Se você pensa em entrar para a política, pense bem antes de decidir. Conte mil vezes até mil. Conte mil vezes até mil de trás pra frente. Pense e repense. E ainda respire fundo. Consulte familiares, amigos próximos, certifique o peso de sua decisão. É que entrando na política, a partir da campanha, você passará a ser aquele mosquitinho numa parede branca. Todos os seus movimentos serão públicos. Julgados tantas vezes, gratuitamente, friamente, cruelmente, sobretudo, por quem nem lhe conhece." Ninguém presta" Nunca separam os bons dos ruins. E a esculhambamídia apaga o fogo alto com o máximo de gasolina. O jogo é duro. Não existe atividade mais contraditada. (Aqui vamos focar no político mais pertinho - por que não- o mais importante para o povo: Os vereadores, óbvio, extensivo ás demais esferas)
Vamos lá. Um radiografia do que se vê, hoje:
-Se o político é firme: É truculento. Intolerante
Se é calmo: É fraco. Fácil de dobrar
-Se o político fala muito: Só quer aparecer
Se fala pouco: Não tem argumento
-Se o político anda com ricos: Só defende tubarões
Se anda com pobres: Usa a pobreza p/continuar no cargo
-Se o político vai onde povo está: Só pensa em reeleição
Se não anda com o povo: Medo. Tá escondendo algo
-Se o político divulga suas ações: Ele quer aparecer
Se não divulga: Não tem transparência
-Se tira fotos familiares: Esbanjando dinheiro público
Se não mostra a família: Tem vergonha dos seus
-Se o político fica no gabinete: Morto. Não trabalha
Se sai para a rua: Vive em campanha
-Se o político ajuda alguém: Está comprando votos
Se não ajuda: É péssimo político
-Se o político faz cursos: Pensa que política é profissão
Se não faz cursos: É um despreparado
-Se o político vota a favor do prefeito: É puxa-saco
Se não vota a favor do prefeito: É do quanto pior melhor
-Se político concorda com manifestantes: Joga com a galera
Se não concorda: É antidemocrático
-Se o político comprar casa/carro: “Está roubando”
Se não comprar: Está a esconder dinheiro
-Se divulga seu mandato: Está fazendo politicagem
Se não divulga: Nem sabe fazer política...
E por ai vai, entre a cruz e a espada. A última moda é os próprios políticos, meterem o pau nos próprios políticos. Um comportamento autofágico que não entendi. Em tempo: Que ninguém venha aqui "descer o cacete" nos atuais vereadores, que não é deles que estou falando. É algo para muito além dessa rebentação toda..
“Nussa, Sr. Milton, estão, nós políticos de hoje e do futuro, estamos ferrados”
Então...estão... Mas há uma solução do tipo 50/50. A sociedade na hora de votar. (Escolhem raposas e depois vão queixarem do sumiço das galinhas?) e os políticos na hora de exercerem seus mandatos se perdem. Muitos, por falta de maturidade moral.
Olha aqui nos meus olhos...Posso colocar minha colher de pau nesse tema? Posso mesmo?
Se você entrou para a política, voce colocou os pés numa das profissões mais distinta, mas nobre e mais elevada na sua essência e missão, que existe: " Voce está a serviço da Felicidade dos moradores da cidade"
Porém, sem dúvida, a mais corrompida, a mais deturpada e a mais desgastada perante a opinião pública. O cansaço cívico está ai. É geral. Culpa de quem? Repetindo(Mas até alguém com um neurônio só sabe): Eleitor que não sabe votar, com políticos que não sabem exercer mandato. Nitroglicerina pura. Morte anunciada.
"Firme seus valores". Tenha uma bússola moral, inabalável. Tenha princípios éticos e moral, firme. Tenha valores de berço. Tenha cabedal. Conheça a Constituição Federal, a Lei Orgânica, o Regimento Interno, a Código de Defesa do Consumidor, a Bíblia... Tenha plena consciência de sua missão de servir. Não arreda um palmo daquilo que voce tem plena convicção de estar certo!
Não deixem as pessoas na rua te chamarem de autoridade, vossa excelência, mas de "Voce". Particularmente. Sou apaixonado pela expressão “Líder Servidor”. Políticos, são trabalhadores do povo.
As virtudes mais importantes para ser um bom político? São as mesmas para ser um bom cidadão: Honestidade, ética, competência, justiça, respeito, coragem, coerência, humildade, simplicidade, compromisso, empatia, prudência, tolerância, temperança, simpatia, generosidade, serenidade, firmeza, desprendimento , idealismo e personalidade. Tenha certeza absoluta, meu amigo, esse conjunto de virtudes, é o maior patrimônio de um político.
Por nada nesse mundo terminaria esse arremedo de crônica sem um texto de Rubem Alves, mesmo por que voce também nunca leu nada igual:
“Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.
Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oases. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.
O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.
Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade.
A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.”