Por ocasião dos 177 Anos de Patrocínio, muitas serão os tributos e homenagens. Não vamos ficar de fora. Nossa coluna na Gazeta de Patrocínio, desta semana,(06/04/19) traz uma uma crônica poética de nossa Filha, Melva Magalhães. É orgulhoso, que se fala, né ?:
EXISTE MUITO AMOR POR PTC
Aquele lugar que tem o Cristo Redentor e não me refiro ao Rio de Janeiro. A 591 km de distância deste, está situado o Cristo bem no alto da Serra do Cruzeiro. Da maravilhosa cidade que nasci, Patrocínio. E não me refiro a Patrocínio Paulista, em São Paulo, me refiro a cidade que, embora não esteja in loco, sinto cheirinho da capital do café do cerrado à quilômetros de distância e das arquiteturas com variedade de estilos, praças que afagam a alma: É Patrocínio, Alto Paranaíba.
Em 07/04, lembro que estará com seus 177 anos de muita história na bagagem e comigo no bolso. Acomoda um povo conhecido por sua hospitalidade e é o berço da minha infância. Além de hospitaleiros, acrescentaria outro quesito nas qualidades... somos todos muito orgulhosos da nossa cidade natal.
Vou convivendo e entre uma ou outra esquina, escuto perguntas e afirmações diversas: “Cidade muito limpa, igual Araxá.”; “Precisamos aprender tudo sobre o café e iremos conhecer a sua cidade.”; “Já foi nas cachoeiras? Ouvi dizer que são lindas”; “Cidade do Lucas Lucco, né?” e a clássica: “Você é de lá? O primo da minha ex é; a família do meu padrasto toda é de lá; o meu colega de trabalho é de lá, você deve conhecer ele então”, entre outras. Esta é a visão de quem já ouviu falar, porém temos características muitos particulares, muito nossas. Concordaria em gênero, número e grau aquele que reside longe, listando as lembranças e vontades com a importância e grau de intensidade que lhe é devida.
Na minha lista, o topo é a tranquilidade. Ela é de longe a que sinto falta. Tem lugar que é só nosso, inspira paz, textos e ruas que já foram minha terapia. Quem mais saberia as particularidades pelas quais você passa?
A vida é um movimento, um constante movimento. As cidades percebem isso quando pelas ruas caminham diferentes sapatos que trazem pessoas de diversos lugares. Prá lá e pra cá, em constante movimento. Tenho um enorme carinho por ela e sei que a cidade está pronta para me receber de volta. Talvez, com um olhar de estranhamento, daquele que não se vê a tempos, mas honrará com a melhor qualidade, qual seja, sua hospitalidade.
Dá para se imaginar, lendo “A arte de ser feliz” em uma janela do bairro, no Morada Nova de preferência:
(...)
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles
Entender o lugar que vivemos e, sobretudo o lugar que nascemos sempre terá sua importância reservada, é exato naquilo que se propõe a oferecer e deixa saudades em quem passa.
E parafraseando o cantor Criolo que diz: “Não existe amor em SP”, eu digo “Existe muito amor por PTC”.
(Uberlândia, Melva Magalhães)