Disciplina. É a regra básica para a prosperidade e equilíbrio de uma família. Gastar somente em função dos recursos disponíveis. Priorizar sempre. Evitar o endividamento. Cortar os excessos. Despesas supérfluas (turismo, roupas, desperdícios) nem pensar. Assim, uma boa gestão familiar viabiliza a sobrevivência de uma família. Até em momento difícil. Essa equação é válida para o Estado, União e, principalmente, Município. Entende–se o serviço público formado por todos os poderes. Há vinte anos, julho de 1996, escrevíamos crônica neste minifúndio, no JP, a respeito. Parece que nada mudou. Ei–la.
LIÇÃO CÍVICA – Há uma pequena história do folclore, contada pelo Betinho (mineiro fundador da campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, falecido em 1997), que pode nos ajudar neste momento de reflexão política. De puro exercício da cidadania. De olhar o futuro com esperança.
A FÁBULA – Havia um grande incêndio na floresta. O fogo afugentava os animais. Exceto o frágil beija–flor. A avezinha, no intuito de apagar as chamas, ia até o rio, enchia o bico de água e a jogava sobre a mata avermelhada. O rei dos animais, o leão, preocupado com o incansável vaivém do beija–flor perguntou–lhe:
– Você já deu inúmeras viagens e ainda não percebeu que não está adiantando? O fogo continua se alastrando.
– Eu sei, disse o beija–flor. Mas estou fazendo a minha parte.
SEGUINDO O MANDAMENTO – Quando se trata de receitas e despesas públicas, aplicamos o mesmo ensinamento. Pouco adianta o que temos dito. Entretanto, o mais importante é cumprir a nossa parte. Cumprir o papel de cidadão comum e daquele que a vida lhe destinou um conhecimento técnico aprofundado do assunto.
A REALIDADE – Temos falado que o setor público brasileiro está falido. Há necessidade de reformas estruturais e de pensamentos. O que o Estado (genérico) arrecada não dá para cobrir as despesas. O privilégio de poderes piora a situação. Muitas ações básicas estão sendo conferidas aos municípios. E esses estão com as pernas bambas. É claro que há os em melhor situação, no entanto a maioria está vegetando. O dinheiro está sumindo dos cofres municipais.
CASO RANGELIANO – A receita da prefeitura de Patrocínio tem caído se comparada com algum tempo atrás. A hora é de procurar alternativas para revitalizar as receitas municipais e adequar as despesas ao novo quadro econômico nacional. É hora de austeridade. É hora de mudança.
CEGOS NA CONTRAMÃO – Porém, conversando com amigos, além de estarmos lendo em nossos jornais, vemos que a modernidade do setor público ainda não chegou, nem por aqui. Aumenta–se as despesas, projeta–se aumentos delas, sem analisar o comportamento da receita. Dessa maneira, é difícil dias melhores. É preciso modernizar o nosso serviço público. É preciso modernizar as nossas ações. É preciso modernizar até um pouco de cada um de nós. É preciso modernizar o pensamento político. Para o bem de nossos filhos.
PALAVRA FINAL EM TRÊS LANCES
1 – ABSURDO DOS ABSURDOS – O projeto do novo Pronto Socorro apenas será entregue à população depois do ano de 2020. Isto se Deus ajudar. Pois, agora, parte dos políticos locais e as urnas sepultaram, de vez, o grande sonho.
2 – LAMENTÁVEL – A morte do jovem Dudu Arantes (acidente rodoviário) entristeceu os patrocinenses. Filho de nosso amigo e contemporâneo de Ginásio Dom Lustosa, Eduardo Machado Arantes, que merece todo o conforto divino.
3 – GLORIOSO – O inesquecível CAP vem aí. Sob a liderança de Maurício Cunha, que participou de sua direção nos melhores momentos grenás, é a nossa esperança do retorno ao bom futebol. Ave Patrocinense!
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 2/7/2016.