# Eustáquio Amaral

Acredite, quase 40 Mil torcedores viram CAP e Cruzeiro no Mineirão

30 de Maio de 2016 às 20:00

Glorioso. Ele está de volta. O CAP. O Clube Atlético Patrocinense. Com boa estrutura e bom planejamento, no segundo semestre disputará a Segunda Divisão de Minas. Na verdade, a terceira. A esperança é enorme para vê–lo, no próximo ano, no Módulo II e, quem sabe, em 2018, na Divisão dos grandes Cruzeiro e Galo. Como ocorreu em 1992/1993/1994. Como recordação, republicamos a crônica exclusiva sobre a despedida do CAP da principal divisão mineira, publicada no Jornal de Patrocínio, em 21/5/1994. Portanto, há 22 anos... sob o título “Recorde: Quase 40.000 Torcedores Viram o Adeus do Patrocinense”.

MOMENTO INDELÉVEL – “Domingo, dia 15 de maio, aconteceu um recorde para Patrocínio, difícil de ser superado. Aconteceu o maior público de um jogo de futebol, envolvendo clubes patrocinenses. Quase 37.000 pessoas viram Cruzeiro 1, Patrocinense 0, no Mineirão. O público oficial foi de 35.300, entretanto, o Cruzeiro permitiu a entrada de parte da Torcida da Máfia Azul gratuitamente.

Esse público é menor apenas do que os dos clássicos em Minas, mesmo assim se o clássico for bastante atraente. A bonita festa do campeão mineiro, com a presença de Ronaldo, foi a causa maior. De Patrocínio, os atletas, alguns dirigentes e este escriba, representando o JP e a Difusora, tornaram–se testemunhas desse inesquecível espetáculo, em que o Atlético Patrocinense apresentou–se bem e de maneira marcante. Mas dando o seu adeus à Primeira Divisão.

Os destaques do Patrocinense foram Cica, Nei, Amaral, Eurico e Daniel. E os piores em campo foram Alcântara, Marquinhos e o Juiz, muito tendencioso.

O Patrocinense volta à Segunda Divisão. Volta porque contratou meio time do Unaí E.C. Naturalmente nenhum desse grupo tinha e tem gabarito para enfrentar Cruzeiro, Atlético, Democrata e companhia. Volta porque gastou tempo e dinheiro com os “aposentados” Paulo César, Marquinhos, Alcântara e Agamenon, que recentemente ajudou a “sepultar” o Guarani de Divinópolis e o Flamengo de Varginha. Volta porque contratou Mazinho (reserva do “lateral” Vila Nova), Maranhão (?), Aranha que não serviu para ser o reserva nº 4 do Cruzeiro e o veterano Ronaldinho, que o Democrata liberou.

As contratações positivas foram as de Eurico, Mauro (recomendado neste minifúndio), Daniel e Wanderley Paiva. A manutenção dos juniores também foi positiva.

A resultante de treze erros e quatro acertos só pode ser uma resultante negativa. Por isso, merecemos a Segunda Divisão. Fomos incompetentes. Péssimos administradores.

Agora, é tomar algumas aulas com a URT, Democrata–SL e Rio Branco para o retorno em 1996. Já que, nesse ano, o Patrocinense desconheceu as lições do Mamoré, Democrata–GV e Valério”.  

DETALHES DA ÉPOCA – Cinco órgãos dominavam a mídia rangeliana. TV Ouro Verde, Jornal de Patrocínio, Gazeta de Patrocínio, Rádio Difusora e Rádio Capital (hoje Rainha da Paz). Essas emissoras tinham o futebol como atração e realizavam épicas transmissões esportivas. Todavia, naquele domingo, como o CAP deveria ser rebaixado ao Módulo II, pois encontrava–se na zona dos virtuais perdedores, a imprensa local se sentiu desmotivada a cobrir a possível despedida e o grito de campeão pela Raposa Azul. Por residir em BH, apenas este escriba amador assistiu ao jogo, representando o JP e Difusora (na segunda–feira, dia 16/5/1994, fez o relato, via telefone, para o Parada dos Esportes). Internet e redes sociais não existiam em profusão. 

POR FIM – A cor grená voltará a dominar os corações rangelianos. Para tanto, união, parceria e solidariedade esportiva são indispensáveis. Avante, CAP!

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 14/5/2016.

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