Emprego. Muito se fala sobre ele. Em Patrocínio não é diferente. Como uma amostra, um bom indicador, o Sebrae/MG demonstra o emprego ou desemprego gerado pelas Micro e Pequenas Empresas, as conhecidas MPE. Isso em 2021, de janeiro a abril, acumulado. Os dados são do Cadastro Geral de Empegados e Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego. No contexto mineiro, os setores da indústria e de serviços tiveram melhores desempenhos em 2021. Na região Noroeste e Alto Paranaíba, juntas, Patrocínio ocupa tão somente o 7º lugar no aumento de número de empregos gerados por MPE para todos os setores. Por incrível que pareça, o setor da indústria é o de melhor performance patrocinense: 4º lugar regional.
PATROCÍNIO NO MESMO PATAMAR – Em 2021, o Município admitiu, por meio das micros e pequenas empresas, 3.205 empregados. Mas demitiu 2.691. Daí, houve saldo positivo de empregos gerados de apenas 514. Mesmo assim, melhor do que em 2020, quando Patrocínio teve 423 empregos de saldo positivo, considerando as MPE, o ano inteiro. Em poucas palavras, embora tenha sido o terceiro município que mais contratou, em 2021, foi um dos que mais demitiu também, em 2021.
OS OITO MAIORES – Tomando-se como referência o saldo positivo (mais empregados menos demitidos), Paracatu gerou 3.411 empregos (1º lugar). Patos de Minas, 1.424 empregos (2º). São Gotardo com 1.098 empregos (3º), e, depois seguem no ranking, Rio Paranaíba, João Pinheiro e Unaí. Patrocínio situa-se em 7º lugar, com saldo de 514 empregos. E Monte Carmelo (8º lugar) com 274 empregos a mais, nas MPE.
CRITÉRIO – Nesse estudo do Sebrae, realizado de janeiro a abril de 2021, há seis setores onde atuam as micros e pequenas empresas: Administração Pública, Agropecuária, Comércio, Construção Civil, Indústria e Serviços. Na Agropecuária, por exemplo, ponto muito forte de Patrocínio, quatro municípios o superam, quanto aos empregos, via MPE: Paracatu, São Gotardo, Patos de Minas e Rio Paranaíba. Por outro lado, Monte Carmelo e Carmo do Paranaíba foram os que mais geraram desempregados na agropecuária em 2021.
COMÉRCIO – Até no setor comercial, Patrocínio teve saldo positivo nesse clima de Pandemia em 2021. O comércio patrocinense empregou, via MPE, 854 pessoas, porém demitiu menos pessoas: 778. Surpresa ficou por conta de Monte Carmelo no comércio (1º lugar): empregou 200 pessoas a mais.
LANTERNA NA MÃO: ÚLTIMO LUGAR – A construção civil (obras) de Patrocínio pisou na bola em 2021. Tornou-se uma das três que mais demitiu (as outras foram em Patos de Minas e Paracatu). Entretanto, quando se confronta com as admissões, Patrocínio perdeu para os demais 35 municípios da região, no quesito saldo. Enfim, Patrocínio demitiu 287 pessoas na construção civil. E contratou 241, em 2021. Ou seja, saldo negativo de 46 (menos 46), via MPE. Uma explicação é de que Monte Carmelo, Serra do Salitre, Guarda-Mor, Patos de Minas e Paracatu admitiram mais em 2021, nesse setor. Será que os obreiros (pedreiros, serventes, carpinteiros, etc.) patrocinenses foram para lá?
SERVIÇOS – Nesse setor, Patrocínio esteve estável. Nem bom, nem ruim. Pelas MPE, houve saldo positivo de 171 empregados, o que posicionou o Município, na região, em 6º lugar.
INDÚSTRIA – Patos de Minas é o município que mais empregou no setor, via MPE. Contudo, Patrocínio posicionou-se em 4º lugar, com saldo de 109. Ou seja, empregou mais do que demitiu, na indústria. O que é surpresa agradável, tratando-se da tradição patrocinense, que é dar pouca importância à área industrial.
REGIÃO AMPLIADA – Se considerar todo o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste, Patrocínio passa a ser o 16º lugar. Em 2021, admitiu mais do que demitiu. Porém, quinze cidades fizeram mais bonito. Uberlândia, Paracatu e Uberaba são as campeãs, no quesito saldo positivo de empregos, via MPE. Na outra extremidade, nessa grande região, no setor da Construção Civil, Patrocínio arrumou uma companheira para segurar a lanterna: Araguari. Isto é, Patrocínio e Araguari, em 2021, lideraram o desemprego nas obras civis, via MPE.
É PRECISO MELHORAR – Esses dados do Sebrae não são alvissareiros. Mostra claramente que Patrocínio tem fragilidade em sua força de trabalho. Faltam empregos, embora o município possua enorme poderio econômico.
O QUE É MICROEMPRESA – É uma sociedade empresária, simples, onde a Receita Bruta Anual seja menor que R$ 360 mil. Ou seja, em torno de R$ 30 mil por mês.
EMPRESA DE PEQUENO PORTE – Esse tipo de empresa tem Receita Bruta Anual maior do que R$ 360 mil e menor do que R$ 4,8 milhões. E tem benefícios, caso haja receita de exportação.
ENFIM – Micros e Pequenas Empresas (MPE) têm facilidades na obtenção de crédito, são estimuladas à exportação, carga tributária menor (paga menos impostos) e possuem a vantagem da desburocratização, com o Simples Nacional, que os contadores tanto conhecem e falam.
([email protected]) *** Crônica também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 26/06/2021.