Sentimento. O pela terra natal é inexplicável. Ele é bonito. É filial. É destemido. É incondicional. Para quem ama a terra-mãe, o que ela tem é melhor. Tudo é incomparável. Nesse contexto de emoção se encontra o amor pelo CAP. O glorioso Clube Atlético Patrocinense.
MAIOR – Pra um simples ser que acompanha o CAP desde 1963 (são 56 anos!) parece que o coração pulsa mais. Naquela distante época, até então, era chamado de Atlético (de Patrocínio) ou Atlético Patrocinense e encantava as tardes de domingo (não havia refletores) vividas por gente de toda a sociedade rangeliana. O novel estádio Júlio Aguiar praticamente era o teatro da cidade. Frequentemente, lotado.
OS ASTROS – Muitos craques de Patrocínio, poucos de outros lugares. O elenco era formado por patrocinenses como os zagueiros Calau (atuou apenas em 1963) e seu sobrinho Barofo, e Macalé, o goleiro voador Dedão e seu irmão Gato (lateral direito), os atacantes Totonho, Dizinho, Romeuzinho e Peroba. Completaram o elenco, craques de Patos de Minas, o excelente zagueiro Jovelino (reserva imediato do campeão do mundo Orlando no Vasco da Gama), o camisa 9 Edward (provavelmente, o melhor atacante da história do CAP) e Anedino (ponta esquerda). De Araxá veio o emblemático Gulinha (camisa 10).
ERA ASSIM... – O cardápio patrocinense aos domingos sempre constavam missa ou culto pela manhã, macarronada e frango caipira no almoço, Pedro Alves do Nascimento com o seu incontrolável bairrismo às 12h na Difusora, CAP no Júlio Aguiar, e, à noite, assistir ao melhor filme da semana no Cine Patrocínio. Depois, até as 21h30min, a passarela juvenil chamada de vaivém, em frente ao cinema.
LIMIAR – Esse foi o cenário do começo do CAP profissional. Que, por pouco, nos anos 1963/64/65 não galgaria à Divisão de Elite.
DÉCADA DE 1980 – O amado CAP retornava ao profissionalismo. E a testemunha ocular da história grená participava ativamente na Federação Mineira de Futebol – FMF para o ingresso do CAP nas competições mineiras. No microfone da Difusora, após Sérgio Anibal (anos 60) e Assis Filho (anos 70 e 80), surgia Luiz Antônio Costa e sua paixão grená também se iniciava, criando inclusive o símbolo/mascote Águia.
AUGE – Na década de 90 (1992/94) o CAP disputava a Divisão de Cruzeiro, América e Galo. Na despedida, com quase 40.000 torcedores no Mineirão, o CAP foi derrotado pelo campeão azul (Ronaldo também se despedia do Brasil). A testemunha ocular tornava-se no único representante da imprensa de Patrocínio presente no Mineirão. Recorde de público para o futebol de Patrocínio até hoje.
IMUTÁVEL – Sob o sol ou sob a chuva, nas vitórias ou nas derrotas, no CAP em atividade ou adormecido, a admiração pela cor grená, pelo clube que leva e eleva o nome de seu torrão, Patrocínio, jamais deixou de existir, jamais desaparecerá. Pelo menos, para a testemunha ocular. Que está feliz com o seu CAP de sempre (essa testemunha é este escriba, um apaixonado incorrigível).
POR ÚLTIMO – Quarta-feira, dia 23/01/2019, bela noite no Mineirão o CAP perdeu acidentalmente na bola para o Cruzeiro. Porém, ganhou força e respeito para se manter na Elite. Apenas cerca de 70 torcedores patrocinenses presenciaram o brilho grená. Liderados pelo entusiasmo do Gulinha filho, Gulinha pai, Roberto Tatá e Denga. Apesar do 1 a 0, continua o “Haja Coração”! Pra frente, CAP!
Primeira Coluna publicadana Gazeta, edição de 26/1/2019.