Neste histórico, 31/12/2017 circulou a última edição do JORNAL CORREIO DE UBERLÂNDIA. Com quase 80 anos de circulação, o mais importante jornal impresso do Triângulo e Alto Paranaíba, deixa de existir. A justificativa do Grupo Algar,que editava a publicação, já havia anunciado: .."o grupo Algar entende que cumpriu sua missão e com o novo direcionamento estratégico, optou por descontinuar o jornal, cuja última edição será veiculada no dia 31 de dezembro de 2016". Dito e feito. Decisão empresarial cumprida.
Lembrando que:“O fechamento de um jornal é o fim de um negócio como outro qualquer. Mas, quando o jornal é o símbolo e um dos últimos redutos do bom jornalismo, não importa quanto isso custe, como é o caso do Times,( O mesmo podemos dizer do Correio) morrem mais coisas com ele.”
Solidário, bati atras, pincei frases de colunistas,editores e leitores, que na última edição, se despediram do CORREIO- Um jornal que, ao nosso tacanho ponto de vista, tinha para continuar, porém, o paraquedas reserva não se abriu:
IVAN SANTOS: “...”Aqui entre nós, a notícia chocante, em 2016, foi o fechamento do CORREIO de Uberlândia. A publicação tornou-se inviável, por causa dos custos elevados para editar, imprimir e distribuir o jornal e também porque os leitores estão a migrar da leitura tradicional de jornais de papel e livros para as emoções e papos informais nas redes sociais..
ALEXANDRE HENRY: ”...É isso. O tempo passou e o meu sonho de estar bem velhinho, daqui a muitas décadas, e ainda escrevendo no CORREIO, não mais vai se realizar. Vou ter que rever a minha rotina semanal. A minha vida seguirá seu caminho, mas é impossível negar que ficará um pouco mais chata sem este espaço para eu me expressar...” (Alexandre Henry) O autor, continuará sendo lido aqui:http://www.dedodeprosa.com/
ADREANA OLIVEIRA: “..Que manhã difícil essa quinta-feira, 30 de dezembro de 2016. Além de me despedir do jornal onde trabalhei por 16 anos e cinco meses, onde achei que iria me aposentar, me despeço de um espaço que foi uma conquista pessoal que carregarei comigo pelo resto dos meus dias... Aqueles que me acompanharam por aqui durante todos esses anos espero que me acompanhem também na próxima etapa desta jornada, que deve vir com meu próprio site ou como colaboração em algum outro veículo.”
ALBERTO GOMIDE: “...O dia hoje amanheceu triste. Apesar de ser véspera de Ano-Novo, quando a mensagem normalmente é de esperança, o encerramento das atividades do nosso CORREIO de Uberlândia é um momento triste. É que, hoje, após décadas de uma coluna patenteada pela sua própria existência, procurando sempre divulgar o esporte menor da cidade, ela deixa de existir, porque, o próprio CORREIO, fecha o seu ciclo de existência...”)
SÔNIA SAMPAIO: “...Hoje é Natal. E também a antepenúltima coluna assinada por mim neste CORREIO de Uberlândia. No próximo domingo, ele não existirá mais. Vou sentir muita falta disso. E muitas saudades dos colaboradores, das dezenas de mensagens semanais de divulgação, de repercussão e de incentivo. Essa roda da informação me fascina. Pena que esteja chegando ao fim. Mas continuarei em outros veículos, embora leve também a saudade, com muito carinho, do CORREIO. Gratidão sem fim!..”
JADIR JUNIOR: “...Hoje é com muita dor no coração que escrevo essa última coluna “Em Sociedade” para o CORREIO de Uberlândia. A situação econômica do País não permitiu que o jornal que estava prestes a completar 80 anos de atuação continuasse com seu principal objetivo que era informar a população. O fim era previsível, já que a maioria dos meios de comunicação impressos estão em crise no mundo por conta do avanço da internet...”
CARLOS GUIMARÃES COELHO:“...Essa não é somente a última semana do mês e do ano. É a última, depois de quase oito décadas, deste CORREIO de Uberlândia. A sensação que fica é a de esvaziamento. De nada em lugar algum. Uma publicação elogiada e criticada simplesmente será extinta. Extinguir-se é um ato de coragem. É continuar a sombra daquilo que já foi. O CORREIO continuará na memória, no Arquivo Público Municipal e na ausência. Sim, ausência também é presença. Fará falta aos que o criticaram e aos que o elogiaram...
Lamentavelmente, no próximo domingo, não existirá mais o som do jornal caindo em sua garagem ou em seu jardim. A madrugada será mais silenciosa e esse silêncio percorrerá o dia. A edição não será mais objeto de comentários no café da manhã, de debates nas redações, nas faculdades de jornalismo e nem mesmo nas redes sociais da internet, onde suas matérias frequentemente reverberaram. Será o silêncio do vazio. Isso, além da saudade, trará também alguns danos. O maior deles é fazer de Uberlândia uma cidade ainda mais desinformada.
De minha parte, me despeço já saudoso. De tudo que vivi, senti, aprendi, observei e escrevi. Por de dentro, a história é outra. Só quem a vive pode entender do que se trata...”
FERNANDO RODRIGUES MARTINS: “...A lógica deveria ser justamente ao contrário, a inauguração de novos sítios informacionais, justamente para ampliação do conhecimento e fomento da opinião crítica, bases fundamentais da democracia. Ensinar a pensar! Contudo, no âmbito da longevidade das empresas, não há espaço para manutenção de setores deficitários, já que o paradoxo ‘ganhar/perder’ é exigente de higidez financeira para sobrevivência dos atores e protagonistas no mercado mundial...”
Trata-se, pois, de perda irreparável para a comunidade local acostumada às excelentes reportagens, aos palcos ensejadores de debates, à lisura nas coberturas das matérias (sempre com atenção ao contraditório), onde jornalistas e repórteres (novos e outros mais experientes) exerceram ofício tão espinhoso de administrar a fidedignidade do fato a ser exposto. Em papel ou virtual, veículo indispensável no contexto urbano.
É de anotar, via de consequência, duas referências obrigatórias e derradeiras: a primeira, de agradecimento por todas informações recebidas e que contribuíram para formação e transformação de seguidas gerações; a segunda, no reconhecimento deste jornal como patrimônio histórico, informacional e cultural desta região. E, por isso também, 2016 é ano triste, ano que jamais sairá das memórias, ano sem fim, onde a última notícia é exatamente e melancolicamente ‘o fim das notícias’.
“O CORREIO de Uberlândia chega ao final de seu ciclo. Uma história honrada e construída a partir de valorosos profissionais que por quase oito décadas habitaram sua, agora, lendária redação. Destaque principalmente para o atual corpo de jornalistas e demais profissionais que, mesmo sabendo do fim de seus respectivos empregos, garantiram a qualidade editorial do CORREIO até o último suspiro. Isso é que é profissionalismo levado ao extremo. Não poderia ser diferente em se tratando do nosso querido CORREIO. Parabéns e sucesso a todos neste 2017 que está amanhecendo...”
CEZAR HONÓRIO TEIXEIRA: “...Não neguemos a despedida. Ela faz parte da vida das pessoas, das empresas e, por consequência, das marcas que fazem parte da nossa vida. Portanto, aos que ficaram nesta inesquecível redação (gráfica, área comercial, nas ruas distribuindo a versão impressa) até o último momento, uma grande salva de palmas. Estendida a todos os profissionais que trabalharam nesta empresa nos últimos mais de 78 anos. Foram várias gerações formadas a partir daqui. Palmas também para os colunistas e colaboradores que, mesmo sem remuneração, atuaram por prazer e compromisso social por estas páginas impressas e virtuais. Um salve especial aos milhares de leitores fiéis. Principalmente aos assinantes que, literalmente, ajudaram a financiar esta bela empreitada...
Termino tranquilizando você, caro leitor, que não há tristeza por aqui, nem nostalgia. Há, claro, uma doce saudade e uma grande satisfação por ter feito parte desta história. Todos fizemos. Valeu muito a pena. Quem teve o prazer de conhecer esta redação, assim como os outros departamentos deste CORREIO, tem a certeza de que, apesar dos erros inerentes ao percurso, nos orgulhamos de cada palavra ou imagem publicadas. Valeu porque fez diferença para milhares de pessoas. Fomos mais que informação, fomos companhia diária. Felizmente, tivemos tempo para nos despedir nestes últimos meses. Não poderíamos simplesmente partir sem tempo para trocar mais alguns momentos. Em nome de todos do eterno CORREIO de Uberlândia, obrigado por este tempo juntos e até qualquer dia. Feliz 2017. Nós merecemos.”
CAMARGO NETO: “...Sou um otimista. Não consigo curtir fossa. E sou bastante realista. É assim que, como todos os que se manifestaram até agora sobre o fechamento deste Correio de Uberlândia, também lamento, mas não posso desacreditar que a cidade de Uberlândia não ficará sem, pelo menos, um jornal diário ou quase, tipo duas ou três vezes por semana...”
DA REDAÇÃO DO CORREIO: “...O CORRREIO de Uberlândia deixará de ser publicado, a partir de amanhã, nas versões impressa e digital, mas o banco de dados histórico do jornal continuará acessível à população. Aqui na internet, o endereço permanece o mesmo: O conteúdo digital passará a ser gerenciado pelo Museu Algar que cuida dos acervos históricos das empresas do grupo empresarial com sede em Uberlândia. No meio impresso, as edições poderão ser acessadas via Arquivo Público Municipal. Além do acervo impresso desde a fundação do jornal em 1938, o CORREIO também doou o acervo próprio que ainda era mantido pela empresa e que reúne as edições de janeiro de 1989 até esta edição final..”http://www.correiodeuberlandia.com.br.