Economia. Falar sobre ela é importante. Pois, é a área propulsora da vida. E mais importante ainda, quando a focalizada é a economia regional. Nela um dos destaques é o comércio internacional. A região é a denominada Intermediária de Patos de Minas, um procedimento de regionalização debilitada e de pouca sustentação, feita no governo Pimentel. Mas, é o que se tem. O bom estudo é da Fundação João Pinheiro, divulgado em 22 de dezembro de 2020.
EM RELAÇÃO A MINAS – A Região Geográfica Intermediária de Patos, uma das 13 regiões desse tipo, é a 5ª de maior comércio internacional. Ou seja, que tem produtos exportados para outros países. àSua participação no contexto estadual (100%) é de 6%. Superada pelas regiões de BH (37%), Uberaba (12,7%), Varginha (10,9%) e Ipatinga (10,1%). Porém, essa região de Patos de Minas está à frente da região de Uberlândia (5,9%), nesse aspecto do comércio internacional.
ESPLENDOR DO CAFÉ – Em 2010, o café patrocinense representava 17,9% do comércio internacional nessa Região Intermediária de Patos de Minas. Em 2014, deu um salto para 24,9%. Em 2019, registrou-se recorde histórico de 112,6 milhões de toneladas de café, entretanto o preço médio foi menor, o que resultou numa participação de 20,7%. Mesmo com toda essa pujança, há um produto mineral na região, que é mais valioso no comércio internacional.
VALE OURO! – Com 55,6% de participação total nas exportações da região em 2019, o ouro explorado em Paracatu bateu recorde com 23,6 toneladas (de ouro), num valor de US$ 773 milhões (de dólares). A exploração feita por grupo do Canadá faz Paracatu liderar a produção de ouro no Brasil. Em outras palavras, o ouro de Paracatu vale quase três vezes mais do que o café de Patrocínio, o melhor do mundo.
3º LUGAR: SOJA – Em Unaí, no último registro estatístico, referente a 2019, foram exportadas 570,7 mil toneladas de soja, num valor de US$ 233 milhões de dólares. Isso marcou 15% nas exportações da região (100%). Já o açúcar do município de João Pinheiro ocupa o 4º lugar no comércio internacional, com quase 3% em 2019, embora em 2014 participou com quase 7% das exportações regionais.
O TRIO MAIOR – Com relação ao Estado, o ouro de Paracatu responde por 54% do comércio internacional de ouro de Minas. Ou seja, Paracatu exporta 54% e os demais municípios mineiros, juntos, 46%. Já a soja de Unaí é responsável por 24% da soja mineira exportada em 2019.
E O CAFÉ – O município maior produtor de café do Brasil, Patrocínio, foi responsável sozinho por 8% das exportações de café de Minas para o exterior. Todos os demais municípios, de todas as regiões de Minas, participaram, juntos, com 92% das exportações mineiras de café.
OS MAIORES MUNICÍPIOS EXPORTADORES – Por causa da exportação de ouro, Paracatu lidera com 57%. Além do ouro, Paracatu exporta também um pouquinho de soja, chumbo e milho. Patrocínio é o vice-campeão na exportação, com 18,2% no comércio internacional de Minas. Nessa participação patrocinense de 18,2%, o café patrocinense é responsável por quase todo o comércio internacional de Patrocínio.
OUTRAS EXPORTAÇÕES PATROCINENSES – Além do café (quase 86% das exportações de Patrocínio), há a soja com 11%, e as carnes com quase 3%. Nesse quesito, a carne suína e derivados se destacam no Município.
PATOS TEM EXPORTAÇÃO INEXPRESSIVA – Em 2019, quanto à participação no comércio internacional, os principais municípios da região tiveram a seguinte colocação: 1º - Paracatu com 57,7%; 2º - Patrocínio, com 18,2%; 3º - Unaí 13,7%; 4º - Carmo do Paranaíba (3,7%), 5º - João Pinheiro 2,7%; 6º - Patos de Minas 1,7%, 8º - Coromandel 1,1%, Vazante 0,4% e Tiros 0,3%. Assim, Patrocínio, Paracatu e Unaí representam 90% das exportações do Alto Paranaíba/Noroeste.
OS DEZ MAIORES PAÍSES IMPORTADORES DA REGIÃO – Acredite quem quiser, o Canadá lidera disparado, por causa do ouro e um pouco, do café. Seguem Suíça (99% das importações é ouro), China (destaque para a soja), Reino Unido (ouro e café), EUA (importação quase toda de café), Itália (café), Índia (ouro e açúcar), Bélgica (café), Japão (café) e Alemanha (café). Fonte: Comex Stat do Ministério da Economia.
PURA VERDADE – Embora a região seja rica, com produção de alto valor (ouro, café e soja, principalmente), há baixo encadeamento para agregação de valor. Ou seja, a industrialização de seus produtos não é na região. Palavras da Fundação João Pinheiro.
ÚLTIMOS DEZ ANOS – De 2010 para a atualidade, a região tem aumentado, ano a ano, sua participação total nas exportações do Estado (6% em 2019). Já o café atingiu o seu ápice em 2014, quando foi o responsável por 25% do comércio internacional da região. A participação da soja triplicou entre 2010 e 2019. À distância, ameaça o café (na atualidade, 20% a 15% para o café). O tão comentado milho corresponde apenas 5% do valor do café no que se refere à exportação.
COMO É A REGIONALIZAÇÃO – A Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas (difícil até para falar) é constituída por 34 municípios. De Patrocínio, Guimarânia, Serra do Salitre e Coromandel, passando por Patos, João Pinheiro, Carmo do Paranaíba e São Gotardo, até Paracatu, Unaí, Arinos e Formoso. É um critério de regionalização “à la Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta”, que compôs a memorável música “ Samba do Crioulo Doido”.
Primeira Coluna também publicada na Gazeta, edição de 16/1/2021.