27 de Maio de 2017 às 09:01

Operação 100 Anos de Perdão investiga policiais civis da região, sendo um de Patrocínio, integrantes de quadrilha de roubos e extorsão

A operação investiga organização criminosa cuja principal atividade era realizar o saque de cargas de entorpecentes, armas e cigarros contrabandeados

Reportagem atualizada com novas informações as 14hrs 25/05 e as 08hrs 26/05

Em nota a imprensa, o  Ministério Público de Minas Gerais, por meio do GAECO de Uberlândia, iformou que deflagrou, nas cidades de Uberlândia, Patrocínio, Uberaba e Araguari, a Operação 100 Anos de Perdão.

A operação investiga organização criminosa cuja principal atividade era realizar o saque de cargas de entorpecentes, armas e cigarros contrabandeados, oriundas do estado do Paraná.

A organização criminosa se dividia em dois núcleos: a célula paranaense, comandada pelo policial civil do estado do Paraná; a célula mineira, chefiada por policial civil de Minas Gerais e lotado na cidade de Patrocínio.

Segundo o GAEGO o modus operandi da organização criminosa era o seguinte: o núcleo paranaense identificava as cargas que interessavam à quadrilha e então instalava nos caminhões que as transportavam rastreadores via satélite, a fim de monitorar todo o seu deslocamento.

A organização criminosa se dividia em dois núcleos no Paraná e em Minas Gerais. O núcleo paranaense comandado por Siderval Ceri identificava as cargas que interessavam ao grupo e instalava rastreadores nos caminhões. Enquanto isso, o núcleo mineiro comandado pelo policial Thiago Rodrigues de Souza, de Patrocínio, aguardava a entrada dos caminhões no estado e os integrantes, incluindo nove policiais civis, faziam a prisão do motorista e a apreensão da carga. Ele nao foi encontrado. Sua mulher foi conduzida para Uberlândia. Segundo informações, seria ela que dava suporte a quadrilha, emprestando inclusive seu cartão bancário.

Contudo, ao invés de seguir os trâmites legais, os integrantes da organização criminosa saqueavam as cargas; após se apoderarem das cargas de armas, drogas e cigarros contrabandeados, a organização criminosa, ou revendia os produtos para os seus proprietários, ou desviava as mercadorias para posterior venda; nas duas hipóteses, a finalidade da organização criminosa era a obtenção de vultuoso lucro ilícito.

Os motoristas dos caminhões que transportavam as cargas eram mantidos em cárcere privado pelos integrantes da organização criminosa até que os produtos estivessem em local seguro. Com o êxito na desova das cargas, as vítimas eram liberadas, sem sequer serem qualificadas.

Segundo o GAEGO foram apurados, entre outros, os seguintes crimes:

- setembro de 2015-> saque e desvio de 4 toneladas de maconha; a abordagem ocorreu na cidade de Uberaba/MG, e parte da droga – cerca de 2 toneladas – foi posteriormente apreendida em uma fazenda da zona rural de Patos de Minas/MG;

- setembro de 2015-> saque e desvio de duas cargas de cigarros, contendo mais de 1.000.000 (um milhão) de pacotes de cigarros; a abordagem ocorreu na cidade do Prata/MG e a carga foi desviada na cidade de Araguari/MG.

O valor das cargas desviadas é de aproximadamente R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).

 O Ministério Público apresentou três denúncias:

- crime de organização criminosa: 19 denunciados, sendo 4 integrantes do núcleo paranaense – um policial civil – e 14 integrantes do núcleo mineiro – 9 policiais civis, sendo 3 lotados em Uberlândia, 3 lotados em Araguari, 2 lotados em Uberaba e 1 lotado em Patrocínio-; foi decretada a prisão preventiva de 18 dos 19 denunciados;

- crimes de roubo agravado pelo emprego de arma, concurso de pessoas e restrição da liberdade das vítimas e falsidade ideológica: 12 denunciados, entre eles 8 policiais civis, um do estado do Paraná e 7 de Minas Gerais; foi decretada a prisão preventiva de 11 dos 12 denunciados;

- crimes de associação para o tráfico de drogas, tráfico ilícito de entorpecentes e falsidade ideológica: 9 denunciados, entre eles 5 policiais civis, um dos estado do Paraná e 4 de Minas Gerais; foi decretada a prisão preventiva de todos os denunciados.

-Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão. Seriam cumpridos 38 mandados de prisão preventiva – há investigados contra os quais foi expedido mais de um mandado de prisão.

A maior parte dos denunciados conseguiu fugir, havendo, infelizmente, sérios e veementes indícios da ocorrência de vazamento de informações; o Ministério Público, por meio do GAECO de Uberlândia, instaurará procedimento para apuração do crime de obstrução de justiça.


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