Religiosidade. Ela é importante em qualquer comunidade. Nesse aspecto, Padre Eustáquio é muito especial para o Município e região. Durante a semana, diariamente, ocorreram eventos religiosos em BH. Em comemoração aos dez anos de beatificação e aos 73 anos de falecimento (1943). Outros pormenores e curiosidades do mais sagrado nome da história rangeliana a seguir.
PATROCÍNIO É DESTAQUE – Durante a festividade, o Santuário Arquidiocesano da Saúde e da Paz, que é a conhecida Igreja de Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, apresenta exposição de painéis (tipo grandes cartazes) sobre a vida desse célebre holandês. Em cada painel, há fotos históricas e textos informativos. Patrocínio, Romaria (Ex–Água Suja), Poá (SP) e, principalmente BH, são as maiores referências.
PAINEL PATROCINENSE – A foto da antiga Igreja de Santa Luzia encontra–se bem destacada. É onde Padre Eustáquio foi capelão de outubro/1941 a fevereiro/1942. Por sua vez, a narrativa no cartaz focaliza a sua presença na cidade em 1925, a efetiva participação, na fundação do Ginásio Dom Lustosa. Quando de sua estadia em Romaria (1925–1936), há indicativos de diversas visitas a Patrocínio, por ser nossa urbe importante núcleo dos padres holandeses da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil. Como os núcleos de Araguari, Rio de Janeiro e Água Suja.
E MAIS... – Em outro painel, está registrado dentre milagres atribuídos ao Padre Eustáquio, um com a senhora Zulmira e seu filho (criança), residentes na zona rural do Município. Trata–se do tratamento de um interminável choro da criança, sem causa conhecida. Após o contato com o Padre Eustáquio, a criança ficou curada.
JK E O PADRE – Juscelino Kubitschek era o prefeito de BH, nos anos em que o beato viveu na capital (1942/1943). Segundo um dos painéis, o então prefeito, um fervoroso católico testemunhou a força miraculosa de Padre Eustáquio em duas ocasiões, até então. Primeiro, certa manhã, uma forte inflamação na garganta não permitiria a JK participar, às 14h, de inadiável evento público. Ele pediu ajuda a Padre Eustáquio. Por coincidência ou não, à tarde Juscelino já estava apto para a solenidade. O segundo caso com o líder do PSD, foi a esterilidade de sua esposa Sara Kubitschek. Depois de doze anos de casados, ela não conseguia engravidar. Padre Eustáquio abençoou Sara. Novamente, coincidência ou não, pouco tempo depois nascia Maristela. Kubitschek sempre creditou o fato ao padre, que arrastava multidões em Belo Horizonte.
MAIS UMA DE JK – Padre Eustáquio já tinha falecido. Kubitschek era o governador de Minas (1951/54). Porém, continuava com fé viva em Padre Eustáquio. Provavelmente, em sonho o santo sacerdote lhe transmitiu que seu projeto iria avançar, mas enfrentaria muitas dificuldades no começo e teria um grande e feliz final. Após isso, JK venceu as eleições para presidente da República, enfrentou enorme oposição no início e encerrou o mandato em 1960 inaugurando Brasília e se tornando o maior presidente da República em todos os tempos.
ROMARIA – Os painéis mostram também a história de Água Suja, surgida em 1870, com a mineração de pedras preciosas, sobretudo no Rio Bagagem. Muitos crimes, prostituição e marginalidade na região. Nesse cenário, surgiram os pastores da Congregação dos Sagrados Corações.
LOCALIZAÇÃO – A exposição se encontra na ala coberta da Igreja, onde estão sepultados os restos mortais de Padre Eustáquio. Portanto, além desses dez dias festivos, é uma área visitada constantemente por enorme número de fiéis.
POR FIM – A semana comemorativa termina nesta terça–feira, dia 30, com a celebração de nove missas, na Igreja de Padre Eustáquio (BH), uma das quais será celebrada pelo padre Marcus Vinicius Maciel, também da Academia Patrocinense de Letras. A última, pelo arcebispo Dom Walmor. Isso é mais um pouco do sacerdote que encantou Patrocínio de 1925 a 1943. Um mito. Um beato. Brevemente, um santo.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 27/8/2016.