Incrível. O famoso diamante “Estrela do Sul”, o sexto maior do mundo, com 128,48 quilates, tem muito a ver com Patrocínio. Segundo a Rádio França Internacional, ele foi uma das atrações da 22ª edição da Bienal de Antiquários, realizada em Paris, no mês de setembro de 2004. Foram 111 expositores no Carrossel do Museu do Louvre. Eram obras de arte, móveis e joias raras colocadas à venda. A seguir, mais um pouco da histórica pedra preciosa patrocinense.
TRAJETÓRIA – O “Estrela do Sul” foi descoberto por uma escrava na mina de Bagagem, no rio de mesmo nome. Isso em 1853. Na época, o peso da pedra era de 261,24 quilates (o dobro do atual peso). O primeiro comprador ingenuamente repassou a pedra por apenas 3.000 libras esterlinas. Depois de diversas negociações, foi adquirida em Amsterdã (Holanda) por 35 mil dólares. Na capital holandesa foi talhado na sua forma atual. O seu grau de pureza é um dos maiores do mundo. Depois, a empresa francesa Halphen & Associates comprou o diamante. Esteve na exposição de Londres em 1862 e, de Paris em 1867. Alguns anos, mais tarde foi vendido por 400 mil dólares para o príncipe de Baroda (Índia). Desaparecido por quase todo o século XX, reapareceu em 1999 com outro indiano também de Mumbai. Em 2004, a tradicional Casa Cartier (joalheiro francês) o colocou à venda no Brasil, que terminou no dia 28 de setembro.
FOLCLORE – A escrava que achou o “Estrela do Sul” teria conquistado a liberdade e obtido renda vitalícia. A movimentação diamantina da então Bagagem atraia gente importante como a lendária D. Beja de Araxá, que por algumas vezes, passou por Patrocínio. Teria fixado residência na Bagagem.
A VINCULAÇÃO – Segundo os historiadores, quando o famoso diamante foi descoberto, Bagagem pertencia ao município de Patrocínio. Portanto, a pedra é patrocinense de nascimento. A emancipação do distrito de Bagagem se deu em 1856, no dia 30 de maio. Em alusão ao diamante, o novo município passou a ser denominado Estrela do Sul (emancipado de Patrocínio).
RETRATO – Nesse período de 1852-1853, diversos bandos de marginais se organizaram para saquear os viajantes nas estradas. Era intenso o tráfego de pedras preciosas. O roubo e a violência somente terminaram quando foi formada a força de bravos voluntários de Patrocínio. A pé e a cavalo, venceram o mais perigoso dos bandos que espalhava terror na região. Patrocínio, além de município diamantino, foi o principal ponto de apoio na interligação de Goiás com Pitangui, Sabará e Vila Rica (Ouro Preto). Nessa ocasião, Patrocínio ainda não era cidade. Era o município denominado Vila de N. S. do Patrocínio.
FINAL – Assim, Araguari, Estrela do Sul, Monte Carmelo, Coromandel, Patos de Minas e Iraí de Minas, dentre alguns, já fizeram parte do município de Patrocínio de outrora.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 3/11/2018.