DRª VANUSA ESCREVE
Abro nossa coluna com uma crônica da advogada Drª Vanusa Melo Costa Santos. Aqui publicada com autorização da autora. Drª Vanusa, que aniversaria no próximo dia 24, é natural de Araguari, reside em Uberlândia, mas, é admirada, respeitada e querida em toda região, inclusive em Patrocínio. Carismática, competente, gentil e humilde. Drª Vanusa é Diretora Regional da ABA- Associação Brasileira dos Advogados, Comarca de Uberlândia. Seu relato é visceral, verdadeiro...resiliente.
Não é a primeira pessoa que adentra a Basílica de São Pedro e se queda numa epafania, diante da imagem de Pietá.
A dor na face de uma mãe esculpida magistralmente numa pedra. Um momento forte quando encontramos uma dor maior do que a nossa: “Eu nunca mais fui a mesma pessoa” Drª Vanusa, afirma isto na crônica que se segue:
“AUTOBIOGRAFIA
Era 2015, recém separada, resolvi viajar sozinha para a Europa. Na verdade foi uma sugestão da Sandra Thomaz que, a princípio, eu relutei, mas depois, achei que poderia ser uma experiência interessante... E foi assim que uma caipira de Araguari foi verificar se era verdade aquele “tanto de trem” descrito nos livros de história do colégio. E era.
Demorei 45 anos para ir à França. Foi uma espécie de lua de mel comigo mesma. Demora um pouco para juntar dinheiro e coragem para conhecer o velho mundo, já não tão jovem e pior: visitar Paris, solteira.
Mas tudo bem, lá eu visitei um monte de lugares: umas ruas, um rio, um
museu, uns túmulos, uns prédios, um palácio ... e aí eu entrei na Notre-Dame e vi de cara aquele órgão gigantesco! Fiquei ali um tempão pensando em Victor Hugo e suas inspirações literárias atemporais. Neste devaneio com o escritor de “Os Miseráveis” nem notei que havia uma missa acontecendo...Era tudo mágico demais.
Para me retornar ao mundo terreno, abruptamente, uma turista começou a reclamar dos brasileiros fotografando em local proibido... (essas coisas, que só nós fazemos e somos assim reconhecidos em qualquer viela deste planeta...)
Sai dali e fui arrebatada pela visão da Pietà dans le Choeur (retratada antes de Michelangelo). A imagem surge como por encanto à minha frente e, naquele breve instante em que vi a estátua de uma mãe a segurar seu filho morto no colo, percebi que cruzei um oceano aos 45 anos para entender o que é a fé.
Nossa Senhora me indagou naquele instante que durou algumas dezenas de anos: “veja se a sua dor é maior que a minha dor...”
Cai de joelhos e chorei “largada” diante da única cena onde Jesus é retratado e não é o protagonista.
E eu? Eu nunca mais fui a mesma pessoa.
Ou seja, diante da força daquela imagem, em segundos eu voltei a ser o que eu já era, ou tinha sido.
Eu vivi a fé! Isso é mais que sentir, é supra humano, indescritivel. Se quiser dar o nome a isso de “resgate”, você pode. Deve, aliás. Mas para mim isso se chama sorte. Porque, no fundo, estamos todos fazendo um grande círculo, nada fica para trás, voltaremos sempre de onde partimos.
Para alguns, infelizmente, não dá tempo de voltar e fazer diferente, a estes Deus deve ter outros planos.... E é por isso que a morte, como o “mal irremediável” , assusta tanto. Será que teremos tempo? É a pergunta que iremos fazer algum dia, se tivermos sorte.
Mas é assim mesmo.
A vida vai acabar para todos, os que têm ou não têm fé. Simples. É só o mundo sendo o mesmo vasto mundo, aquele mundo dos versos de Drummond, no poema “sete faces”:
“Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.”
E assim, tudo o que há na terra de alguma forma existe para extinguir o homem e a sua memória sobre a terra. Estranho mas quanto mais envelheço e tomo “conhaque” mais entendo as razões disso ocorrer.
Mas a verdade é que há alguns lugares no mundo que, quando você entra, você vira uma outra pessoa. Melhor, você se torna aquela velha pessoa que achou um dia ter perdido, ou se esquecido. Foi assim comigo.
Essa é a beleza da vida, meus amigos, pode ser que tenhamos a chance de mudar o final, mas também pode ser que não...
By Vanusa de Melo
PS: A Nara de Araújo me chamou a atenção para esta transformação outro dia e eu resolvi “descrever” sobre Pietà dans le Choeur (foto/ web) e sobre essa experiência, a qual não tenho um único registro fotográfico. A emoção ficou comigo, só comigo."
EXAME MEDICINA LABORATORIAL
A partir deste 14/01, Patrocínio e região passou a contar com o laboratório “Exame Medicina Laboratorial”. A unidade chega com uma estrutura moderna e diferenciada. A Biomédica, Drª Marcella Borges Xavier Dias responsável pelo empreendimento, recebeu amigos e convidados, na sede do laboratório na Avenida José Maria Alkmin, 58 (Próximo a Santa Casa). Pelo profissionalismo e credibilidade da Dra Marcella, pode ter certeza, “Exame Medicina Laboratorial” chega oferecendo soluções em exames de laboratórios.
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INJUSTIÇA
Dados de avaliação de desempenho dos governadores brasileiros realizada pelo portal G1, ligado à Rede Globo, revelam que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), é o penúltimo no ranking de avaliação dos gestores do Executivo estaduais. Em 26º lugar, Zema ganhou apenas do governador do Acre, Gladson de Lima Cameli (PP). Segundo o levantamento, os governadores brasileiros cumpriram apenas 18% das promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2018.
Liderando ranking aparece o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). Ele conseguiu cumprir 44,11% dos compromissos assumidos com os eleitores capixabas. Zema, por sua vez, cumpriu meros 7,14% das propostas de governo. O que esta pesquisa não fala é Zema herdou um estado totalmente sucateado. Engraçado é ver essa gente comemorando esse resultado, justamente os responsáveis pelo quadro crítico que ai está. Deveriam estar na cadeia, isto, sim.
QUEM FOI
Para quem não sabe, prefeito Enéias Ferreira de Aguiar, era filho do Cel. João Cândido de Aguiar. Filiado a União Democrática Nacional (UDN), administrou Patrocínio na transição da década de 50.
Em sua gestão, nossa cidade passou a contar com a CEMIG, foi criada o DAEPA. Fundou o Sindicato Rural de Patrocínio, construiu o Estádio Júlio Aguiar (Aliás, soube por intermédio de Rondes Machado e Paulinho Constantino que o Sr Eneias, comprou e doou o terreno do estádio para o município ) e fez realizar a primeira exposição agropecuária no município.
Era avô materno da ex- primeira dama do município, Virgínia Coutinho Aguiar Siqueira.
Um prefeito/benfeitor.
Escrevo para que os moradores do bairro Enéias Ferreira de Aguiar, sintam muito orgulho de seu patrono.(Foto, Sindicato Rural de Patrocínio)
A (DECISIVA) ESCOLHA DO VICE
Todos sabemos do importante papel do vice. O ex-presidente Lula só se tornou palatável ao eleitorado a partir do momento em que se despiu daquela carranca, aparou a barba e principalmente aceitou o empresário José Alencar como vice em sua chapa. Não faltam exemplos emblemáticos. Da fatalidade com Tancredo Neves, José Sarney, assumiu o cargo. Do insucesso de Collor, o Vice Itamar Franco e segurou a onda; Vide Dilma, e o sabotador e golpista Michel Temer. A cultura brasileira, no entanto reserva ao vice, papel meramente eleitoral, muitas vezes decisivos numa eleição, mas decorativo, durante o exercício do governo. PATROCÍNIO, já teve vice-prefeitos da estirpe de Amir Amaral, Benedito Romão de Melo, Dr José Figueiredo, Carlos Ibrahim Daura, Profº Amir Nunes, Ildeu Pinheiro, Eduardo Arantes, Lucas Siqueira, Jorge Marra, Fausto Amaral, Betinho e Gustavo Brasileiro. Será se todos foram bem aproveitados? Gustavo Brasileiro, por exemplo, não foi. Em nossa preocupação democrática, torcendo para que o próximo vice, seja quem for, seja cooperador, discreto, administre vaidades, seja atuante, seja de confiança, assuma responsabilidades, (Não apenas de eventualmente , substituir o prefeito) seja produtivo...É sério!
THIAGO X DEIRÓ
A imprensa foi chamada para registrar em letras grandes o reatamento do Prefeito Deiró Marra e o vereador e ex-presidente da Câmara de Patrocínio, Thiago Malagoli. No Portal Rede Hoje, lê-se: “ O prefeito explicou que neste período os dois tiveram vários embates, tanto políticos quanto ideológicos. Segundo Deiró 'ele faz parte do nosso grupo e com certeza vai agregar sua competência e trabalho a nós nestas eleições”, disse o prefeito, acrescentando que que houve foi divergência de ideias e que não houve briga: “o Thiago sempre foi nosso amigo, sou amigo da família”, explicou.” Isto posto, taí um vice- Perfeito. Bom. Parabéns, ao Deiró, parabéns ao Thiago. Não fazia sentido este rompimento. Falando em rompimento, ninguém fala a verdadeira razão do ocorrido. Tem nada com entrevero o secretário irmão do prefeito, Jorge Marra. Seguinte. Antes das convenções para escolha de candidato a deputado estadual, nosso alcaide era visto em todas, na companhia do presidente da Câmara de Patrocínio Thiago Malagoli. A torcida do Corinthians e do Flamengo, juravam, sem medo de errar, TM, seria ungido o candidato do Grupo 40. Não foi. Ninguém entendeu portando, quanto a escolhida foi Marcilene Jacinto. Thiago, nunca mais foi o mesmo. Se isto não é trairagem é o que? Quem não mudaria.
Agora tudo em pratos limpos... Parabéns a ambos!...Será o que conversaram?
ENTRE O OTIMISMO E PESSIMISMO
Imagino o mundo sentado na arquibancada de um enorme estádio. De um lado estão os otimistas e do outro, os pessimistas. Os otimistas cantam, certos que vão ganhar o jogo. Para eles, não resta dúvida alguma. De alguma forma, seja com a ajuda de Deus, com erro do juiz, ou com o melhor desempenho dos jogadores, eles sairão dali dançando e festejando. Os pessimistas também estão convictos. Certos, entretanto, que serão derrotados. Algo de ruim acontecerá. Eles vão se frustrar. Ouve-se menos algazarra. Eles murmuram, reclamam e xingam. Só desabafam porque têm certeza de que a partida já estava condenada mesmo antes do início. Todos corremos o risco, em algum ponto da vida, de querer sentar em um dos lados do estádio – do otimismo ou do pessimismo. O cansaço existencial produz pessimistas. Sucesso momentâneo e paixão por novas ideias e projetos geram otimistas.
Nenhum desses desfraldam a bandeira da utopia. Só os realistas, só os que calçam chuteiras, sabem que o mundo depende de entrarmos em campo. Só quando nos vemos como os protagonistas da história, o sol da justiça desvirginará a alvorada do amanhã. Os que suam a camisa podem ainda não saber como, mas só com eles existe alguma chance da paz estender-se como um lençol sobre a humanidade.(Ricardo Gondim)