# Eustáquio Amaral

LEMBRANÇAS DE UM PATROCINENSE BRILHANTE E EXEMPLAR

11 de Junho de 2023 às 15:24

Tristeza. É o sentimento maior quando alguém parte para a outra vida. Felicidade, ao mesmo tempo, para quem conhece o seu legado. Honestidade (indicador raro nos homens públicos atuais), competência, inteligência e dedicação à sua profissão não faltaram a um patrocinense da gema. De origem humilde, conquistou a glória. Um pouco de quem foi Salvador Bueno, de conhecimento restrito em sua terra, merece menção.

BERÇO Anos 40. Casa simples à Rua Coronel João Cândido de Aguiar, quase esquina com Rua Cesário Alvim. Em anexo, pequena e famosa sapataria (fabriqueta de sapato – à época, era comum sapatarias que fabricavam calçados na cidade): Sapataria do Negrinho. Em 1944, nasceu o primeiro filho de Sebastião Rocha (sapateiro), o Negrinho, filho do Sr. Chibinha (seleiro/ferrador para animais). Popularmente, Negrinho do Chibinha, pai da criança (Salvador Bueno). Joaquim Machado, diretor do “Jornal de Patrocínio”, trabalhou nessa sapataria do Negrinho.

ÓTIMO NA ESCOLA Bueno sempre foi uma das inteligências do grupo escolar (hoje, parte do ensino fundamental), do Colégio Professor Olímpio dos Santos (ginasial e médio). Como destaque da escola, tornou-se um dos professores do então curso científico no Olímpio dos Santos, em 1962 e 1963. Aliás, um dos melhores mestres. Esse curso era o único de Patrocínio (corresponde ao médio hoje), implantado na gestão do diretor Abdias Alves Nunes, outro personagem mitológico de Patrocínio. Nesse curso científico, Silas Brasileiro e este autor foram seus alunos. A partir de 1964, rumou para Uberlândia e Brasília–DF para sua sequência escolar.

ÓTIMO NO FUTEBOL Bueno era denominado, no mundo da bola patrocinense, de Escurinho. Isso em homenagem ao fabuloso ponta-esquerda do Fluminense–RJ, Escurinho. E também pela cor de sua pele. Por alguns anos, foi titular absoluto do Operário Esporte Clube, atuando com a camisa 11. Operário do técnico Cabrera (pai da popular Denga) e dos atletas Ernani (goleiro), Martelo, Carmo (o melhor cabeceador daquela geração), Leonésio (Móveis FAMA) e Pixe (folclórico, proprietário de uma sapataria).

ÓTIMO NA CARREIRA MILITAR No final da década de 60, ingressou no Exército Brasileiro. Passando pela Academia Militar das Agulhas Negras (Resende–RJ), Três Corações–MG, Nordeste, Brasília–DF e outros lugares do território nacional. Passo a passo, com mérito, galgou a patente de coronel. Daí, Cel. Bueno. Mais tarde, aproximou-se muito de se tornar general.

ÓTIMO NA FAMÍLIA Em sua família era o Dodor. No dia 26/5/2023, o seu irmão Renato Ceosi, nas redes sociais (grupo Patrocínio,... que eu vi! Liderado pela atuante Mônica Othero), disse: “... sempre foi o maior exemplo de retidão e caráter que encontrei na vida.” Salvador ou Dodor ou Escurinho ou Cel. Bueno foi o grande líder familiar.

POR FIM – Fica a saudade com quem teve a feliz oportunidade de conviver com Bueno. Como disse Mônica Othero “pessoa cujo carisma se misturava com a sua própria luz.

 ([email protected])    ***   Crônica também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 10/06/2023.