# Eustáquio Amaral

Isso Também É Progresso

25 de Abril de 2018 às 21:10

Mudança. Se for para melhoria, sempre é bom tê-la. Promovê-la. É o caso do ultrapassado comportamento dominante no Município no que se refere a meio ambiente. Uma parte importante dele, o verde, é o propósito de agora. Verde que te quero verde, como escrevem os poetas. E, por incrível que pareça, jamais valorizado em Patrocínio. O verde por essas bandas está mais para inimigo do que para amigo.

EXEMPLO 1 – Há previsão de um loteamento na via de acesso ao antigo Enxó Campestre e saudosa Minassilk (indústria de seda), no terreno da família Dias. Uma pequena mata, com nascentes, foi eliminada, em troca de nada. Alguns patrocinenses comentaram assim para este amador escriba. Se confirmado o fato, torna-se mais um absurdo nesta terra onde árvore no passeio é considerado feio e o estraga.  

EXEMPLO 2 – Nas últimas semanas, houve a revitalização de um ginásio esportivo no bairro da Matinha, segundo as redes sociais. O evento em si é positivo. Exceto o corte de árvores no passeio. Absurdo. O prefeito Deiró precisa puxar a orelha de quem foi a fracassada ideia. E mandá-lo replantá-las imediatamente. Aliás, esse ginásio poliesportivo, em gestões passadas, foi construído onde não deveria ter sido. Em plena reserva florestal urbana, raridade na cidade, onde o custo do poliesportivo foi o corte de inúmeras árvores.

EXEMPLO 3 – Dentre os municípios mineiros, Patrocínio caminha para ser o 300º lugar no ranking do meio ambiente. Isso de acordo com o IBGE. Muito pouco, pouco mesmo, para um lugar que nasceu belo e privilegiado pela natureza. Mas que seus habitantes (a maioria) não respeitam a beleza da natureza. Agridem-na com voracidade.

EXEMPLO 4 – Vale a pena conhecer o Parque Municipal, Jardim Botânico no Horto, a Pampulha, o Parque das Mangabeiras e dezenas de ruas em BH e observar as árvores em quantidade e qualidade. Hoje, quem poderia ser denominada “Selva de Pedra”, Belo Horizonte ou Patrocínio? Certamente, Patrocínio. Onde o calor é mais intenso? Onde o sol queima mais? Sem dúvida, Patrocínio. Pois, por aqui, não há árvores.

EXEMPLO 5 – Palmeira-imperial não é árvore. Apenas imagem de embelezamento e poder. Daí, a topograficamente perfeita Av. Faria Pereira não possui árvores. Deveria tê-las do bairro Serra Negra à saída para a rodovia de Perdizes. Muita sombra, muito oxigênio, controle do clima, estariam a serviço do cidadão. De graça. Mas...

EXEMPLO 6 – A observação de imagens aéreas, inclusive vídeos, mostram a bem traçada cidade com alguns pequenos oásis. Ou seja, muito asfalto, cimento, telha e uma ou outra presença verde. Faltam árvores, em demasia.

EXEMPLO 7 – Uma volta pela Rua Governador Valadares, Rua Presidente Vargas, Rua Cassimiro Santos, Rua Artur Botelho, Rua Cesário Alvim, dentre tantas vias urbanas, constata que o verde natural inexiste. Verde só nos sinais de trânsito.

POR FIM – A esperança nunca morre. Nossa querida Patrocínio ainda terá evolução ambiental. O plantio de árvores será um prazer e dever, em futuro próximo. O desenvolvimento também passa e passará pelo verde. Quiçá as novas gerações tenham outra mentalidade. Assim, a cidade tornar-se-á ainda mais bela. Se Deus quiser.

Primeira Coluna dia 10/3/2018.

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