A insuficiência renal crônica tem se tornado cada vez mais frequente. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que 100 mil pessoas fazem diálise no Brasil. Atualmente, existem 750 unidades cadastradas no País, sendo 35 apenas na cidade de São Paulo. Os números mostram ainda que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente. A taxa de mortalidade para quem enfrenta o tratamento é 15%.
Pacientes com esta doença, que necessitam realizar hemodiálise – processo de filtração do sangue que substitui as funções dos rins – precisam de um acesso venoso para a realização do procedimento. Os acessos mais utilizados são os cateteres e as fístulas arteriovenosas.
Dr. Ary Brito de Souza, angiologista e cirurgião vascular do Corpo Clínico da Santa Casa de Patrocínio, explica que a fístula arteriovenosa consiste na união entre a artéria e a veia através de procedimento cirúrgico. Com o tempo, a veia, que passa a receber sangue sob pressão vindo diretamente da artéria, fica com sua parede grossa, favorecendo o fluxo sanguíneo para a realização de hemodiálise.
Através da fístula, uma agulha é puncionada e conectada a um cateter, que levará o sangue ao aparelho de hemodiálise. Este aparelho realiza a função dos rins, filtrando o sangue, que será devolvido ao paciente por outro cateter inserido na veia da fístula.
A cirurgia de fístula arteriovenosa geralmente é realizada com anestesia local ou bloqueio sendo assim, o paciente, na maioria da vezes, retorna para casa no mesmo dia.
As fístulas são feitas em dois locais: no braço (bráquio-cefálica, bráquio-basílica, bráquio-axilar com interposição de prótese)?e no antebraço (radio-cefálica e rádio-basílica). Menos comumente, podem ser realizadas também na virilha (com artéria e veia femoral interpondo uma prótese).
Normalmente, quando se realiza uma fístula arteriovenosa, passamos a ter a sensação de uma espécie de vibração no trajeto da veia. Esta vibração é denominada de frêmito, e indica que o sangue está passando adequadamente pela fístula. Ela é causada pela circulação mais rápida do sangue e é um indicador de que a fístula apresenta bom fluxo para realização de hemodiálise, pontua o médico.
Dr. Ary atende no Centro Médico da Santa Casa de Patrocínio através do telefone 34 3515-2547.
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