Líder. O Município continua sendo um na produção de leite. Na semana passada, o IBGE divulgou a pesquisa, referente à pecuária municipal de 2021. Município por município. Além do leite, Patrocínio se destaca quanto aos suínos. E um pouco também na aquicultura, especificamente na quantidade produzida de tilápia. Já na criação de outros animais é queda vertiginosa. Quase inacreditável.
QUARTO MAIOR DO BRASIL – Tanto na quantidade produzida de leite como no seu valor de produção, Patrocínio mantém o quarto lugar no Brasil. Em 2021, produziu 163.951.000 litros de leite de vaca. Essa espetacular produção também colocou Patrocínio no 2º lugar em Minas. Sim, vice-campeão mineiro do leite. Apenas superada pela produção de Patos de Minas, medida em 206 milhões de litros. Em termos nacionais, dois municípios do Paraná superam a dupla do Alto Paranaíba: Castro (381 milhões de litros) e Carambeí (228 milhões), respectivamente 1º e 2º lugar no País.
O DINHEIRO BRANCO – O leite patrocinense rendeu R$ 350 milhões, ou seja R$ 349.216.000,00. O campeão mineiro (Patos de Minas) arrecadou R$ 442 milhões. O 3º colocado no Estado, o vizinho Coromandel, teve a sua produção leiteira (128 milhões) gerando R$ 288 milhões. Assim, em ordem, Patos de Minas, Patrocínio, Pompéu, Lagoa Formosa e Coromandel dominam o leite mineiro. Com folga.
PRODUÇÃO PATROCINENSE – Nos últimos vinte anos, Patrocínio mais que dobrou a sua produção de leite. Em 2004, era quase 80 milhões de litros, teve o seu ápice em 2019 e 2020 (principalmente), chegando em 2021 com a produção de 164 milhões de litros de leite, com ligeira queda. Entretanto, o valor em reais subiu de R$ 90 milhões (2004) para R$ 350 milhões (2021). Mais de três vezes e meia maior. Registra-se que no ano passado o preço médio do leite teve aumento de 21%.
VACA ORDENHADA: DESTAQUE MENOR – Interessante. Em 2021, havia 26.752 cabeças de vaca ordenhada no Município. Com isso, nesse quesito, Patrocínio cai para o 7º lugar em Minas e 29º no Brasil. Mesmo nessa variável, Patos de Minas continua líder, mas Patrocínio é ultrapassado por Lagoa Formosa, João Pinheiro e cidades de outras regiões mineiras.
BOI E VACA: BOM E POUCO EXPRESSIVO – Em 31º lugar em Minas, o rebanho bovino patrocinense é composto de 109.985 cabeças. Isso corresponde a 25% do município de Prata, líder no número de bovinos em geral (400 mil cabeças).
REBANHO DE PORCOS – Com 165 mil cabeças, Patrocínio tem o 6º maior número de suínos de Minas Gerais. O que é expressivo. Uberlândia, com número quatro vezes mais, é o 1º lugar. Patos de Minas é o 2º lugar com 282 mil cabeças. As outras cidades do Estado que superam Patrocínio são Urucânia, Pará de Minas e Jequeri. Entretanto, o atual rebanho patrocinense é o maior na história municipal. Apenas o que se refere ao ano de 2013 ficou próximo.
MERECE ATENÇÃO – Já o rebanho de matriz suína caiu de 2013 (eram 14.000 cabeças) para 2021 (agora são quase 10.000 cabeças). Ainda assim, Patrocínio encontra-se no 7º lugar em Minas, com 9.900 cabeças de matrizes, segundo o IBGE. Patos de Minas tem o dobro (2º lugar) e o campeoníssimo Uberlândia, quatro vezes mais.
TEM PEIXE, SIM SENHOR! – A quantidade produzida de tilápia, em 2021, no Município atingiu 79 mil quilos. Isso proporcionou o 33º lugar no Estado, que é liderado por Morada Nova de Minas com quase 14 milhões de quilos de tilápia. Na região, apenas Araguari é importante (quase 2 milhões de quilos). A produção patrocinense em 2021 é modesta, porém é significativa em termos de consumo regional. A comercialização consequente correspondeu a R$ 632 mil. De 2017 a 2021, a produção de tilápia em Patrocínio permaneceu no mesmo patamar. Nem aumentou nem diminuiu.
CADÊ OS GALINÁCEOS? – O rebanho galináceo (galinha, galo, frango, peru, perdizes, etc.) patrocinense foi reduzido de 200 mil cabeças em 2012 para só 40 mil em 2021. Galinha, especificamente, caiu de 60 mil para o pífio 20 mil. Ou comeram ave demais ou deixaram a sua reprodução de lado. Algo aconteceu, ainda não explicado.
BURRO E CAVALO SEM PRESTÍGIO – Em 2010, também segundo o IBGE, Patrocínio tinha 5.000 cabeças de rebanho equino (cavalo, égua, jumento e outros similares). Onze anos depois (2021), passou apenas para a metade (2.500 cabeças).
CARNEIRO E BODE: RABEIRAS DA “SÉRIE B” – Patrocínio tem tão somente 132 caprinos (cabras e bode), o que posiciona o Município no distante 150º lugar em Minas. Em 2010, tinha 220 cabeças. Já o número de ovinos (ovelha e carneiro) é “menos pior”. Em 2021, havia 400 cabeças. Contudo, em 2010, existiam sobre o chão patrocinense 1.100 cabeças. Portanto, nem cabra nem ovelha estão bem, quanto à sua atual quantidade no Município.
MAIS “BAQUES” ENTRE OS ANIMAIS – O pequeno rebanho bubalino (búfalos) de Patrocínio caiu pela metade de 2010 para 2021 (de 85 para 40 cabeças). Até mel de abelha caiu pela metade. Ou seja, de 8.000 quilos em 2010 para 4.000 quilos em 2021.
POR FIM – Este é o mais perfeito retrato da pecuária de Patrocínio. E muito recente. O leite é a alegria. Embora sua grandeza indique a necessidade de indústrias lácteas de seu tamanho, de sua pujança. A tristeza fica com a redução de rebanho dos demais animais. Sigamos...
([email protected]) *** Primeira Coluna publicada também na Gazeta de Patrocínio, edição de 01/10/2022.