Terra natal. Sempre é bom conhecermos o presente e o passado de onde nascemos. Principalmente, o passado, para vermos a nossa origem. Nesse abril, o Município completará 174 anos. Mas hoje iremos a Patrocínio de quase cem anos atrás. Mais precisamente, em 1920.
POPULAÇÃO – A Santa Terrinha tinha somente 15.966 habitantes. Contudo, no município havia 44.007. Pois, apenas o distrito de Sant’ana do Pouso Alegre do Coromandel (hoje Coromandel) contava com 10.511 habitantes. E ainda, Abadia dos Dourados, Cruzeiro da Fortaleza e São Sebastião da Serra do Salitre também faziam parte do município de Patrocínio.
TRANSPORTE – As rodovias eram chamadas de estradas de automóveis. Não existia asfalto ou calçamento nas cidades, muito menos nas rodovias. Uma delas ligava a cidade à Catiara, e de lá, seguia para Serra do Salitre e Cruzeiro da Fortaleza. Patrocínio–Araxá, Patrocínio–Patos, Patrocínio–Coromandel e Patrocínio–Monte Carmelo eram os outros caminhos dos velhos automóveis. A Estrada de Ferro Oeste de Minas, inaugurada em 1918, possuía seu ponto final em Patrocínio. Mas estava em construção o trecho Patrocínio–Folhados–Monte Carmelo. Já era possível ir de Patrocínio a Belo Horizonte por trem (a poética Maria Fumaça à lenha).
TAMANHO – A antiga planta da cidade mostra que a zona urbana tinha poucas ruas. A Rua São Vicente, hoje Artur Botelho, praticamente era a última rua do lado esquerdo da cidade. Do outro lado, era a Rua do Cisco, hoje Rua Secundino de Faria Tavares. Na verdade, a urbe existia em torno das praças da Matriz, Honorato Borges (Largo do Rosário) e Santa Luzia. As praças eram denominadas largos. Por exemplo, a estação ferroviária era isolada, não havia casas e ruas por perto. Por lá, havia chácaras e pastos.
POLÍTICA – Osório Afonso da Silva era o presidente da Câmara e agente executivo (prefeito). Mais dez vereadores formavam o Legislativo. Entre os quais, Elmiro Alves do Nascimento (pai de Pedro Alves do Nascimento), Antônio Amaral, Otávio de Brito (farmacêutico), Theodorico Machado (avô da ex–ministra do Governo FHC, Dorothéa Werneck) e Leovigildo de Paula e Souza (jornalista).
IMPRENSA – Após o desaparecimento de “O Patrocínio”, surgiu o “Cidade de Patrocínio” pertencente a Honorato Martins Borges, cujo primeiro redator foi o padre Agostiniano Nicolau Catalan. Depois, Carlos Pierucetti, um intelectual irmão do ex–senador patrocinense José Faria Tavares. Esse jornal foi base para o livro do grande escritor Flávio de Almeida sobre a época.
CONCLUSÃO – As principais informações deste texto foram obtidas junto ao então Instituto de Geociências de Minas Gerais, que publicou um “folder” sobre o Município, na década de 20.
PALAVRA FINAL EM DOIS LANCES
1 – HOLANDA – “Eu tenho de agradecer. Não sei de onde o Eustáquio (meu aluno), tirou tanto padre holandês. Eu mesmo tinha esquecido da maioria. Estou feliz porque estou agradecendo.” Palavras, em março de 2001, de Gerardus Marie Franken, o mito padre Caprázio, então com 94 anos. Palavras ditas ao diretor do JP, Joaquim Correia Machado, sobre a crônica Obrigado, Holanda publicada em 3/3/2001.
2 – PALMAS... – A batalha do prefeito Lucas Siqueira para trazer laticínio Quatrilatti para o Município é uma virtude. Ser a 3ª bacia leiteira de Minas sem nenhum valor agregado é incompetência municipal. Chega de levar o leite patrocinense para Patos, Piracanjuba e Scala (Sacramento). Chega!
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 2/4/2016.