# Eustáquio Amaral

Coisas Que Patrocínio Não Sabe Fazer

27 de Junho de 2018 às 21:07

Ditado. Um dos mais antigos, mais conhecidos, é praticamente desconhecido no Município. “A união faz a força”. O cotidiano mostra que a vaidade predomina. Parece que a nossa encantadora cidade não é prioridade para ninguém. O futebol, a política e outras atividades urbanas poderiam ter mais brilho se a humildade e a racionalidade pedissem passagem. Vejamos.

ILUSÃO – A mídia rangeliana noticia que Patrocínio tem três clubes de futebol profissional. Tem; não deveria ter. Porém, algumas vírgulas e pontos precisam ser analisados. O glorioso Clube Atlético Patrocinense-CAP poderia reunir os esforços de todos. Inclusive fortalecer suas próprias forças. Pois, primeiro, o CAP, amor de todos, é um clube de verão. Somente joga no verão (janeiro, fevereiro e março). Em segundo lugar, a intenção de reviver o Patrocínio Esporte Clube (anos 1967-1975) é boa na essência (juniores), na fórmula não. O melhor seria o CAP ter sua equipe de juniores disputando também o campeonato mineiro e revelando atletas para a equipe principal. Porque tudo é Patrocínio. E o CAP teria vida o ano inteiro. Com o mesmo custo para a cidade.

BONS EXEMPLOS – Araxá tem uma equipe principal e a sua excelente equipe de juniores. Araguari e Ituiutaba, maiores do que Patrocínio, não têm equipes profissionais. As ricas Uberlândia (tem duas equipes inferiores ao CAP) e Uberaba (uma equipe) mostram que futebol é caro. Patos abriga a grande URT e um Mamoré perambulando agora na Segundona (onde a SEP se encontra).

CONCLUSÃO LÓGICA – Patrocínio não tem caixa para ter três equipes por muito tempo. Tolera-se a presença da Sociedade Esportiva Patrocinense-SEP pois, além de ser clube passageiro (no máximo, três meses), é vinculado a empresários paulistas, segundo as notícias publicadas. Assim, o Município não dispensará tantos recursos como foram para o CAP. Todavia é bom reconhecer que a SEP também promove o nome de Patrocínio, embora muito distante do CAP. E a prefeitura deveria liberar os estádios para a SEP.

O IDEAL – O CAP deveria estar em atividade o ano todo. Seja com a equipe profissional, seja com os juniores, seja até com uma equipe alternativa amadora (disputando torneios amadores). Dessa maneira, Patrocínio estaria muito bem com um só clube de expressão. Para tanto, é necessário unir os esforços em prol de um único projeto no futebol. Esse projeto já tem nome: Clube Atlético Patrocinense-CAP. Basta executá-lo. A URT está aí para dar exemplo.

META – O fortalecimento das ideias esportivas locais, a concentração dos recursos da cidade e o trabalho dos patrocinenses devem visar somente o CAP forte e sua manutenção na Primeira Divisão de Minas. Esse é o grande objetivo. É o desafio.

DEPUTADO – É bom repetir, número de candidatos não satisfaz. Patrocínio precisa é de deputado. Até agora, as forças políticas rangelianas estão bastante dispersas. O ícone Tancredo Neves dizia, quando via ameaças à vitória de seu partido/grupo: “Não podemos nos dispersar”. Isso é muito válido para os patrocinenses.

BRIGAS – Nos últimos tempos, a mídia municipal tem mostrado diversas agressões verbais, troca de acusações, baixo nível, “fake news” e outros frutos da discórdia. Meu Deus! Alguma ideia, como o nepotismo, pode ter defensores e acusadores. Mas, violência e despreparo emocional, como visto, são dispensáveis. Novamente cabe aqui ensinamento de Tancredo Neves: “Quem briga são as ideias; as pessoas não”.

APOSTA – Durante a semana, o médico e vereador Dr. Ari (Arimathea) disse à imprensa local que a querida Santa Casa encontra-se fragilizada financeiramente. Ou seja, não tem recursos. Isso propicia um retorno há quatro anos atrás. Não faltava dinheiro para ela. Eram convênios, PROHOSP, equipamentos e outras benesses. Sempre com a colaboração de um tal superintendente patrocinense da Saúde Estadual. E o que a liderança política da época fez. Virou as costas para quem beneficiava a entidade e apostou nos “cavalos paraguaios”. E deu uma “banana” também para o superintendente. Faltou ética. Faltou gratidão. E o resultado negativo não demorou a aparecer. O cenário atual o demonstra.

POR FIM – Do limão se faz a boa limonada. Os erros cometidos são lições de vida. Por isso, a esperança por dias melhores existe. O CAP campeão, lideranças políticas com consciência patrocinense e entendimento em prol de Patrocínio fazem parte dessa esperança.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 16/6/2018.

([email protected])