20 de Janeiro de 2017 às 09:06

Ministro do STF, relator da 'Lava Jato" morre em acidente avião

O filho do ministro confirmou pelo facebook a morte do pai

A família do ministro Teori Zavascki confirmou nesta quinta-feira (19) que o magistrado estava na aeronave de pequeno porte que se acidentou em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. 

O filho do ministro Francisco Prehn Zavascki confirmou a morte do pai (veja imagem abaixo): "Caros amigos, acabamos de receber a confirmação de que o pai faleceu! Muito obrigado a todos pela força!".

Minutos antes, ele lamentou o acidente no Facebook: "Amigos, infelizmente, o pai estava no avião que caiu! Por favor, rezem por um milagre!"

Moradores da região disseram que chovia muito no momento da queda. A aeronave pousaria em Paraty e caiu perto da Ilha Rasa, a 2 km da cabeceira da pista.

Inicialmente, a assessoria de imprensa do STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou que o nome do ministro Teori Zavascki estava na lista de passageiros, mas não confirmou se o ministro efetivamente embarcou na aeronave.

A presidente do Supremo, Carmem Lúcia, que estava em Belo Horizonte (MG)  foi informada do acidente por assessores e ligou para o presidente Michel Temer. Ele avisou que imediatamente tomaria providências. Carmem Lúcia está a caminho de Brasília e em contato com assessores. 

Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), o avião decolou de Campo Marte, em São Paulo, às 13h.

Doutor em Direito, Teori tinha 68 anos, era relator da Lava Jato na Suprema Corte e havia sido nomeado para o cargo pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Relator da Lavajato

Nesta semana, mesmo durante o recesso do Judiciário, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), já trabalhava em seu gabinete. O motivo era a análise das 77 propostas de delação premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht, encaminhadas pelo Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no fim do ano passado.

Teori é o relator da Lava Jato no Supremo e durante essa semana determinou diligências e preparou audiências com os delatores para os próximos dias. Antes do recesso, ele havia afirmado que a sua equipe não pararia para poder homologar as delações o mais rápido possível.

Ainda na terça-feira (17) Teori deu os primeiros despachos, determinando diligências nas petições relacionadas a Odebrecht. O material é mantido sob sigilo no Supremo. De Davos, na Suíça, o procurador-geral da República já havia informado que pediria o fim dos sigilos das delações, o que os investigadores esperavam para a primeira quinzena de fevereiro.

A expectativa de investigadores é de que Teori atenda ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e retire o sigilo da maioria dos cerca de 900 depoimentos, tão logo as delações sejam homologadas. Isso deve ocorrer após o fim do recesso do Judiciário, nos primeiros dias de fevereiro.

Na última sessão do STF em 2016, Teori Zavascki havia dito à imprensa que não tinha como dar um prazo para a conclusão das homologações. Mas afirmou, no entanto, que "da parte que me toca, não vai ter atraso". O ministro também havia lamentado o fato de que conteúdos de delações tivessem vazado, mas não deu indícios de que isso poderia acarretar em algum prejuízo processual.


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