Futebol. O astral rangeliano está em alta por causa dele. O CAP começa a escrever o segundo capítulo de seu maior momento na história esportiva da cidade. Cidade que canta e se encanta com ele. Desde quando a bola começou a ser tratada com amor e arte. Isso em 1962/1963, com o CAP de Dedão (patrocinense), Jovelino (patense, ex-reserva do bicampeão mundial Orlando, no Vasco), Gulinha (araxaense), Totonho (patrocinense), Edward (patense, que se transferiu para o então poderoso América/BH) e Anedino (patense). E depois?
NOVEMBRO/1990 – Quatro clubes disputaram duas vagas para a elite de Minas. CAP, Araxá, Trespontano e Ribeiro Junqueira de Leopoldina. Deu CAP e Araxá. O técnico Wantuir (ex-Galo) comandou a equipe grená. A Primeira Coluna de 08/12/1990 colocou em destaque “Apoteose de uma Geração”. Naquela crônica, “... a apaixonante torcida patrocinense também recebeu o título de campeã do interior. Em rendas, entusiasmo e fé. O versátil Luiz Antônio Costa recebeu a consagração de melhor narrador envolvendo jogos do CAP.” Portanto, isso há 27 anos!
PROFECIA – Essa crônica daquele inesquecível tempo termina: “... o futuro espera pelo presente. E o presente espera que o futuro faça igual ou melhor.” Em nossa convicção, hoje o CAP encontra-se mais planejado ainda do que pensamos há 24 anos atrás. Somente falta-lhe um bom estádio. Já é hora de pensar no projeto. O estádio Júlio Aguiar é apenas um monumento histórico da cidade.
A ESTREIA NA PRIMEIRA – O Patrocinense estreou em Uberaba, diante do Uberaba Sport, no dia 04/08/1991. Venceu por 1 a 0. O bom técnico Pedro Omar colocou em campo Wellington, Gilmar Barbosa, Edson Shell, Zecão e Euler; Paulo Alan, Elói e Pingo; Joãozinho, Brandão (depois Galo) e Gilmar Santos (Donato).
QUE MULTIDÃO! – Na segunda rodada, CAP e Araxá empataram em 0 a 0, perante a um grande público no Júlio Aguiar: 2.896 pagantes.
TERCEIRA RODADA... – Novo 0 a 0. Mas um recorde de público pagante: 6.049 pessoas. Recorde ainda não quebrado. CAP e Cruzeiro no Júlio Aguiar, em 18/08/1991. Três emissoras de BH transmitiram e elogiaram muito Patrocínio: Itatiaia, Inconfidência e Globo. A equipe esportiva da Itatiaia disse: “– É uma cidade agradável, limpa, clube com grande estrutura, que poderá ser um dos melhores de Minas.” E avisou aos demais participantes: “– Cuidado com esse time. Por tudo isso valeu a viagem”, disse Osvaldo Faria. A festa foi tão bonita que o Cruzeiro pensou em disputar o jogo do returno por aqui mesmo!
E O SUCESSO GRENÁ CONTINUOU – Depois de ir a Poços de Caldas e empatar com a Caldense, por 1 a 1, o CAP voltou ao Júlio Aguiar e derrotou o Fabril (Lavras) por 1 a 0. Gol do extraordinário Dudu, para um público de 2.221 pagantes e renda de Cr$ 3.752.000,00 (moeda da época: cruzeiros).
CAP NA LIDERANÇA – Em setembro de 1991, aconteceu a preparação para a estreia da Águia no Mineirão, que ocorreu em 22/09/1991. Naquela altura da competição do campeonato mineiro, disputado em três grupos, este minifúndio de papel destacou que o Patrocinense encontrava-se em 2º lugar na sua chave (pertencente ao Cruzeiro). E em 4º lugar no “ranking” geral de 18 times (inclusive à frente do América Mineiro). Cada chave tinha seis clubes.
DESTAQUE – E o mais sensacional, no primeiro turno, Patrocínio posicionava-se em 3º lugar quanto à arrecadação, incluindo BH, Uberlândia, Uberaba, Araxá e outras grandes cidades, participantes do campeonato mineiro.
POR FIM (I) – Patrocínio merece a festa que vive. Obrigado ao comando de Maurício Cunha, ao excelente técnico revelação Rogério Henrique, aos craques–guerreiros, e logicamente, AO SENHOR!
POR FIM (II) – Esse sonho que se tornou realidade começou em novembro/1990 e terminou em 15/5/1994, com quase 40.000 pagantes na Pampulha, outro recorde imbatível para Patrocínio. Agora, o sonho/realidade retorna. Que dure o tempo necessário para a nação grená ser feliz. Tomara, per omnia saecula saeculorum.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 20/5/2017.