# Milton Magalhães

Caso Escola de Base- Reflexões Sobre Ética na Imprensa..

17 de Setembro de 2017 às 21:12

NO JORNALISMO NÃO HÁ FIBROSE

A  propósito da polêmica¸ entre  o apresentador do Programa Minas Urgente  e o Secretário Municipal de Saúde de Patrocínio, Humberto Ferreira – Bebé, sobre a morte do pequeno Lucas. Adianto que confio no trabalho sério do Bebé. E pergunto: Por que essa gente não vem a  Patrocínio, divulgar positivamente a nossa cidade. A imprensa regional, não está nem ai com Patrocínio. Jamais divulgam nossos eventos, potencialidades, valores e singularidades de nossa terra e nossa gente. Só vem para esculhambar, denegrir e impor suas  bravatas em tom de donos  da  verdade. Como patrocinenses, (independente de cor partidária) não devemos aceitar esta divulgação sensacionalista manchando a imagem de nossa cidade.  A seguir, um pouco sobre este caso e sobre e sobre este jornalismo que, infelizmente tem  feito estragos:

PALAVRAS DO  VICE-PREFEITO

“Infelizmente, mesmo em momentos de profunda tristeza, existem veículos de comunicação sensacionalistas que querem se aproveitar, divulgando informações completamente distorcidas. É preciso mais responsabilidade e respeito pelas pessoas, principalmente em relação aos cuidados da saúde. Que Deus abençoe e console a família enlutada. No vídeo o secretário de saúde esclarece a situação, diferentemente da reportagem do Minas Urgente” Disse em sua página o Vice- Prefeito Gustavo Brasileiro.

PALAVRAS DE MÃE

“Sinto muito estarem usando a morte de meu filho para atacarem os outros .Eu fui nos vídeos que postaram e desmenti e disse que o Lucas teve todo cuidado que podia ter tido .Ficou na uti até a morte, pois assim era necessário. Deixei bem claro para respeitarem a nossa dor por sua passagem. Não dei autorização pra usarem minha imagem para fazer ataques a prefeitura e ao secretário. ME DESCULPEM."(Lilian Machado, Mãe do pequeno guerreiro, Lucas)

 

CASO DA ESCOLA DE BASE- ABUSOS DA IMPRENSA

Sobre abusos da imprensa, coincidentemente, neste último final de semana, estive lendo o livro “O CASO ESCOLA DE BASE,” - os abusos da imprensa, do jornalista Alex Ribeiro. Sobre a qual, a resenhista Renata Bustamante comenta: A obra traz uma preciosa narrativa sobre o comportamento da mídia neste episódio ocorrido em 1994. De forma a esclarecer os bastidores do crime cometido pelo jornalismo brasileiro, o autor apresenta a cúpula de culpados que se esconde atrás das cadeiras de chefia, colocando todo descrédito e culpa em cima dos repórteres, na verdade os menos culpados. Nem sempre onde há fumaça há fogo. Esta é a lição número 1 do livro Caso Escola Base – os abusos da imprensa, do jornalista Alex Ribeiro. A obra traz os erros grotescos da imprensa a respeito de um suposto abuso sexual de crianças cometido por pessoas ligadas à Escola Base, no bairro da Aclimação, em São Paulo. As outras lições? Basicamente, ser ético – na vida pessoal e na profissional.

O caso começou quando Fábio*, de 4 anos, subiu em cima da mãe – Lúcia -, fez alguns movimentos e disse que era assim que o homem fazia com a mulher. Assustada, Lúcia perguntou onde ele havia aprendido aquilo. O menino teria contado que ele e outros amiguinhos da escolinha haviam visto isso. E pior: eles haviam sido fotografados nus e filmados.

Lúcia falou com o marido. Em seguida, procurou Cléa, mãe da Cibele*, que também teria sido vítima dos abusos. A criança teria confirmado a história. O uso da palavra “teria” se justifica porque ninguém mais presenciou as conversas entre mães e filhos. Daí, a histeria foi grande e o caso tomou proporções enormes.

As duas mães foram à delegacia prestar queixa. O delegado foi à escolinha, mas nada foi encontrado. As mães decidiram procurar a TV Globo e começaria o circo que foi o caso Escola Base. Seis pessoas tiveram as vidas viradas de cabeça pra baixo, da noite para o dia: Cida e Ayres (os donos da escola), Paula (sócia da escola), Maurício (marido da Paula), Saulo e Mara (pais de Rodrigo*, que também era tido como vítima).

Daí em diante, foi uma sucessão de erros sem fim. A polícia errou (e muito!) e a imprensa aumentava os estragos. Infelizmente, erros de polícia e da imprensa não são novidades para ninguém hoje. Também não eram em 1994, quando o caso aconteceu. Mas, parte da imprensa brasileira se superou!

Jornais divulgavam como verdade absoluta denúncias não registradas nos autos da polícia, informações sem provas comprobatórias, depoimentos sem fundamentos, fatos divulgados pela polícia sem qualquer critérios de apuração ou compromisso com a ética profissional. Foi um show dos horrores. Em certos momentos, as “verdades” são tão absurdas que poderiam beirar o ridículo se seis pessoas não estivessem sofrendo.

Os acusados perderam os empregos, as casas, a liberdade, a paz. Dias depois, eles foram inocentados. Sim, eram todos inocentes!! A máxima “todos são inocentes até que se prove o contrário” não foi aplicada a eles. A inocência, assim como a acusação, veio por meio de um jornalista: Florestan Fernandes Jr, que foi o primeiro a dar voz às verdadeiras vítimas do caso.

O livro faz refletir sobre o papel que a imprensa tem sobre as pessoas. O caso gerou debates futuros, o que é um ponto positivo. Melhor seria se os debates tivessem como tema um caso fictício. Não teve. O caso Escola Base, lamentavelmente, aconteceu. E, lamentavelmente, seis vidas nunca mais foram as mesmas. O estigma de abusadores de crianças deixado pela imprensa vai acompanhar os acusados até o fim da vida deles, o que já chegou para alguns.

*Foram usados nomes fictícios para as crianças envolvidas.

 

CONSEQUÊNCIAS

As pessoas acusadas no caso passaram a sofrer de doenças  como estresse, fobia e cardiopatia, além de se isolarem da comunidade e perderem seus empregos. Em 1995, Icusiro, Maria, Paula e Maurício moveram uma ação  por danos morais contra a Fazenda Pública do Estado. Eles ganharam as duas primeiras instancias. O processo está em Brasília, aguardando a sentença  final.

Os órgãos de imprensa processados por danos morais são os seguintes:

  - Folha de S. Paulo  - Estado de São Paulo - Globo  - SBT  - Record- Rádio e Tv Bandeirantes - IstoE - Noticias Polpulares  - Veja - Folha da Tarde

Até hoje, o caso é tema de estudos de faculdades e seminários de Jornalismo, direito psicologia, psiquiatria e ciências sociais  como exemplo de calúnia, difamação, injúria e danos morais...

 

NO JORNALISMO NÃO HÁ FIBROSE

No livro “No Jornalismo Não há Fibrose”  de Felipe Pena (professor adjunto da UFF) também dá o que pensar: “No jornalismo, não há fibrose. O tecido atingido pela calúnia não se regenera. As feridas abertas pela difamação não cicatrizam. A retratação nunca tem o mesmo espaço das acusações. E mesmo que tivesse, a credibilidade do injustiçado não seria restituída, pois a mentira fica marcada no imaginário popular. Quem tem a imagem pública manchada pela mídia não consegue recuperá-la. Está condenado ao ostracismo”

 

VIDA LONGA,  RICARDO BRAGA!

Em 1979, ele, RICARDO BRAGA, a convite do empresário “Zezinho da Patrosom” fez um showzasso no estádio Júlio Aguiar em Patrocínio. Na oportunidade, após sua apresentação, Lazinho Lacerda (Profº de violão deficiente visual)  e eu, fomos ao Restaurante Jandaia, mostrar a ele e sua banda, duas músicas de nossa autoria. Logo aportaríamos em São Paulo para gravação do LP, de duas composições nossas inclusas no LP  “Uma Estrela Vai Brilhar,  selo, RCA Victor...Tanto em Patrocínio, quanto em São Paulo, Ricardo Braga, com seu jeito humilde,  foi incrivelmente solícito e atencioso com a gente. Tenho dele, a melhor recordação. Pra quem não se lembra. Em 1978,  Ricardo Braga, que nasceu em Mogi das Cruzes, lança seu compacto Roberto Collection, pela RCA Victor, atingindo a marca de 400 mil cópias vendidas, um furor na época. Roberto Collection é um pout-pourri de músicas de Roberto Carlos. O Fantástico foi o primeiro a revelar um segredo que mexia com a imaginação de milhares de fãs de Roberto Carlos: quem era, afinal, Ricardo Braga, o imitador que vendeu 400 mil cópias em apenas seis meses de um disco com sucessos do Rei? Seu rosto, até então desconhecido do público, foi revelado neste dia. E o cover de Roberto Carlos,  ainda ganhou um clipe especial no programa do Fantástico no dia 28 de maio de 1978. Além de Roberto Collection , gravou, Uma Estrela Vai Brilhar , Ironia, Fotografia, Agradece, Atriz Principal, Lembranças,  Cabaré Sertanejo, Voz de Diamante, diversas gravações em espanhol...Neste, R. B. 13/09,  celebrou nova idade. Parabéns! O Melhor desta vida onde estiver meu inesquecível, amigo!