Amigo. Falar de um. Conversar com um. Escrever sobre um (amigo) é prazer. É fácil. É pura emoção. É a presença da felicidade sob a Divina Luz. Ainda mais, tratando–se de fiel amigo desde o tempo de criança. Caldeira, Tonho, Antônio, Toreco, Acadêmico ou Imortal. Não importa como o chamamos. Importa é sua perene manifestação de amizade.
PERFIL – Membro da Academia Patrocinense de Letras, onde exerce convicções e liderança. Escritor, cronista, poeta, político (bom e honesto político), praticamente um historiador da cidade, humilde e defensor intransigente dos humildes, patrocinense da rua Cassimiro Santos com rua Otávio de Brito, e, referência para muita gente. Assim, é Antônio.
ESCOLA – Ex–aluno do Grupo Honorato Borges e Colégio Prof. Olímpio dos Santos. Mais do que isso, aluno nº 1 do mestre Sebastião Elói, seu grande amigo. Tanto é que, juntos, escreveram por muito tempo, nas décadas de 70 e 80, crônicas semanais na Gazeta de Patrocínio. O autor delas usava o pseudônimo de Pedro Dias Santos (PDS). Uma paródia. PDS era o partido da situação no governo militar. Pedro em homenagem ao radialista Pedro Alves do Nascimento (ícone da Difusora anos 70 e 80). Dias vindo de Antônio Dias Caldeira e Santos de Sebastião Elói dos Santos. Em tom hilariante, as crônicas versavam sobre a administração municipal (administração Afrânio Amaral foi a mais focalizada) e fatos do cotidiano patrocinense da época. Leitura obrigatória de centenas de pessoas aos sábados.
Q.G. CULTURAL – Nos anos 70 e 80, Antônio tornou–se fotógrafo profissional. E instalou seu pequeno estúdio na Rua Governador Valadares, esquina com rua Marechal Floriano (onde é hoje a Farmácia Nacional). Mais tarde, mudou para a rua Cel. João Cândido com Gov. Valadares. Nesse estúdio, denominado Foto Universo, se reuniam, quase que diariamente, Tião Elói, Antônio, Gerson de Oliveira, Nonato Matias Júnior (Natinho), prof. Hugo Machado da Silveira e historiador Floriano Nunes de Paula. Verdadeiros mitos da história de Patrocínio. E este escriba amador em muitas ocasiões no ano (principalmente, em janeiro, julho e feriados), teve o privilégio indelével de participar.
UM CAUSO – Natinho foi vereador pelo velho PSD, desportista (futebol e um dos criadores da Corrida da Fogueira) e fundador do PTC (foi o personagem que negociou com JK a verba trocada pela lata de jabuticabas). Um folclórico. Nos anos 70, ele assinou coluna na Gazeta, muitas vezes com críticas à administração Afrânio Amaral. Ótima redação, jargões em latim, críticas em forma de poemas e poesias, enfim uma alegre obra literária do interior. Mas, Natinho era escritor?? Nada disso. Tinha apenas o primário e não sabia nada de jornalismo e literatura. Mas, como aconteceram suas crônicas? Foram redigidas por Sebastião Elói e Antônio Caldeira e assinadas por ele (Natinho) no Foto Universo.
CORAGEM – Na década de 70, Antônio integrou pequeno grupo local e fundou o MDB (precursor do PMDB) de Patrocínio. Nesse tempo, o MDB era mal visto pela ditadura militar. Ainda nos anos 70, Antônio era incansável em defesa dos cidadãos de classes de menor poder. Certa vez, certo domingo, em uma missa na Igreja Matriz, um de seus trabalhos (cartas, crônicas, etc.) foi comentada na homília pelo padre. Naturalmente, o padre defendeu o prefeito criticado por Antônio. Porém, no final do acontecimento, prevaleceu sua tese (Antônio).
HOJE – Após Acidente Vascular Cerebral–AVC ocorrido dia 04 de outubro em sua residência (Rua Otávio de Brito), o bravo e singelo Antônio luta na Santa Casa contra essa doença. É apenas mais uma batalha na sua guerra de seis décadas em prol da vida. Vencerá. Pois, há fortes companheiros à frente. Deus. Padre Eustáquio. E a equipe médica.
POR FIM – A história de Antônio não cabe em uma pequena crônica como esta. E sim, em um grande livro. Porque ele é grande. Porque ele é gente importante.
PALAVRA FINAL EM CINCO LANCES
1 – LAMENTÁVEL – A derrota de Tarcísio Caixeta para a Câmara Municipal de BH é derrota de Patrocínio. Pois, ser patrocinense está acima de ser político, e, da política.
2 – APLAUSO – Um dos responsáveis pela vitória de Deiró é Silas Brasileiro. Tomara que ele volte à Câmara Federal, breve. Ou seja, o nosso deputado na Assembleia Legislativa nas eleições de 2018.
3 – REPERCUSSÃO – A crônica “Pequenas Coisas (Importantes) Para Um Grande Prefeito”, escrita na edição passada, foi apresentada também na Rádio Difusora, programa Comentário do Dia, dia 11 de outubro. Quem a apresentou foi o decano dos radialistas rangelianos, José Maria Campos, amigo–irmão desde a nossa infância. Grato prezado “Pré”, pela benevolência (o comentário está também gravado no Youtube e redes sociais).
4 – EXEMPLAR – Embora seja professor e historiador, o amigo e conterrâneo Israel Machado Caldeira, residente em BH, faz curso superior de História. Aos 76 anos, com vitalidade de 30 anos, sabe muito sobre a saga patrocinense. Trimestralmente, enfrenta a BR 262 no volante de seu carro, em visita sua terra natal.
5 – JÁ É HORA! – Quem substituirá Deiró na Assembleia no período 2017/2018? É claro, com Patrocínio no coração. E quem poderá ser candidato a deputado nas eleições de 2018 por Patrocínio? É lógico, com chance de vitória.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 15/10/2016.