# Eustáquio Amaral

Glorioso CAP, Ano 64

25 de Abril de 2018 às 21:29

Aniversário. Quem comemora o seu é o Clube Atlético Patrocinense. Dia 19 de março ele completou 64 anos, oficialmente. Fundado em 1954 por patrocinenses apaixonados pelo futebol, dentre os quais José Luiz da Silva, que teve quatro irmãos craques da bola (o excelente zagueiro Calau é um deles). Em termos de existência, o CAP, tem 70 anos. Pois, no final dos anos 40 já enfrentava adversários da cidade, segundo a história falada, de geração em geração. Em vez de receber presente, a querida equipe de Maurício Cunha deu um presente para a nação rangeliana. E que presente! Classificou-se para as quartas de final do campeonato mineiro e para a série D do Brasil (2019). Além de se manter na elite mineira. É a maior conquista da história do futebol de Patrocínio. É providencial falar mais um pouco sobre essa façanha.

OS GRANDES DE BH – Os quatro jogos com as equipes da capital mostraram o poder grená. O América venceu por 2 a 1, no Estádio Independência, porém mais por falhas pontuais do CAP do que por domínio americano da partida, que foi do Patrocinense. Também no Independência, o Galo tem que dar graças a Deus pelo placar de 2 a 2. Mesma coisa pode ser dito para Cruzeiro no Estádio Pedro Alves do Nascimento. Embora tenha sido 1 a 1, o CAP merecia resultado melhor. Já no Mineirão, o Cruzeiro dominou sem tanta objetividade (2X0). Pois o CAP soube portar-se na defesa, mas faltou alguém no jogo de sábado, dia 17/3/18. O time jogara e jogou (até então) em função da velocidade e oportunismo de um jovem craque: Ademir. Se ele tivesse atuado, poderia ter sido diferente. Mesmo assim, não há o que reclamar.

A TORCIDA DE PATROCÍNIO – Presença espetacular no confronto com o Cruzeiro, na cidade. Ver cerca de 7.000 pessoas no estádio tornou-se uma imagem histórica. No Independência, os torcedores do CAP (250 e 300 pessoas, América e Galo, respectivamente) se irmanaram mais (o preço do ingresso foi determinante) do que no último jogo no Mineirão. Nesse muitos torcedores patrocinenses foram para o lado da torcida azul (ingresso bem mais barato). Na área reservada à torcida visitante (CAP), postaram-se cerca de 150 “loucos” por Patrocínio e sua equipe grená.

ALGUMAS PRESENÇAS – Joaquim Constantino, um dos proprietários do Grupo União-Gol deslocou-se de São Paulo apenas para assistir ao jogo. Médicos José Carlos Lassi e Marco Antônio (ex-vereador), vereadora Marcilene Jacinto, ex-vereadora Greice Elias e seu pai Elias Neto, Ivan Santos (proprietário da Casa Mineira, maior imobiliária de BH), Ronaldo Samuel (Expresso União), Deley Despachante (Chefe de Gabinete do Prefeito), Mancha Grená com Denga, Gulinha, Gustavo e companhia, Rádio Difusora, Rádio Rainha da Paz e RedeHoje (Luiz Antônio Costa e Juninho Costa estiveram entre os apaixonados nas cadeiras grenás).

PAPEL IMPORTANTE – Durante dois meses exatos, o CAP projetou ainda mais o nome da querida Patrocínio. A imprensa nacional dedicou atenção ao campeonato mineiro. Até o badalado Fantástico fez o Patrocinense atração à parte, naquele domingo do confronto com o Galo. Um ato promocional de primeira grandeza.

SITUAÇÃO – O Clube Atlético Patrocinense agora encerra suas atividades e apenas as retomará em dezembro. Isso é consequência do alto custo em manter uma equipe profissional no interior. Segundo informações, só de salários o CAP gastou mais de R$200 mil/mensais. E devido à excelente administração, não há dívida no Clube. Caso raro no futebol brasileiro.

A PENSAR – A boa estrutura do CAP, da cidade e de sua fanática torcida criam condições de voltar os olhos para as divisões de base também. Quem sabe no futuro próximo, seja viável a presença grená nos campeonatos de juniores e juvenil. O amado CAP precisa ter atletas próprios. Isso lhe dará mais vida perene.

POR FIM – Para quem viveu o CAP de Dedão, Barôfo, Edward, Jovelino, Anedino, Gulinha (pai), Totonho e Macalé (pai). Para quem viveu o Patrocínio Esporte de Armando, Chapada, Torunga, Vivi e Perigo. Para quem viveu e até participou na volta do CAP nos anos 80. Para quem viu todos os jogos do CAP de Dudu e Paulo Alan na região metropolitana (BH, Nova Lima, Sete Lagoas) nos anos 90. Inclusive de sua despedida da Elite no Mineirão (15/5/1994). Para quem viu tudo isso e algo mais tem o direito e dever de dizer uma palavra. OBRIGADO! Obrigado, CAP versão 2018. Do roupeiro ao presidente Maurício, vocês chegaram aonde a nossa imaginação não chegou. Voltem logo. Brava gente!

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 24/3/2018.

([email protected])