Em outubro próximo a Estação Ferroviária de Patrocínio celebrará 100 anos de instalação. Sem dúvida, um marco histórico digno de ser lembrado...Mesmo sendo um patrimônio tombado, hoje, ela se encontra derrubadinha, prédio bem descaracterizado, mas, a sua imensurável importância para o desenvolmento do município, nem pode ser aquilatada. Muito antes de rodovias como o BR 365 que hoje corta o município...100 anos! Quantas e quantas histórias! Dona Toniquinha Lemos Borges, em uma crônica publicada no Jornal Estado Minas, em 1996, lembra que uma viagem de Maria Fumaça para a capital Belo Horizonte, durava 24 hs." Para viajar no carro de primeira classe, era exigido chapéu para os homens e boina para as mulheres. Amizades, através de "bons pate papos logo se arranjaram"
Na década de 1950 o Brasil optou pelo sistema rodoviário como forma de alavancar o seu desenvolvimento, a medida simplesmente sucateou a malha ferroviária em todo país..A malha ferroviária foi passando de mãos em mãos, até ser privatizada:
E. F. Oeste de Minas (1920-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996), FCA e VLI, criada em 2010 para reunir, em uma só companhia, todos os ativos de carga geral da Vale...
O trem passageiro circulou pela última vez em 1978. Hoje somente o trem de cargas circula nos trilhos que corta a cidade. Em qualquer hora do dia ou da noite, ouve-se o apito estridente das locomotivas pedindo passagem, abarrotadas de minérios, produtos siderúrgicos, agrícolas e fertilizantes...Falando na Vale/Mosaic, garanto-lhes que se procurada, esse mega empresa global faria a revitalização desse patrimônio histórico e entregaria á população patrocinense.
Cem anos...o que será feito para comemorar..(Se vc tem ai uma crônica saborosa sobre trem e nossa velha estação envia pra gente publicar) Foto: Edvaldo Ribeiro..)
ALGUNS COMENTÁRIOS VIA REDE SOCIAL:
JOÃO BATISTA QUEIROZ: " Não sei se facfível ou não, mas penso que uma comemoração condigna, além da restauração da gare, devia incluir a restauração de uma composição que fizesse o percurso BH / Patrocínio conduzindo autoridades e convidados especiais. Quem sabe essa viagem comemorativa podia transformar-se em despertamento do propósito de recriar essa saudosa modalidade de transporte de pessoas? Entre outras vantagens lembro o despertamento do turismo e a restauração do Hotel de Serra Negra!"
ROSANA GUARDA: " Eu cheguei a viajar com minha saudosa Tia Lucia Guarda para Brasília, eu era muito pequena, mas recordo sim...essa nossa terrinha tem muita coisa pra se contar e relembrar...é uma pena que esquecidas e largadas de lado...vc Milton Magalhães sempre colocando em voga boas recordações para mexer com a nossa memória...Parabéns!!! "
HUMBERTO CORREIA: "Quando o trem parar na estação eu sentirei no coração a alegria de chegar..... Assim define o cantor Agnaldo Timóteo. Vamos fazer algo, afinal são ???? anos de trem. Eita trem bão, O trem que passa o trem que vem o trem que volta trás o meu bem. Que trem bão sô!!"
MARISE BOAVENTURA: "Já fui para Goiânia qdo criança , com meu pai e minha mãe . Me lembro vagamente, q havia os melhores vagões que eram de primeira classe.E tbem a segunda classe. Eu era menininha. Mas ...me lembro."
NEIDE CARVALHO: "Mesmo derrubadinha sempre que vamos aí nos rende bons momentos nostálgicos e fotos marcantes"
TEREZINHA PONCIO: " Milton, sei de todas essas histórias por causa do meu marido Antonio Augusto. Ele tem orgulho em contar as histórias daquela época. Viajou, várias vezes, para BH, com seus pais.
E esss casa da esquina, que agora é APAC, era uma pensão que abrigava os passageiros que desciam da locomotiva e lá pernoitavam. Muita história e, infelizmente, muito descaso. Abraços"
RONDES MACHADO: "Oportuníssima sua mensagem sobre a centanária Estação Ferroviária, através da qual se conta parte importante da história da cidade, memória a tempos relegada ao descaso pelas administrações municipais e empresas públicas e privadas que exploram a concessão ferroviária. O prédio está semi-destruído e desfigurado. A mais brutal e insensata multilação foi o fechamento com a alvenaria (tijolo/reboco) da porta principal da entrada da estação. Um prédio público sem porta de entrada. Quer visitar centenária Estação Ferroviária? Impossível, não tem porta para entrar. Ou pelo fundo...
Importantíssima sua mensagem e infelizmente coincidindo, ao mesmo aspecto de descaso com a memória histórica, com incendio de imensurável proporção que destruiu o musel nacional aqui no Rio na noite passada. Porta arrombada e agora o que fazer? Ai, o prédio não desmoronou. Tem uma porta "tapada" irregularmente a ser arrombada, enquanto é tempo, seguir sua sugestão para recupera-lo como um patrimônio da cidade.
Abraço, Rondes. (Rio, 04/09/2018)