# Eustáquio Amaral

Futebol de Outrora: Mais Uma Saudade

13 de Junho de 2019 às 14:20

História. Cada pessoa escreve a sua. Romeu Malagoli, conhecido também por Romeuzinho, por meio de sua vida, com a bola, é autor de algumas inesquecíveis páginas rangelianas de priscas eras.

ANOS 60 – Talentoso camisa 10, Romeuzinho vestiu a camisa do incrível Flamengo nos longínquos anos de 1961/1962. Integrou aquela equipe eleita como Academia do Futebol regional, liderada pelo técnico/dirigente Véio do Didino.

E MAIS... – No dia 1º de maio de 1962 vestiu a 10 da Seleção de Patrocínio, que jogou contra o então poderoso América Mineiro, base da Seleção Mineira. Com a quase totalidade de atletas do Flamengo, sob comando de Véio, a histórica equipe, puro sangue patrocinense, assim foi escalada para a inauguração do Estádio Júlio Aguiar: Dedão, Gato, Calau, Macalé e Manoelico; Rubinho, Peroba e Romeuzinho; Dizinho, Totonho e Ratinho.

PRAZER – Dava gosto de ver esse time atuar. Dava gosto de assistir à classe de Romeuzinho. Toque e domínio perfeitos. Tanto é que quase todos os craques foram contratados pelo Clube Atlético Patrocinense – CAP, alguns meses depois da inauguração.

JÁ EM 1963 – O CAP, sob o comando dos irmãos Félix, se organizava para a sua primeira grande fase de sua vida esportiva. Mas Romeuzinho, Calau, Ratinho, Manoelico e Peroba optaram por destinos diferentes, algum tempo após. Nisso, Romeuzinho mudou-se para Belo Horizonte. Daí, atuou pouco pelo CAP.

AINDA NA DÉCADA DE 60 – Romeuzinho vestiu a camisa do (acredite!) fortíssimo Villa Nova, de Nova Lima. Por pouco tempo, diga-se de passagem. Depois participou de treinos no Cruzeiro E. C., pelo qual tornou-se torcedor fanático. Ainda atuou por um clube de futebol de salão (sua outra paixão), onde também jogaram outros patrocinenses bons de bola, em BH.

OUTRA HABILIDADE – Gostava de política. Por isso, foi secretário municipal de dois prefeitos patrocinenses de peculiaridades distintas: Júlio Elias e Silas Brasileiro. Isso nos anos 80/90. Em ocasião mais recente, Romeu trabalhou numa empresa do ex-senador, ex-vice-governador de Minas e ex-prefeito de Patos de Minas, Arlindo Porto. Esse gentil patense, com amigos e familiares em Patrocínio, formou sociedade com patrocinenses, nessa empresa, na capital mineira.

O FINAL – Romeu Malagoli faleceu dia 18 de maio (sábado) em Belo Horizonte, onde residia próximo à sede administrativa do Cruzeiro, acometido de um AVC. No dia 03 de junho faria 75 anos. Deixou a esposa Mariângela Cardoso, também patrocinense, três filhos, netos e oito irmãos. O atuante vereador Thiago Malagoli é seu sobrinho.

TESTEMUNHO – Do artístico time que inaugurou o Júlio Aguiar e encantou as tardes de domingo, nos anos dourados, por meio do Flamengo (do Véio), apenas Totonho Figueiredo e Gato sobrevivem. Felizmente. Entretanto, na memória todos sobrevivem. Pois, são eternos.

 

PALAVRA FINAL

 

IMAGEM CAÓTICA – Os jogos do glorioso CAP transmitidos pela TV ou streaming (a RedeHoje o faz, pela internet, no Campeonato Brasileiro de Futebol da série “D”) mostram na telinha, além do jogo propriamente dito, apenas o negativo e feio barranco. A arquibancada não é vista. A mídia informa que o prefeito Deiró tem intenção de construir sobre o barranco. Todavia, até lá é preciso melhorar a imagem. Com urgência. Ou plantando grama, ou pequenas árvores, ou até flores. Nossa amada Patrocínio é muito mais do que esse barranco na tela. É uma linda cidade, maravilhosa, com bom estádio. Que nossos técnicos e empresários colaborem com a Prefeitura nesse projeto de revitalização do Estádio Pedro Alves.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 1/6/2019.

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