Lá vai mais uma bobajada por aqui. Tire as crianças da sala, (lei-se gente grande que não cresceu como ser humano. Vida passando e pelo jeito nem vai crescer em estatura de caráter.) Deixa pra lá, não é pra gente assim que escrevo minhas tutaméias. Aliás, é pra ninguém. Não é preciso ler. Contudo, se acontecer de alguém ler, fico mais feliz do que os bezerros novos na Barra do Salitre com a chegada das chuvas. Com tudo, vamos logo ao que não interessa. Vou falar sobre. Medo de injeção... nas nádegas.
Contudo, antes, deixe-me deambular, ou flanar ao estilo literário do saudoso Acadêmico, João Ubaldo Ribeiro. (Sabia que meu nome todo é Milton Ubaldo Magalhães, mas que na minha adolescência, detestava esse Ubaldo do meu avô e meu pai, entretanto, depois de ler tantas crônicas do fabuloso escritor, João Ubaldo, muitas delas em recordes que o Rondes me enviou. Ubaldo. Informalmente, não uso, mas, hoje aceito muito bem)
Acordei cedo, 6: 30 já estava de pé. A Gazeta de Patrocínio, madrugadeira já me esperava, na porta. Espantei um bando de maritacas que azucrinavam em um pé de goiaba. Não por que comiam goiabas, esses bichinho também precisam se alimentar, mas por que dão uma bicadinha e jogam tudo no chão. O termo, Maritaca em tupi mba'é taka, que significa "coisa ruidosa, barulhenta". E bota barulhentas nisto. A propósito, quando criança lá na Barra do Salitre, aliás pára de falar que nasci no Distrito da Salitre de Minas, ou na cidade de Serra do Salitre, nasci na localidade de Barra do Salitre, e quem nasce é “Barra Pesada” Copiou?. Meu primeiro estilingue, mirei no bando de maritaca em um pé de goiaba e paf! Aceitei uma. Não por ser bom de mira, mas era um batalhão verde. Uma levou a pedrada e ficou no chão. Me bateu um arrependimento, corri para apanhá-la, joguei água na cabecinha dela, ela reagiu, me deu uma bicada e ganhou o céu. Hoje não mato, tolero um pouco, torcendo para que elas comam direitinho os frutos e mais caladinhas, logo boto para correr. Não ia falar sobre medo de injeção... no bum bum? Sim, daqui a pouco...
Hoje foi dia de sacar meus 500 Reais FGTS. Botei uma peita nova que ganhei do meu filho Andre Vinicius e antes que o calor do Sol, com seus raios ultra violentos, ficasse infernal, me mandei para a Agência da Noossa, Caaiiixa! Antes, passo em frente ao Colégio Dom Lustosa, como não lembrar do ocriido recentemente quando um aluno que foi desligado daquele educandário por mal comportamento, insatisfeito passou a ameaçar de cometer massacre, o que foi amplamente compartilhado nas redes sociais por outros alunos. A divulgação levou ao pânico aos alunos e pais e fez com que diversos faltassem alguns dias da aulas. Era um aluno com transtornos psicológicos segundo o Diretor da Escola Profº Alvimar Costa, agiu rápido com apoio da Policia Militar, esclareceu, e tudo voltou á normalidade. Tempos bicudos, fenômeno da globalização e banalização da vida, meu amigo. Tanta coisa que ocorria somente no outro lado do mundo, está aqui na esquina de nossas casas. Desistiu de falar sobre o medo de injeção... no trazeiro? Calma, daqui a pouco...
Passo na Praça da Matriz, encontro de passagem nossa amiga e leitora de muitos anos, Rita de Cássia. Preciso ver in loco, as reformas que solicitamos aqui, alguém deve se lembrar e o Vereador Ricardo Balila e o Thiago Malagoli, rápidos no gatilho, que são, fizeram requerimentos ao Prefeito Deiró Marra. Está lá os bancos reformados. Poderia, ter tirado aquelas propagandas, tem empresas lá que nem existem, mas por ora, muito obrigado aos envolvidos naquela reforma. E o medo de injeção...no forevis (Já falei pra tirar as criança da sala)
Na Agência da Noossa, Caaiiixa! Já com grande concentração de gente, notei rostos felizes, expressões risonha, me emocionei, já disse que sou bobo. Tenho certeza de que é tão fácil fazer os mais pobres felizes, com mais qualidade de vida no dia a dia. Essa casta podre de políticos que sucatearam o país com o maldito câncer da corrupção. O Brasil é um dos melhores países do planeta e precisa ser passado a limpo, porque a maioria do povo é bom e merece respeito e consideração. De verdade, é comovente ver o sorriso no rosto de um pai de família, que vai levar pra casa tão pouquinho, mas tão pouquinho, mas vai chegar na hora. Não é caridade do governo, é dinheiro suado do próprio trabalhador pai de família. Que para sacar esse dinheiro, entre outras coisas tinha como critério ser um portador de câncer. Nada nada, vai injetar cerca de 63 bilhões na economia, dinheiro na sua maioria, para pagar dívida. O comercio agradece. Muita gente saiu da Noossa, Caaiiixa! Fazendo até arminha com o dedo. Não foi o meu caso, mas, com a bufunfa no bolso, meu astral era bom. Não pude deixar de lembrar a música do Zeca Baleiro: “Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia. De beijar o português da padaria.” Mas, não fiz nada disto, só voltei pra casa com esse certeza: E tão fácil fazer nossa gente humilde, feliz.
Tudo muito bom tudo muito bem, mas e o tal medo de injeção...na buzanfa? Certo de que não há criança na sala. Vamos ao fato.
Disse em um texto anterior, que não tinha aquele treco que se chama “aicmofobia” (medo de agulha), não é bem assim, senão daqui pra frente todo mundo vai me receitar injeção. Alto lá! Se possível numa consulta, pergunto se tal medicamento não está disponível nos formatos líquido, comprimidos, cápsulas ou pílulas, (de preferência com sabor de fruta) Não tendo, vamos passar pela a picada mesmo.
Voce deve estar pensando que cara mole! Me deixe defender. Já tomou chá de Carqueija? De quina? Do losna? Pois é. Então cara mole é você. Nasci na Barra do Salitre, fui criado no Fundão da Matrix, grande parte da minha vida, vive com a mãe do meu pai, Vó - Mae Badia. Irmã da Tia Sanica, também era benzederia, raizeira. Cresci vendo minha vó, aplicar a sabedoria ancestral, em chás de ervas, banhos e benzimentos, com rezas, cantos, e com essas práticas ela conseguia minorar muitos dos males que atingiam os que os que a procuravam. Tinha até fila na casa de minha vó. Era comum em casa chá de carqueija, para dor de cabeça, má digestão, prisão de ventre, diarreia, anemia, gripe, febre, doenças do fígado, vermes, azia, bronquite, colesterol, doenças da bexiga, má circulação do sangue e feridas.
E chá de quina, pensa num trem terrível. Era, para indisposições no intestino, estômago ou fígado. Entre outros, não faltava o chá de mentrasto para combater vermes, má digestão, náusea, vômito e flatulência.(Pum) Então, fi, já comi abelha e joguei o mel fora.
Receita na mão, fomos rumo á uma farmácia. Fomos. Pois minha querida esposa me acompanhava. Logo que adentramos o recinto, de uma caixa de som saia uma música que dizia “É uma ciumeira atrás da outra” não sei quem cantava, se era Marilia Azevedo ou Naiara Mendonça. Esse feminejo me confunde tudo. Só sei que não era pra mim e Solange aquela música. Talvez fosse pra esse casalzinho de hoje que chama um ao outro “mô”. Eu, hein?
Como se atende bem nas farmácias de Patrocínio! Realmente dão show de bom atendimento. Compra feita. Um porém: Tinha que tomar uma injeção. E tinha que ser a farmacêutica e ela precisou acompanhar a mãe ao médico, chegaria mais tarde. Pensei, êba! Escapei. Não vai ser uma mulher a me fazer essa injeção. Pode ser qualquer um outro aqui. Mas, o atendente cortou o meu barato. Me explicou que por força de legislação, somente médico, enfermeiro, farmacêutico (apenas aqueles que participaram de capacitação), e técnicos em enfermagem podem fazê-lo. Novidade para mim. Sabia que todas as farmácias, tinham que ter um Farmacêutico enquanto o estabelecimento estiver aberto. Dura lex, sed lex : “É crime aplicar injetáveis sem ter habilitação legal, e é agravante aplicar sem possuir local adequado”.
“Somente a Farmacêutica”. Tá bom, tá bom! Isto, porém significava que somente no dia seguinte poderia ocorrer a tal aplicação.
No dia seguinte á tarde, assim que pude, lá estava eu e minha esposa novamente. Nem me lembro se havia alguma música no recinto, o moço que me atendeu antes abriu um sorriso e disse: “ Veio tomar a agulhada?” . Devo ter confirmado.
E lá estava a Farmacêutica, já me convidando para acompanhá-la. Juro não olhei para o rosto dela. Só reparei, enquanto ela ajeitava a seringa, agulha, algodão, que ela tinha os cabelos longos, bem pretos. Foi só. Nunca é demais lembrar que tenho princípios. Também dava para ouvir a voz de minha esposa tirando dúvidas com atendente.
O local era estreito, mas adequado conforme a Resolução. Com a porta fechada, eu, que sou uma das pessoas mais espertas que conheço, me assentei logo numa cadeira, tratei de arregaçar a manga da blusa e fiquei mirando o teto. “Vai que ela esquecia esse negócio de injeção na nádega e mandava ver no meu braço mesmo” juro que até o último segundo, confiei nesta estratégia...Ela preparava calmamente tudo. Eu mudo, ela calada.
De repente, pediu que me levantasse e ...abaixasse as calças. Aquilo dito em tom tão natural, me ajudou a serenar. Tinha ensaiado em casa, não precisava descer tanto as calças. Éh, mas foi aquele dia em desejei ter mais de duas mão. Ela me pediu para levantar também a blusa que atrapalhava. E disse que eu poderia me segurar na parede. Pensei, como? Me faltava a terceira mão. É que eu estava determinado a não mostrar muito. Deixei aquele negócio de segurar na parede. Também me pareceu que seria uma expressão de fraqueza diante de uma mulher. (Que acho que era bonita). Dizem por aí que mulheres são de Vênus e os homens são de Marte. A grande diferença entre homens e mulheres é que elas são valentes até no enfrentando a dor. Há até piadas do tipo: "durante o parto, a dor é tão forte que a mulher pode imaginar como é o sofrimento de um homem com febre"
Bom. Acabei, mostrando para ela minha parte que não bate sol. E fiquei tranquilo, ou tentei ficar, pois sabia que uma injeção mal aplicada pode até atingir o nervo asiático da pessoa. Ufa! lá se foi. Muito habilidosa. Tudo muito rápido, muito natural e quase indolor. Agradeci e sai de fininho. Nem olhei no rosto dela. ( Que parece que era bonita) Assim foi melhor. Ela pode me reconhecer por aí. Eu não. (risos)
Chego em casa minha filha liga. “Ê pai, mostrando a bunda pro outros, hein?” Desde quando lhe dei essa liberdade minina! Ri por dentro. Foi somente umazinha. O importante é que estou ótimo. E com esse gostinho de Yes I Can!