Verde. A cor predomina na bandeira do Brasil. Representa as matas. Entretanto, infelizmente, em Patrocínio não tem compreensão. Falta sensibilidade. Falta visão do que é uma vida bem melhor. Mais saudável. Mais alegre. Quando o assunto é árvore essa deficiência visual e comportamental de muita gente consegue piorar. No intuito de demonstrar a carência de árvores no Município um bom passeio pelo IBGE é salutar e educativo.
RANKING NEGATIVO – Em termos de arborização de vias públicas, há nada menos do que 2.477 cidades no Brasil em condições melhores do que Patrocínio.
EM MINAS – Já no Estado existem 225 cidades mais arborizadas do que Patrocínio. Isso está escancarado nos dados e informações do IBGE.
NA REGIÃO – A microrregião de Patrocínio (agora, tecnicamente um conceito já superado) é formada por 11 municípios: Monte Carmelo, Coromandel, Abadia dos Dourados, Douradoquara, Grupiara, Romaria, Iraí de Minas, Cruzeiro da Fortaleza, Serra do Salitre, Estrela do Sul e Patrocínio. Somente nessa região, quatro municípios superam Patrocínio. Ou seja, dentre 11 cidades, a Santa Terrinha encontra-se em 5º lugar, com 79% (de domicílios urbanos em vias públicas com arborização).
NÚMERO REGIONAIS – Com mais arborização, Monte Carmelo é o 1º lugar, com o índice de 88,6%, Grupiara com 88% (2º), Coromandel com 83,8% (3º lugar) e Douradoquara com 79,1% (4º lugar). Em outras regiões, pode-se destacar Patos de Minas com 80,2%, Vazante (83,9%), Araxá (81%), Uberaba (90,7%), Uberlândia (95,2%), Ituiutaba (91,7%), e, acredite, BH com 82,7%.
PORTANTO... – O meio ambiente patrocinense necessita de atenção e ação. O cidadão comum, ou seja o morador também. É inaceitável cortar Uma árvore sem o plantio de Cinco, pelo menos. Principalmente nessa terra de Deus.
EXEMPLOS DE DEVASTAÇÃO – Nos últimos tempos, acontecem corte simples de árvores para aberturas de ruas. Os excelentes José Eloi e Milton Magalhães mostraram e mostram isso. Aliás, Milton escreveu “Como se corta uma árvore fácil na cidade.” É registrado também a destruição total da mata nativa, inclusive com plantas medicinais, no começo da avenida de acesso ao antigo Enxó Campestre, parece, destinado a empreendimento imobiliário. Não seria o caso, de preservar, no mínimo, parte da mata? Em BH, isso provavelmente não aconteceria. Nem em SP.
E MAIS... – Corte de árvores em escolas (!), construções indevidas no território da sagrada Matinha, desaparecimento/destruição de árvores em praças e até em áreas do Daepa, fazem parte da melancólica história rangeliana quanto a esse tema nos últimos trinta anos.
PENSAMENTO ARCAICO – É normal ouvir na cidade que árvores sujam muito e arrebenta os passeios. Então, porque não se plantam espécies adequadas ao meio urbano? Duro, difícil, mormente em dias de sol, é caminhar pelas áridas ruas e praças sem árvores, sem sombra. Cesário Alvim, Presidente Vargas, Governador Valadares, Artur Botelho e uma carreta de ruas, estão nesse contexto!
POR FIM – Ao lado da arborização, a urbanização de vias públicas necessita de atenção. É o que diz o IBGE. Patrocínio é superado por 261 cidades, nesse quesito, em Minas. E no Brasil por 896. Na sua microrregião, perde para Coromandel. Esta tem o índice de 47,9%, enquanto Patrocínio detém 36,6%. A urbanização não está em patamar ruim, mas pode melhorar. E tem como.
ASSIM... – Números, comparações, sobretudo as oficiais, servem para a elaboração de boas políticas públicas. E desenvolver a mentalidade em busca do pleno progresso. Salve, amada terra!
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 4/5/2019.