Censo. O de Patrocínio e região, sobretudo, está aí para ser discutido. E, principalmente, analisado. Ou seja, retirar das informações levantadas pelo IBGE, instrumentos para se ter políticas públicas estruturantes. Pois, populismo é ação dolosa. E o sonho de 100 mil habitantes é pouco produtivo. Pra não dizer de pouca sustentação técnica. Melhor mesmo foi o registro de 89.826 habitantes em 2022 (arredondando 90 mil habitantes). As primeiras reflexões sobre os números do Censo são interessantes. Tais como as diversas cidades da região que diminuíram a sua população, o ritmo de crescimento de domicílios (residências) é enorme, e, a população é atraída para onde tem melhor atividade econômica e logística urbana (escola, saúde, comércio, emprego, etc).
* CARMO DO PARANAÍBA DIMINUIU A POPULAÇÃO - Mesmo com a sua importante cafeicultura, o município carmense perdeu mais de 700 pessoas nos últimos doze anos. Passou de 29.735 hab. (2010) para 29.011 hab. (2022). Ou seja, taxa de crescimento populacional negativa (-2,4%).
* MAIS CIDADES NA REGIÃO QUE PERDERAM GENTE - Lagamar viu mais de 1.000 pessoas se mandarem para outros municípios. Abadia dos Dourados passou de 6.704 hab. para 6.272 hab. (2022). A grande Estrela do Sul do passado assistiu a quase 1.500 habitantes mudarem para outras cidades (Uberlândia, principalmente), pois passou de 7.446 hab. para 6.840 no período 2010-2022. A mesma coisa aconteceu com a querida terra santa de Romaria, e, Indianópolis. E a maior ‘‘bomba’’ fica por conta da boa vizinha e relevante cidade da ferrovia, Nestlé e Rei Ambrósio: Ibiá. Perdeu mais de 1.000 pessoas (23.218 hab. em 2010 x 22.229 em 2022). Campos Altos, Pedrinópolis, Guarda-Mor e muito mais de uma centena de municípios mineiros tiveram redução de habitantes.
* O BOM CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO PATROCINENSE - ‘‘Bom crescimento’’ significa aumento na medida certa. De 2010 (82.471 hab.) para 2022 (89.826 hab.) a população de Patrocínio aumentou 8,9%. É salutar recordar que em 1970, a população era de 35 mil e pouco. Em 50 anos aumentou mais de 254%. No começo deste século a evolução populacional do município começou a demonstrar adequada moderação. Pois o Censo de 2000 registrou 73.130 hab. Já em 2010 e 2022 os Censos confirmaram o ritmo (taxa) de crescimento populacional de país desenvolvido. Nesse aspecto, Patrocínio evoluiu.
* CRESCIMENTOS MAIORES E SUAS RAZÕES - O grande centro socioeconômico do Triângulo, Uberlândia, teve aumento de 18%. É a migração de outras cidades para lá. Patos de Minas aumentou a população 14,4%. Araxá, por sua vez, 19%, devido atração de suas indústrias e mineração. Mesma taxa de Perdizes, face ao agro. Monte Carmelo e Coromandel, sem muita atração de emprego, tiveram aumento populacional (taxa) de 4% (a metade de Patrocínio). E Serra do Salitre, em consequencia de seu complexo de fosfato aumentou a sua população em quase 12% entre os dois censos. Hoje já são 11.800 habitantes. Pouso Alegre, lá no Sul de Minas, cresce cada vez mais, em decorrência do fator indústria.
* QUASE TRÊS MORADORES POR CASA - A média de moradores nos domicílios particulares e permanentemente ocupados (residências) é de 2,8 moradores em cada domicílio. No total são 38.570 domicílios em Patrocínio. Araxá, por exemplo, tem 9.000 domicílios a mais (47.580 residências).
* PATROCÍNIO PERDEU POSIÇÃO - No ranking dos municípios mais populosos de Minas Gerais, no Censo de 2010, Patrocínio ocupava o 39º lugar. No atual Censo de 2022, passou para o 41º lugar. Isso não tem importância nenhuma. O 1º lugar, é claro, continua com Belo Horizonte, seguido de Uberlândia (2º), Contagem e Juiz de Fora. Patos de Minas é o 16º lugar, com Pouso Alegre próximo (17º). Da região, continuam à frente de Patrocínio, em ordem, Araguari, Araxá, Ituiutaba e Paracatu. Atrás de Patrocínio, bem distante, Monte Carmelo (75º), São Gotardo (82º) e Carmo do Paranaíba (120º).
* AINDA FALTA DIVULGAÇÃO DE MUITOS DADOS - O IBGE, ao longo do ano, deverá publicar mais informações desse Censo, tais como religião, cor, idade, instrução escolar e salários. Então, é aguardar. Sem sofrer...
* POR FIM - O resultado do novo Censo não abalou a estrutura socioeconômica patrocinense. Resultado que pode ser considerado favorável. A população aumentou. A densidade demográfica também (em 2010 era de 28,69 hab/km², hoje é de 31,25 habitantes por km²). Sigamos. Patrocínio precisa é de mais emprego (não temporário), mais indústria, maior PIB per capita. E menos festas, menos ilusões.
[email protected] *** Primeira Coluna também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 08/07/2023.