# Milton Magalhães

2018 O mínimo é o máximo!

26 de Dezembro de 2017 às 22:24

Que privilégio, publicar aqui em nosso blog, mais uma crônica poética, "2018 O Mínimo é o Máximo!", urdida com os  fios da sensibilidade e delicadeza de  *Jussara de Queiroz. Por favor, se delicie:

Que você carregue o Natal para todos os dias do ano novo, fazendo de 2018 um ano bom. Não precisa ser um ano fora de série, espetacular, luxuoso, grandioso, inédito, coisa assim... Mas que 2018 seja um ano bom de verdade, simples e descomplicado, sem frescura. Que você possa viver nele sem sobressaltos e com alguma alegria. De alma leve.

Dê atenção ao básico, ao singelo, às pessoas e coisas que não têm afetação, que dispensam ornamentos. Nelas, você vai encontrar o fundamental para garantir uns dias tranquilos e modestos. Isso é o bastante. A gente não precisa de muita coisa para viver, não é mesmo?

Já que lhe desejo um ano espontâneo, íntegro, lúcido e básico, quero que você tenha tempo, entusiasmo e saúde para curtir tudo como bem merece, no aconchego de sua casa, ao lado da família e dos poucos amigos de verdade. E que seja um ano sem gastos elevados, para que você não tenha de esgotar toda a sua energia no trabalho.

Desejo-lhe a continuidade de sua rotina, que seja bem aproveitada. Que, ao sair à rua, leve com você a garantia de que a sua casa continua no mesmo lugar e também a família, os livros e jornais, as plantas, a vista da cidade, os vizinhos. Mas que você queira, vez ou outra, pular do bonde andando.

Dias cheios de bonitezas, noites de luares, sol e chuva, calor e frio. Uma rede na varanda e um pouco de isolamento, para colocar em ordem a cabeça. Ah, não deixe que ninguém povoe a sua solidão. Com ela, você sempre está bem acompanhado.

Que também carregue com você a liberdade durante todos os dias do ano novo. Que tenha independência como indivíduo, não seja propriedade de ninguém, tenha autonomia para pensar e fazer o que quiser, que possa se exprimir de acordo com a sua consciência, não seja submetido a nenhuma força constrangedora, possa ir e vir segundo os seus desejos. 

E, para ser livre de verdade, que você não cometa jamais o pecado mortal da discriminação, seja por pensamentos, palavras, atos ou omissões, perante pessoas, religiões, tradições, nacionalidades, culturas e tudo mais que impeça o seu crescimento e aperfeiçoamento como ser humano de verdade. Nunca é tarde para abrir mão dos preconceitos.

Desejo que você deseje cidades com oxigênio puro, rios com peixes, praças com bancos e árvores empassarinhadas, lixo coletado seletivamente, oceanos sem baleias encalhadas, ruas seguras, país menos injusto, alimentos sem agrotóxicos, desmatamento controlado, temperaturas amenas. E, sobretudo, governantes justos e honestos.

Que você não abra mão dos livros, da música, da poesia, da arte, de tudo que parece ter asas e levitar num território mágico e desconhecido. São essas coisas que dão peso e profundidade à vida e nos elevam acima da condição humana, libertando-nos da matéria. O espírito agradece.

Por último, desejo que você se lembre de viver um dia de cada vez, repensar a forma como trata seu corpo, encontrar um sentido para suas escolhas, não fazer tudo o que se espera de você, usar roupas confortáveis e, se possível, ter sempre um grande amor e um quatro patas por perto. Simples assim! Enfim, um ano para chamar de seu.

Vá por mim! Um 2018 genial pra você!

 

*JUSSARA DE QUEIROZ, é  patrocinense radicada em Belo Horizonte, é Jornalista, publicitária (Diretora da Pauta Comunicação e Marketing) e escritora, Jussara de Queiroz é autora de romance, crônicas e contos premiados nacionalmente: Prêmio BDMG Cultural de Literatura, Prêmio Sesc de Literatura, Concurso de Contos Luiz Vilela, Fundação de Cultura Cidade do Recife, Concurso Osman Lins de Contos, entre outros.

Desde 2009, participa das antologias do projeto “Livro de Graça na Praça”.

Acadêmica da Academia Patrocinense de Letras;  assinou no Jornal de Patrocínio, por dezesseis  anos a coluna, "Catavento".