# Eustáquio Amaral

DISPARADAMENTE, PATROCÍNIO É CAMPEÃO BRASILEIRO DO CAFÉ

20 de Outubro de 2024 às 14:42

 

 

        

                                       

 

 

 

Fenômeno. Desde 2011, o IBGE registra a querida Patrocínio como o 1º lugar geral do Brasil no café. Em 2023 (informado agora), não foi diferente. Mas há importante alteração positiva. De campeão passou para campeoníssimo isolado. Bem distante dos demais municípios produtores. Simplesmente, a “quantidade produzida” saltou de 34.859 toneladas de grãos de café para 105.109 toneladas. Ou seja, 302% de aumento em um ano apenas. Em outras palavras, triplicou a produção. Multiplicou exatamente por três. Em 2004, há exatos 20 anos, a “quantidade produzida” de café arábico patrocinense era de 29.990 toneladas. Essa odisseia de Patrocínio na produção de café merece mais por menores.   

 

                              

IMPRESSIONANTE: CARRETA DE DÓLARES! – O “Valor da Produção” de café, em grão, de Patrocínio, atingiu quase R$ 1,5 bilhão (um bilhão e meio de reais). Repetindo, R$ 1,5 bilhão, no ano de 2023. Em números exatos, R$ 1.461.054.000,00. Com toda variação de preço no mercado internacional, e, na produção (oferta menor), 2023 foi o dobro perfeito de 2022, tratando-se do “Valor da Produção”.

 

UM VICE–CAMPEÃO MUITO DISTANTE – Araguari agora é o 2º lugar no Brasil no quesito “Valor da Produção”. Porém, não alcança nem a metade do “Valor da Produção” patrocinense. Os araguarinos embolsaram, em 2023, R$ 615 milhões. Araguari está numa acirrada disputa com Monte Carmelo. Veja bem, no quesito “Valor da Produção” do café, os carmelitanos receberam R$ 613 milhões. Ou seja, empate técnico entre Araguari (2º lugar) e Monte Carmelo (3º lugar). Já no indicador “Quantidade Produzida” de café, em 2023, Monte Carmelo é o 2º lugar no País com 43.700 toneladas, e, Araguari (3º lugar) com 43.365 toneladas. Ambos, seja em “quantidade”, seja em “valor”, têm números bem menores do que a metade do campeoníssimo 1º lugar do Brasil. Que é Patrocínio.

 

OS MELHORES E PIORES ANOS DE PATROCÍNIO – Desde 2004, sem perder em nenhum ano, em nenhuma colheita, o 1º do Brasil, o Município oscilou bastante. Tempo, mercado internacional, política de Governo, podem ter influenciado bastante na oscilação da produção. Na primeira metade do período dos últimos 20 anos (2004-2014) os melhores anos foram em 2012 e 2014, no indicador “Quantidade Produzida”. Já na segunda metade (2015-2023), os melhores anos foram em 2016 (91.673 t.) e o fabuloso 2023 (105.109 t.) Quanto aos piores anos, na primeira metade, foram os anos de 2004 e 2005 (o pior dos piores), que produziu só 28.795 toneladas. Na segunda metade, a pior produção de café foi em 2022 (apenas 34.859 t.), e, no ano de 2015 (41.000 t.).

 

ANO QUE OS “VICES” SE APROXIMARAM – Em 2022 (penúltima safra concluída), enquanto o campeão “patinou” com 34,8 toneladas, Monte Carmelo ultrapassou 28,2 toneladas e Araguari teve 24,3 toneladas. Ainda assim, não superaram Patrocínio.

 

CAMPEÃO TAMBÉM NA ÁREA DE COLHEITA – Nessa informação divulgada, recentemente, pelo IBGE, Patrocínio é o 1º lugar no Brasil, quanto ao quesito “Área Destinada à Colheita”, com 43.130 hectares (um hectare corresponde a 10.000 metros quadrados, ou seja, área de 100 metros de cada lado). Nesse indicador, Monte Carmelo e Araguari distanciam um pouco de Patrocínio. No Brasil, depois de PTC, vêm Manhuaçu, Campos Gerais, Três Pontas e outros municípios. Na história de áreas destinadas ao café no município de Patrocínio, as maiores ocorreram em 2020 e 2023.

 

INDICADOR A MELHORAR – Quanto ao quesito “Rendimento Médio” do café em grão, o campeão e os vices deixam a desejar. No Brasil, Araguari (61º lugar), Monte Carmelo (144º) e Patrocínio (150º lugar). O “Rendimento Médio” patrocinense é de 2.437 kg/ha (quilo por hectare). Para se ter ideia, em diversos municípios de Rondônia são produzidos mais de 5.000 quilos por hectare. Em municípios mineiros, de menor expressão em tudo, essa produção por hectare, em média, ultrapassa 3.000 quilos. Todavia há esperança “no ar”. Isso porque em 2023, também foi o melhor ano para Patrocínio no “Rendimento Médio”. Saltou de 944 quilos por ha em 2022 para 2.437 quilos em 2023 (embora, em 2016, o “Rendimento Médio” tenha sido maior). Que continue melhorando. Há conhecimento para tanto.

 

CURIOSIDADES DO ALTO PARANAÍBA: CAFÉ – A quantidade produzida de Serra do Salitre corresponde a menos de 25% da quantidade de Patrocínio. Patos de Minas chega a produzir 15% da produção patrocinense. Em 2023, 16.300 toneladas foram produzidas pelos patenses. E Coromandel, um pouquinho mais: 17.300 toneladas. Enfim, podem reunir (juntar) as produções de Monte Carmelo, Patos de Minas, Coromandel, Serra do Salitre e de todos os demais municípios do Alto Paranaíba, que não superam a produção de Patrocínio.

 

E VARGINHA? E GUAXUPÉ? – Comparada com a produção de Patrocínio (105.109 t.), Varginha e Guaxupé passam muita vergonha. Muita mesmo! Na prática, produzem só para consumo de cada cidade. Varginha produz 13,8 toneladas (menos do que Patos de Minas) e Guaxupé 4,7 toneladas. Todas as duas, tratando-se de comércio nacional e internacional, não produzem nada, nadinha. Mas lá estão as indústrias e os “barões” do café.

 

LIÇÃO PARA PATROCÍNIO – É o supercampeão do Brasil. Todavia não tem indústrias, nem a liderança empresarial do capital (dinheiro) vindo do café.

 

 

([email protected])   ***   Primeira Coluna também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 19/10/2024.