# Eustáquio Amaral

Ave CAP!

7 de Setembro de 2016 às 19:01

Cotidiano. A política e o futebol o envolvem. Principalmente, em nossa querida terra. De política e de políticos pouco se pode expressar no momento. A Lei Eleitoral não permite. De futebol sim. Há liberdade total de manifestação. Em seu retorno à atividade, o glorioso Clube Atlético Patrocinense encanta. É o melhor time da Segunda Divisão de Minas, já está classificado para o hexagonal final e, certamente, será um dos dois clubes que alcançarão o Módulo 2 em 2017. Basta manter a humildade e a organização. Nesse agradável cenário, bons momentos do maior clube esportivo rangeliano são revividos. É um bate bola para o seu próximo jogo pela Segundona.

A ORIGEM – Embora exista desde 1948, o CAP foi fundado oficialmente em 19 de março de 1954. Portanto, há 62 anos. Em 1963, tornou–se o melhor time da região. Quase imbatível. É inesquecível uma das formações do então alvinegro patrocinense (hoje, é grená). Dedão (Flamengo do Véio do Didino), Gato (Flamengo), Macalé (Flamengo), Jovelino (Vasco da Gama e Mamoré) e Milton (de fora); Peroba (Flamengo), Barreto (de fora) e Fausto (de fora); Carlinhos (de fora), Edvard (Mamoré) e Anedino (Mamoré). Tam era o técnico.

ANO DE 1962 – O Clube Atlético Patrocinense era a alegria nas tardes de domingo. CAP de Evard, Macalé, Totonho, Dedão, Anedino e Barôfo, entre tantos craques. O CAP esteve à porta da divisão de Atlético e Cruzeiro. Uberaba, Uberlândia, Araxá e Araguari eram os maiores adversários. Mas o maior mesmo era o poderoso Araguari de Pombo, Luís Silva e Pacuzinho. Jogo para nervos de aço.

A INVASÃO... OS TIROS... – Tarde chuvosa de domingo. Estádio Júlio Aguiar. 1963. 15 horas. O sol reaparece e brilha. Em pouco tempo, a arquibancada está totalmente ocupada por torcedores. A charanga do Cabrera, Joca, Pixe, Inácio (verdureiro) e Plínio Moreira anima o espetáculo. Rádios Difusora, Planalto e Araguari nas cabines. Em campo, Atlético Patrocinense e Araguari. O jogo começa. O excelente, mas irreverente, Luís Silva brinca com a torcida. Zomba, ri e dá entradas desleais nos atacantes patrocinenses. No segundo tempo, com o placar favorável ao CAP, Luís Silva faz gestos provocantes. É o estopim para a ira da torcida explodir. Diversas pessoas pulam o alambrado e batem no zagueiro araguarino. A polícia para dispersar a multidão atira para o alto. E salva o craque de Araguari e os seus companheiros. É o maior sururu da história do futebol rangeliano.  

QUATRO ANOS DEPOIS... – 1967. O Patrocínio Esporte é a coqueluche do Alto Paranaíba (o CAP tinha suspendido as atividades). Chega a conquistar o título de campeão do Triângulo. Em um domingo do segundo semestre, time, torcedores e charanga se dirigem à Araguari. Não são bem recebidos. No Estádio Vasconcelos Montes o pau quebra. É a vingança. O goleiro Armando e os atacantes Perigo, Esteves e Torunga do Patrocínio batem e apanham. Como se diz na linguagem popular, Patrocínio perde no braço, mas ganha no campo. A charanga de Pixe, Inácio, Joca, Cabrera e companhia comemora.

O INCRÍVEL CAP – No dia 4 de fevereiro de 1992 aplicou sonora goleada (como é dito no meio esportivo) no Uberaba Sport: 7 a 0. Os gols do Patrocinense foram marcados por Marcelo (2), Ademar (2), Robertinho, Dudu e Pio Eugênio. Local: o então Estádio Júlio Aguiar. Campeonato Mineiro.

O PODEROSO CAP – No dia 3 de dezembro de 1992, na inauguração do Estádio Pedro Alves do Nascimento, o Patrocinense venceu o Galo por 1 a 0, gol de Dudu, aos 5 minutos do segundo tempo. Também foi a despedida de João Leite do Atlético e do futebol (o goleiro hoje é candidato a prefeito de BH).

O INESQUECÍVEL CAP – No dia 19 de dezembro daquele memorável ano (1992), dessa vez no Pedro Alves, a equipe grená deu outra sonora goleada: CAP 8 X 0 Araxá.

O APOGEU – Em 1992, pela primeira vez, um clube da cidade joga no Estádio Mineirão. Embora jogando melhor do que o Cruzeiro, perdeu por 1 a 0, gol de Charles. Por pouco, não ficava entre os 4 melhores times de Minas em 1992, escreveu José Carlos. Com Ronaldo Correia de Lima, Maurício Cunha, Valterson José da Silva e Roberto Nakamura não poderia ter dado outra coisa. Só sucesso.

O GLORIOSO CAP – Em 1993, no Uberabão, o Patrocinense venceu o Uberaba por 3 a 1. No Júlio Aguiar, derrotou o Mamoré por 2 a 1 e Nacional por 2 a 0. Em Patos de Minas, CAP 1, URT 1. “Vilma” era o patrocinador daquela equipe que marcou os anos de 1992, 1993 e 1994.

OUTRA ESCALAÇÃO INESQUECÍVEL – Batista, Donizete, Erly, Juninho e Euler; Paulo Alan, Dudu e Pio Eugênio; Marcelo, Ademar e Robertinho. Foi uma das formações do CAP, naquela áurea fase. Pedro Omar, Mazinho e Morais foram bons técnicos, dentre outros, que treinaram o clube–orgulho de Patrocínio de todos os tempos.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 3/9/2016.

([email protected])