apresentava sinais de violência e por isso uma das hipóteses é que Fabrício tenha se afogado no Rio Bravo durante tentativa de chegar ao estado do Texas, nos Estados Unidos. O corpo foi removido para necropsia, que deverá estabelecer a causa do óbito.

De acordo com a imprensa local, Fabrício vestia calça jeans, camisa verde e branca e tênis marrom. A vítima, que possui a tatuagem de um tigre no braço direito, estava com o passaporte, o que possibilitou a sua identificação.

Segundo relatos de amigos, o guanhanense tentava entrar nos Estados Unidos para encontrar com a esposa e um filho.

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que ainda não possui informações sobre a morte do mineiro. Até o momento, segundo um representante do órgão, nenhum consulado brasileiro foi contactado por autoridades mexicanas ou familiares de Fabrício.

Confira a carta divulgada pela esposa de Fabrício:

Quando resolvemos deixar o Brasil, colocamos nos sonhos no coração e um objetivo na cabeça “viver o sonho americano”. Atravessamos o México há 6 meses, com um filho no colo e um desejo de realização! Infelizmente a vida nos surpreendeu fomos presos, a imigração liberou somente eu e meu filho! Fui acolhida por amigos e familiares.

O que me mantinha de pé era olhar para o rostinho do meu filho e a expectativa de rever meu marido! Nesses seis meses ele tentou duas vezes a travessia, agora não só pelo sonho americano, mas também para estar perto do nosso filho de 1 ano e da família. Infelizmente, na última tentativa, recebemos a notícia que ele estava preso na terça-feira, e ontem [sexta-feira] que ele estava morto.

Ter o meu marido pai do meu filho morto dentro de um carro totalmente deformado, não acabou o “sonho americano”, acabou uma família, a minha, e duas que deixamos pra trás a minha e a dele! Não temos condições de buscar o corpo no México para enviar ao Brasil. Quero dar ao meu marido o pai do meu filho, ao ser humano sonhador que pagou com a própria vida pelo sonho americano (sic).


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