Ao comemorar, neste 16/07 o “DIA DE MINAS GERAIS", instituído através da Lei nº 7.561, de 19.08.1979, pelo então, governador, Francelino Pereira, é mais do que oportuno enaltecer a efemérides, realçando as tradições sócio-culturais de Minas Gerais, mas corrigindo uma acintosa injustiça: A poesia “SER MINEIRO”, exaustivamente divulgada, ora como sendo de autoria de Carlos Drumonnd Andrade, (inclusive no site da Rádio Itatiaia, mas lá finalmente, alguém puxou a orelha, eles corrigiram); ora como sendo de Fernando Sabino e até João Guimarães Rosa, quando na realidade, é autoria de um patrocinense: JOSÉ BATISTA QUEIROZ.
O conceituado jornalista Luis Nassif, mineiro de Poços de Caldas, divulgou em seu blog, um texto de Pisquila, no qual disse: “A poesia em questão é de autoria do General de Brigada Reformado Batista Queiroz. Nascido José Batista Queiroz, esse mineiro de Patrocínio registrou a poesia "Ser Mineiro" em 1985, na Biblioteca Nacional. Ele tem o nº de registro e tudo o mais que comprova tal autoria.”... e peço desculpas ao poeta Batista Queiroz, pelas inúmeras vezes que dei o feito a outrem. Bem, com essa confissão, creio ter feito uma justa homenagem ao verdadeiro autor, uma vez que o seu texto possui uma qualidade comparável ao grande Fernando Sabino, o que por si só, já é motivo de orgulho”
EIS O POEMA:
“SER MINEIRO
Ser mineiro é não dizer o que faz,
nem o que vai fazer.
É fingir que não sabe aquilo que sabe.
É falar pouco e escutar muito.
É passar por bobo e ser inteligente.
É vender queijos e possuir bancos.
Um bom mineiro não laça boi com
embira, não dá rasteira no vento, não
pisa no escuro, não anda no molhado,
não estiva conversa com estranhos, só
acredita na fumaça quando vê o fogo, só
arrisca quando tem certeza, não troca
um pássaro na mão por dois voando.
Ser mineiro é dizer UAI e ser diferente; é
ter marca registrada, é ter história.
Ser mineiro é ter simplicidade e pureza,
humildade e modéstia, coragem e
bravura, fidalguia e elegância.
Ser mineiro é ver o nascer do sol e o
brilhar da lua; é ouvir o cantar dos
pássaros e o mugir do gado; é sentir o
despertar do tempo e o amanhecer da
vida.
Ser mineiro é ser religioso, conservador,
cultivar as letras e as artes ; é ser poeta
e literato, é gostar de política e amar a
liberdade, é viver nas montanhas e ter
vida interior. (General José Batista Queiroz)
SOBRE JOSÉ BATISTA QUEIROZ
Natural de Patrocínio-MG. Nasci e me criei numa pequena fazenda. Desde criança até os 16 anos, trabalhei no campo, capinando plantações de café, arroz e milho. Fui candeeiro de carro de boi no transporte da produção. Construí e consertei cercas de arame farpado e ordenhei as vacas leiteiras. Campeei gado nos pastos e toquei boiada. Viajei a cavalo e de carro de boi. Estudei em Escola Rural, distante uma légua e meia (10 Km) da fazenda, fazendo o percurso a cavalo ou a pé. Foi uma vida dura, mas valeu a pena. Aprendi as coisas do sertão. Aos 18 anos, fiz concurso e ingressei no Exército para seguir carreira. Cursei a Escola Preparatória de Cadetes (Campinas-SP) e, depois, a Academia Militar das Agulhas Negras (Resende-RJ), concluindo o curso em 8º lugar. Graduei-me em Administração e Economia pela Universidade do Distrito Federal, onde mais tarde fui professor. Realizei todos os cursos obrigatórios no Exército para a ascensão funcional. Habilitei-me em Inglês e, após seleção, fui nomeado Instrutor na Escola das Américas, pertencente ao Exército dos Estados Unidos e localizada em Fort Benning (GA). Retornando ao Brasil, fui nomeado Secretário Geral da Conferência dos Exércitos Americanos, realizada na Guatemala. Fui responsável pela Segurança de Sua Santidade o Papa João Paulo II, na visita a Maceió-Al. Ascendi ao posto de General e me aposentei, após 42 anos de serviço. Fui Chairman do Programa de Intercâmbio de Jovens do Rotary International., tendo participado de várias conferências internacionais. Viajei com os estudantes intercambistas por todas as Regiões do Brasil.
Sou autor da poesia "Ser Mineiro". Sou membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil. Defendo a democracia e a liberdade. Faço trabalhos em multimídia sobre Poesia, Política e Forças Armadas. Considero-me uma pessoa alegre por natureza. Gosto de dançar. Cheguei a criar um Grupo Country, do qual participava, inclusive em algumas apresentações.