Patrocinense comemora 63 anos neste 19/03, vivendo um excelente momento em sua história. A MÁQUINA GRENÁ se mantém, invícta há 12 jogos. Na sétima rodada do Módulo II do Mineiro, no dia de seu aniverário de fundação, no clássico "Café X Milho" (CAP e MAMORÉ) venceu o de Patrocinense por por 2X 0, com gols de Léo Mineiro e Dedê, e na casa do adversário. Com este resultado, o CAP, não pode ser mais alcançado pelo quarto colocado na tabela do Grupo B e garante, na pior das hipóteses, a terceira vaga para o hexagonal. 

(Foto André Resende Cunha) Próximos adversários do CAP: Dia 22/03/2017, ARAXÁ, Jogo em casa, no Júlio Aguiar; Dia 25/03/2017, BOA ESPORTE, (A pergunta que não quer calar, será se o Goleiro Bruno, vem  para este jogo em Patrocínio?) e 01/04/2017, UBERABA ESPORTE, em Uberaba..

63 anos... Uma paixão em cor GRENÁ, numa cidade com histórico épico de amor ao futebol. História que precisa ser re/conhecida, resgatada e reverenciada por toda posteridade. Este autor reconhece que é "perna de pau" neste tema. Deveria passar a bola para outro, mais versado. Contudo, "feio é não fazer o gol" (leia-se, deixar que se perca  uma rica memória futebilística) Entro neste campo com reverência. 

ESCOLA DE CRAQUES

É de bom alvitre lembrar que, na linha do tempo, antes do CAP, até, mais ou menos, 1963,  existiu o lendário FLAMENGO DO VEIO DO DIDINO, um time amador, (posto que feito por genuíno amor ao futebol) imbatível nas quatro linhas. "Academia do Futebol" no dizer de Eustáquio Amaral. E  sem dúvida, um  Celeiro de Craques, jamais visto na região. Antes, do FLAMENGO DO VEIO, existiu, até por volta do ano 53/54, o IPIRANGA ESPORTE CLUBE, (FOTO) outro time emblemático, treinado pelo mítico treinado pelo  Tenente Amorim.  Ipiranga dos anos 40, Time  que segundo o Jornal Gazeta, havia quatro anos sem perder em seus domínios. Outro Celeiro de Craques, que marcou época na região. Antes do IPIRANGA, ou, na sua retaguarda, a ESCOLA DOM LUSTOSA. Não apenas uma "Universidade do Caráter",  que, pedagogicamente, preparava os alunos para enfrentar a vida, e o mundo, mas, uma escola, que tinha a atividade esportiva  como  fio condutor para o desenvolvimento integral – físico, psicológico e social da juventude. E como não poderia ser diferente o Futebol, entre outras modalidades,  era o carro-chefe,  predileto da meninotada. Diversos talentos, craques na vida e na bola, foram revelados nos campos desta escola exemplar.

 DE PATROCÍNIO PARA GRANDES CLUBES 

Para se ter uma ideia da força e notabilidade  do futebol patrocinense em outros tempos,  recorro-me  ás informações de  Rondes Machado - um dos ícones do Dom Lustosa, Ipiranga e Flamendo do Veio. Veja alguns nomes que, jogaram uma bola redondinha por aqui, posteriormente, se projetaram em grandes clubes:

MÚCIO, que jogou no Ipiranga, Flamengo do Veio, foi para a Seleção Mineira (Campeã do Brasil), Atlético- MG, Palmeira e outros;

PEDRINHO: Ipiranga, Flamengo do Veio, Atlético -MG, outros;

BOUGLEAUX: Flamengo do Véio, Santos- SP

E jogadores das cidades vizinhas:

PAULINHO ( De Ibiá), Ferroviário,Uberaba, e São Paulo;

CLEVER: ( Do Carmo do Paranaíba) Paranaíba, Mamoré, Atlético -MG, Vasco;

ZÉ MACACO ( De Araguari) Araguari,São Paulo, Portugal, Fluminense- RJ;

HENRIQUE (De Formiga) Vila, Flamengo-RJ

Rondes, prossegue, alista com, "Alguns nomes dos que "poderiam ter sido mas, não foram":

BLAIR: Esteve numa seleção mineiro do interior, da qual  fazia parte o Telê Santana;

 (como jogador);

PICUM:Da mesma seleção;

CAMILO:Nosso Negrinho do Zé Jardineiro. Foi para o Araguari, mas tinha futebol para ir mais longe;

ANTONIO CAETANO: Apelido de Angu, irmão do Múcio, em alguns aspectos melhor do que aquele. Formou-se engenheiro;

NEWTON:Conhecido Peroba. Foi cuidar da vida;

JOSÉ NOVAIS: Apelido Ratinho, idem;

E, com um pouco de condescendência, até este teimoso escrevinhador poderia ter jogado profissionalmente."

A MODÉSTIA DE RONDES MACHADO

Naturalmente no alto de sua mineirice e modéstia, o patrocinnese radicado no Rio de Janeiro,  RONDES MACHADO,(Foto) jamais se incluiria nesta lista, por ele feita, entretanto, fontes confiáveis asseguram que ele, proprio, poderia, ter seguido carreira profissional e  tranquilamente teria sido um dos grandes craques brasileiro, revelado em terras Rangelianas.

O patrocinense /baiano, Sérgio Aníbal de Carvalho, certa feita definiu em síntese a  sua genialidade “Rondes foi um jogador com a rapidez do Romário, a inteligência de Tostão e um finalizador como o Ronaldo Fenômeno”

Aos vinte um anos, Rondes, mudou-se de Patrocínio para Belo Horizonte, três anos depois, seguia para o Rio de Janeiro, onde  se fixou e trabalhou como contador, até se aposentar  na Mineradora Caemi. Carreira super bem sucedida,  diga-se de passagem. 

 BEQUE PATROCINENSE : NÍVEL DE SELEÇÃO BRASILEIRA

Ainda tendo a memória privilegiada Rondes, como fonte, ele pede sempre que se faça justiça. O melhor jogador de Patrocínio de todos os tempos, foi: PAULO TAVARES, (Na FOTO com um pontinho azul) filho do Sr. Secundino de Faria Tavares, patriarca de uma das famílias mais influentes política e culturalmente daquela Patrocinio. Segundo Rondes, que jogou com ele no Ipiranga."Era, jogador completo, superou todos nós, (incluindo os citados que seguiram carreira profissional) em técnica, equilibrio, impulsão, elegância, firmeza, determinação, liderança, enfim, jogador perfeito" Tinha talento e futebol para jogar em qualquer time do país, incluindo aquela seleção brasileira de 1950. A história  do futebol de Patrocinio,que jamais será completa e autêntica,se não render o devido tributo/crédito ao talento e a arte futebolistica do Paulo Tavares.COM ESTE E OUTROS ÍCONES, NO PANTEÃO SAGRADO DO FUTEBOL RANGELIANO, A CERTEZA: PRECISAMOS CRIAR EM PATROCíNIO O "MUSEU REGIONAL  DO FUTEBOL" MÃOS A OBRA!

DE VOLTA AO CAP

 Subiu para a Elite do Mineiro em 1991, valeu a experiência de jogar no Mineirão contra Cruzeiro, Atlético e América. Capegando, em 92, continuou na 1ª do Mineiro. Em 94, lutou, lutou, porém,  foi rebaixado. Na reportagem de capa da Revista Presença, Luiz Antônio Costa, em excepcional cobertura jornalística do time grená da época, dizia: “O grande problema do patrocinense, foi não ter mantido a base de 93. Terminou o campeonato dispensou-se a maioria dos jogadores(...) Outra falha grave,” segundo o repórter. “No início do ano contratou técnico de terceira divisão, sem nenhuma experiênca.” Amadorismo e futebol de elite, não combinam. 

Os maiores  feitos do CAP, foram o título em 2000, da terceira divisão. Neste certame, chegou a vencer com elásticos placares, tipo 8X1 no Paraisense e 8X1 no Manhumirinhense.

 Dois vice-campeonatos, um do Módulo II 1990 e outro da terceira em 2004. Encerrou suas atividades, desde que foi rebaixado do Módulo II 2005, com apenas um ponto conquistado. Incapaz de quitar suas dívidas, no valor de R$ 108.000,00,  o clube fechou seu centro de treinamento, o Centro Olímpico Ninho d'Águia, onde atualmente, foi construído o  46º Batalhão de Polícia, e, por conta desta dívida o time Grená,  não entrou na Segunda Divisão de 2006 ou qualquer torneio estadual posterior...As vezes participando da Taça Minas, terminando em último; as vezes do  Campeonato Sub 20 terminando em antepenúltimo.

SOCIEDADE ESPORTIVA PATROCINENSE

Em 2110, ao invés de  recuperar o CAP, a Prefeitura de Patrocínio, gestão Dr. Lucas,  estabeleceu uma parceria com o Esporte Clube Santo André , surgiu  a Sociedade Esportiva Patrocinense. A SEC, ficou cinco anos no Módulo Dois do Campeonato Mineiro, sendo que por três anos , apenas brigando contra a queda até que em 2016, o clube depois de uma pífia campanha foi rebaixado para a segunda divisão. Cogitou-se  sua volta para disputar o Mineiro de Juniores. Como se vê, não foi desta feita. (Patrocínio vai ter dois times? A cidade comporta?)

PAIXÃO GRENÁ

Curioso que, que no começo da SEP, as cores do time,  eram, azul,vermelho e branco. Mas, o fenômeno grená prevaleceu. O torcedor do CAP, vestia a sua camisa desbotada e ao incentivar o time, o grito de guerra da galera da MANCHA GRENÁ, era “Vamos subir Caapê!” “Vamo subir Caapê!”. Não deu outra, a vibração da torcida, contagiou, venceu. A então, Sociedade E.P. foi mudando o seu escudo e passou a utilizar a cor grená. Até que, tal qual a ave mitológica, a autêntica ÁGUIA, se ergue das cinzas...

 A VOLTA TRIUNFAL DA ÁGUIA

Em  outubro de 2015, depois de 10 anos, sem atividade, (lembrando que de 1965, até 1985,portanto, 20 anos, esteve desativado)  o CAP, está de volta. Um levante de empresários, ex-diretores do Clube Atlético Patrocinense, tendo no leme o empresário Maurício Cunha e Valtinho do Jandaia, e outros parceiros de primeira hora, negociaram a dívida com a Federação Mineira e em 2017, pode se inscrever na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O campeonato em andamento, naquela que seria a "chave da morte" com Mamoré, CAP Uberlândia,Uberaba, Boa Esporte e Araxá, a equipe Grená, se mantém invícta há 12 jogos.17 pontos seguida por  Uberaba Esporte, com 13.  Lembrando que a AVE ÁGUIA tem sido escolhida para representar a soberania, a potência e a altivez. Na realidade, é a mais importante de todas as aves de grande porte. Como diz em Isaias no Livro Sagrado: "Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam." 

PRATAS DA CASA

Se é difícil para qualquer atleta  manter a titularidade no plantel, imagina para os chamados "prata da casa".Tem que fazer milagre, embora se diz que santo de casa não faz. Por isto nosso registro e reconhecimento ao futebol primoroso de NEY DOS REIS. Lateral esquerdo titular do CAP anos 90. Armador e apoiador de fina técnica. Vencendo e convencendo, caiu nas graças da Galera Grená'..A Águia lhe deve muito, NEY!

Outro jogador "prata da casa" é ADEMIR. Hoje o único patrocinense no time. Diversos jogos tem sido escolhido como o melhor em campo. Entrega total no jogo. Marcou gol, contra o Uberaba e contra o Uberlândia. Tem muito futuro.Valorizado, será difícil para o CAP mantê-lo no plantel. Sobre ele, Alex Batista disse:"É um jovem sonhador, cheio de garra determinação,carisma e comprometimento. orgulho da família, dos amigos e de nossa querida torcida patrocinense"

O CAPITÃO E O MAESTRO

O CAPTÃO- Por fim, em trabalho de equipe, com mais visibilidade no futebol, glórias e perrengues, devem ser compartilhadas com o grupo. O time ganha, todos ganham; o time perde, todos perdem. Contudo, não se pode negar a importância do papel do líder. Para o ressurgimento do CAP, foi devido a visão aquilína e o compromisso de MAURÍCIO CUNHA  e sua capacidade de aglutinar parcerias. 

Quando assumiu a direção do TIMÃO GRENÁ, motivado, disse á  imprensa: “Neste dia 21 de outubro de 2015, Deus me confiou mais uma missão presidir o glorioso CAP que estava adormecido , mas com fé e apoio dos companheiros de diretoria e da comunidade Patrocinense, tenho certeza que conseguiremos alcançar nossos objetivos”. Manter um plantel de qualidade como este do CAP, honrar todos os compromissos em dia, não precisa dizer que não é fácil. Mas, o CAPITÃO DO CAP, e sua VALENTE DIRETORIA, vem se saindo com brilhantismo. 

O MAESTRO- A figura do Maestro é de extrema importância na regência de uma orquestra.È ele que faz com que  um grande contingente instrumental siga rigorosamente o tempo rítmico, a dinâmica e o andamento indicado na partitura pelo compositor, é necessário um líder que mantenha a ordem da orquestra, pois do contrário, seria fácil cada músico perder a marcação do tempo em relação aos outros. O Técnico ROGÉRIO HENRIQUE, é o atual  MAESTRO do Time do CAP. Tem feito o TIME GRENÁ, jogar por música. Tem mostrado sua competência, liderança, profissionalismo, sabedoria, equilibrio. Pisa  O PANTEÃO SAGRADO DO FUTEBOL RANGELIANO, com humildade..Não é um técnico sem noção, é estudioso, estrategista. Um vencedor. 12 jogos invicto, fala por ele. Sabe que  nesta carreira se vai de "gênio" a "burro" num segundo, por isto, tem os pés no chão. E com os pés no chão, é o grande MAESTRO, que vai conduzindo a ÁGUIA  a voos soberanos.

(Citações históricas, fonte: Relatos de Rondes Machado e Eustáquio Amaral)