Negativo. O cotidiano da cidade tem um negativo cuja tendência, baseada em série histórica, mostra seu crescimento. O que é lamentável. É a indesejável criminalidade. Todos os dias a mídia rangeliana (rádio, jornal e internet) apresenta fatos que maculam o bom nome do Município no passado. No presente, o crime reina. Como ilustração, reportagem do jornal Estado de Minas, edição de 08 de janeiro de 2017, caderno Gerais, preocupa qualquer patrocinense bem intencionado.
LIDERANÇA PARA ESQUECER – Patrocínio encontra–se em 3º lugar em violência. Explicando melhor, dentre os 40 municípios maiores do interior mineiro, Patrocínio foi o terceiro que mais aumentou a violência de 2015 para 2016. Um humilhante 48,7% de crescimento da violência.
PORMENORES – A pesquisa considerou o período de janeiro a novembro e é oficial, feita pela Secretaria de Estado de Segurança Pública – SESP. E, nesse caso, não abrangeu a Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde há diversos municípios violentos, tais como Betim, Ribeirão das Neves e Contagem.
A TÉCNICA – O levantamento, realizado nas 40 cidades mais populosas de Minas, exceto Região Metropolitana, identificou nove tipos de crimes violentos. São eles: homicídio (consumado e tentado), roubo, sequestro, extorsão mediante sequestro, estupro (consumado e tentado) e estupro contra vulnerável (consumado e tentado).
DESPRAZER PATROCINENSE – Em todo o Estado, inclusive BH e região, as ocorrências dos nove crimes juntos aumentou 13,6% de 2015 para 2016. Em Patrocínio, veja só, 48,7% de aumento.
OUTRAS CIDADES – O maior crescimento foi registrado em Nova Serrana (55,3%). A vice–campeã, Pará de Minas (49,7%). Portanto, por pouco muito pouco, Patrocínio seria a vice–campeã do crescimento da violência, em Minas.
OS VIZINHOS DA REGIÃO – Em Uberlândia, que tanto aparece na TV e jornais, o crime cresceu 15,4% no período 2015/2016. Na violenta Montes Claros, 23,1%. Já em Uberaba o crime cresceu apenas 3,3%.
E MAIS – Em Ituiutaba, 14,1%. A bela Araxá, para aonde vai o nosso fosfato, o crime cresceu 20,7%. Paracatu, 13,8%. Unaí, violenta também, só 0,3%. E Patos de Minas, de nossa folclórica relação, 47,8%. Até na violência Patos e Patrocínio se parecem... exceto no progresso, é claro.
PALMAS... PALMAS... – Acredite! Em Araguari o crescimento da violência diminuiu de 2015 para 2016. É verdade, o crime foi reduzido em -16,3% (menos).
RAZÕES DO INFELIZ TÍTULO – A UFMG creditou a diversos fatores o aumento da criminalidade, segundo o jornal. Entre os quais, um é o crescimento desorganizado das cidades. Outro é a falta de planejamento do poder público em relação à segurança. Patrocínio, com os seus 48,7%, tem bom desempenho nesses fatores adversos. Vergonha! Muita vergonha!
NÚMEROS ABSOLUTOS PARA COMPARAÇÃO – Em 2015, Patrocínio teve registro de 195 ações criminosas. Já em 2016, esse desastroso indicador pulou para 290 ações criminosas. Isso correspondeu a um aumento de 48,7%.
OUTROS – Patos de Minas passou de 395 (2015) para 584 (2016). Ituiutaba, mais populosa do que Patrocínio, de tão somente 148 ações para 169. Ou seja, metade das ocorrências policiais em Patrocínio.
QUE EXEMPLO! – Araguari, maior do que Patrocínio, caiu de 281 ações criminosas (2015) para 235 (2016). Há outros municípios que a criminalidade também foi reduzida, dentre os quais: Itaúna, Alfenas, Itajubá e Ubá (-21,24%).
CONCLUSÃO – Alguma providência tem que ser tomada. Nesse começo de ano, somente na primeira semana, já havia ocorrido três homicídios no Município. Assustador. Isso significa que a violência está se acentuando em Patrocínio muito mais do que em outras cidades mineiras.
POR FIM – Aumentar o policiamento? Aumentar o número de policiais? Criar a Guarda Municipal? Mais emprego? Desincentivar a migração (vinda de pessoas para a cidade)? Orar? Incentivar o retorno à origem dos trabalhadores sazonais do café? Apenas os especialistas em segurança sabem a resposta. A única coisa que todos sabem é que é preciso atitudes positivas e urgentes contra o crime. Que é o adversário desta querida terra.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 14/1/2017.