20 de Março de 2017 às 10:59

Assembléia da Coopa reúne milhares e depois de muita polêmica contas são aprovadas, mas outros assuntos da pauta vão ser decididos em extraordinária

Devido a situação financeira grave e a iminência de uma chamada de capital, milhares de associados compareceram e muita discussão acalorada aconteceu

A diretoria da Cooperativa Agropecuária de Patrocínio realizou na noite da quinta-feira, no Centro de Exposições Agropecuária Brumado dos Pavões em Patrocínio (MG), uma Assembléia Geral Ordinária para tratar de vários assuntos.  Devido a situação financeira grave e a iminência de uma chamada de capital, milhares de associados compareceram, lotando as dependências.

Depois de muita polêmica e mais de três horas de duração, foram votadas apenas as contas, enquanto que os outros assuntos serão tratados em próxima assembleia extraordinária marcada para o dia 18 abril.

Assuntos que estavam em pauta

1 Prestação e Aprovação de Contas dos Órgãos da Administração, referente ao exercício de 2016, compreendendo: Relatório de Gestão;  b) Balanço Social; c) Demonstração das perdas decorrentes de insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade; d) Relatório da Auditoria Externa Independente; e) Parecer do Conselho Fiscal; f) Plano de Atividades para o exercício de 2017.

2 Rateio das perdas decorrentes da insuficiência das receitas para cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se no primeiro caso, as parcelas para os fundos obrigatórios;

3 Fixação do limite máximo de endividamento total da COOPA para o exercício de 2017;

4 Fixação do limite máximo de investimento total da COOPA para o exercício de 2017;

5 Fixação das cédulas de presença do Conselho de Administração e Conselho Fiscal para o exercício de 2017;

6 Fixação dos honorários dos Diretores Presidente e Vice-Presidente para o exercício de 2017;

7 Demissão, eliminação, exclusão e desligamento de associados do quadro social;

8 Eleição dos membros Conselho Fiscal para o exercício de 2017.

Situação da Coopa em números

A Coopa tem atualmente 2.845 associados.

Em 31/12/2016 o saldo do endividamento bancário da Coopa era de R$88.463.000,00 e o superintendente Alberto Correa alegou que “ainda pagamos R$13 milhões em comparação com o valor registrado em 2015”. O balanço apresentado num impresso distribuído aos cooperados alega que ”o custo bancário encontra-se bastante elevado em decorrência da mudança do perfil da dívida. As operações de crédito, que tinham predominância em créditos com recurso obrigatório, com taxas do crédito rural, ao vencerem tiveram que ser renovados com crédito livre”.

A publicação oficial da Coopa alega “estamos em negociação com as instituições financeiras credoras visando o alongamento do perfil das dívidas e a redução dos encargos financeiros”.

A evolução dos pagamentos de juros da Coopa foram: R$4.414.213, 71 em 2013; R$4.924.923,33 em 2014; R$8.752.517,05 em 2015. Em 2016 pagou R$18.674.725,24 (milhões) de juros , que divididos por 365 dias,  foram mais de 51 mil reais de juros por dia pagos no exercício passado. Se forem incluídas as tarifas bancárias, como IOF e outros, o valor pago aos bancos ultrapassa 25 milhões no último ano, disse a nossa reportagem o Conselheiro ex-presidente Fausto Amaral.

Em 2016 houve uma redução de aproximadamente 26% na receita, que segundo o relatório oficial é  em função do menor volume de leite captado, além da redução da comercialização de rações e combustíveis, que segundo a superintendência da entidade classista “a diminuição verificada nestes três afetou fortemente nossas receitas”.

O superintendente Alberto Correa, que fez uso da palavra, ao lado do Presidente Renato Nunes, também responsabilizou parte dos cooperados pela situação crítica: “A inadimplência dos cooperados junto à cooperativa persiste em níveis bastante elevados. Em 31/12/16 o total de dívidas em atraso ultrapassava o valor de 22 milhões de reais.” Esta fala foi fortemente contestada pelos associados, que consideram que a maior parcerla de culpa é da diretoria, conselho e superitendência.

 As sobras e perdas da Coopa  (lucro ou prejuízo) passaram do positivo para o negativo na seguinte proporção, nos últimos anos:  Em 2013, o lucro foi + R$9.813.171, 16 (milhões); Em 2014 as sobras reduziram em 2/3, mas ainda foi um saldo positivo que foi de+ R$3.097.295,14 (milhões) ; Em 2015 o primeiro prejuízo de - R$491.664,81 e em 2016 prejuízo saltou para a casa de milhares para milhões, -22.184,273,53 (milhões).

Os maiores prejuízos vieram da *Administração Geral: - R$38.831.751,66, seguido do Centro de Distribuição: R$796.184,83; Armazém Graneleiro -R$368.014,00 e Assistência Técnica -R$318.126,26. No geral, todos os departamentos deram lucro (sobras), com exceção da *Administração Geral, como salientado: Total das Lojas +R$3.896.362,50; Total dos Postos de Combustíveis + R$942.488,96 e total das Lojas e Conveniência R$111.694,31. Importante salientar que os setores que deram lucro e perdas, estão inseridos nestes departamentos.

Em 2016 a Coopa funcionou com 230 funcionários que custaram R$ 757.207,66 e em 2017 esta previsto funcionar com 347 colaboradores ao custo de R$ 850.108,01 ao mês. Veja ao ano no quaro abaixo.

Com taxas, impostos e contribuições diversas a Coopa gastou R$17.716.760,06.

Segundo a diretoria este BALANÇO COMPLETO publicado em seu site (leia aqui na integra) foi auditado.

Assembléia tensa votou apenas aprovação das contas e extraordinária foi convocada

Foi uma reunião muito tensa, com a diretoria explicando que parte do endividamento e redução do capital de giro se deve a inadimplência dos associados e outra a crise econômica do país, alguns associados acusaram os diretores de má gestão, tendo alguns associados, chegando a insinuar “desonestidade”, o que foi rechaçado pelo presidente da Coopa, Renato Nunes, que fez um apelo para que as contas fossem aprovadas senão a entidade classista poderia entrar num processo de “auto liquidação”. Renato salientou: “Meu pai ensinou a gente a pagar tudo. Então nós vamos pagar. Por que vocês hoje acusam a Cooperativa se um dia foi a Cooperativa que ajudou tanto a gente a tocar nosso negócio”.

O Associado Eduardo Elias de Almeida (Pica Pau) um dos mais indignados contestou o tempo toda a situação da Coopa, afirmando que há anos “venho chamando a atenção para o estava para acontecer e não fui ouvido, e agora o tempo prova que estava certo”.  Em certo momento, por pouco, não foi agredido por outro associado, sendo necessária a intervenção da segurança.

O associado Eduardo Marra, pediu a exoneração do superintendente José Antônio e chegou a levar um aviso para o mesmo assinar a demissão, só que ele não compareceu, pos já havia sido demitido pela direção. Eduardo ainda chegou a comparar a situação da Coopa a “um paiol atacado por ratos” e  foi mais longe, dizendo que "os diretores da Cooperativa de Muzambinho no Sul de Minas  foram presos e aqui em Patrocínio seria necessária à intervenção a Polícia Federal e Ministério Público"  e ao mesmo tempo "eu gosto muito do Renato e não estou afirmando que ele foi desonesto não! Mas acho que ele e o Célio devem pedir exoneração agora e uma intedição na Coopa" . Tais afirmativas geraram uma reação do Presidente Renato Nunes, que contestou qualquer ato de desonestidade. O associado Adão de Arvelos Perez, contestou Eduardo Marra e defendeu a diretoria.

Renato, percebendo o rumo que estava tomando a reunião, fez um discurso emocionado, dizendo que isso que Eduardo propós, era o mesmo que pedir a auto liquidação da Coopa e a situação se tornaria insustentável, inclusive com a renegociação com os bandos sendo comprometida, o que poderia levar a Coopa a definitiva bancarrota.

Seis conselheiros capitaneados pelo ex-presidente Fausto Amaral, fizeram algumas observações com relação ao balanço apresentando, principalmente com relação às despesas e prejuízos colocados no setor  “administração”, considerando que o mesmo poderia ser mais especifico e claro, mas mesmo assim consideraram que o deveria ser aprovado.

Muitos associados, alguns de outros municípios, fizeram declarações emocionadas,  e muitos deles cobraram a presença do ex-superintendente José Antônio, que consideram um dos responsáveis pela atual  situação da entidade. Estes associados consideraram também que a diretoria demorou muito para assumir a situação, o agravou a crise financeira da Cooperativa. Outros relataram que “elefantes brancos” como Posto da Coopa Morada Nova, o Laticínio e situações não esclarecidas como o desvio de ração, contribuíram para a crise, além da falta de gestão.  Um associado, pecuarista relatou uma situação em que mais de um dezena de associados de sua comunidade deixaram de fornecer leite ao laticínio pelo péssimo tratamento  de encarregado aos produtores e preços, além de outros problemas.

O Prefeito Deiro Marra, falando na condição de associado, disse que o balanço deveria ser aprovado para evitar uma solvência da Coopa, mas que Renato Nunes e Célio Borges (presidente e vice) deveriam pedir o afastamento para bem da Coopa, pois já haviam dado sua contribuição. Deiro ainda sugeriu que os cargos de direção e dos conselheiros não sejam remunerados, sugestão que foi endossada por muitos dos presentes.

Por fim, depois de muita polêmica, e uma reunião de quase quatro horas, foi votado apenas o orçamento apresentado e uma extraordinária para tratar dos demais assuntos foi marcada para o dia 18 de abril.


Comentários

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Marcão | 7 anos, 1 mês atrás

Intervenção da POLICIA FEDERAL E MINISTÉRIO PUBLICO JÁ, quem não deve não teme....que foi desviado milhões e milhões com certeza foi...agora é descobrir quem e colocar na cadeia os responsaveis.... POLICIA FEDERAL JÁ!!!!

observador | 7 anos, 1 mês atrás

a coopa demoro ate cego ve a uns anos atras so trabalhava la os nunes irma do renat primos um apadrinhamento louco so ratos vai ve a fazenda dele e dos irmaos roubarao tanto agora deu no q deu se a policia federal vier aqui nao vai ter cadeia qui chek sou cooperado vou sair fora o mais rapido possivel culpa dos cooperados arrogante se eu fosse voce fugia logo antes q abonba estoure