Tempo. Ele passa. Mas as boas intenções permanecem. Há quase vinte anos, a nossa preocupação era com o meio ambiente patrocinense. E ainda o é. As eleições estão se aproximando. Tomara que os prováveis três ou quatro candidatos a prefeito tenham em seus programas de governo propostas adequadas para a natureza rangeliana. Toda a atenção para ela é necessária. Principalmente, com o advento da mineração e as bruscas oscilações da temperatura. Nossas palavras de duas décadas, em um mês de julho, são agora atualizadas.
COMO ERA – Patrocínio foi uma cidade bucólica no passado. Algumas cenas não saem de nosso pensamento. No fundo do Colégio Olímpio dos Santos e Patrocínio Tênis Clube (PTC) passava um córrego de um metro de largura, com água cristalina e lambaris. Um pouco abaixo (onde é a Av. João Alves do Nascimento) passava um córrego maior (dois a 3 metros de largura), com os detritos do frigorífico, protegido por mata ciliar. Com pouca água e muito esgoto, esse córrego percorre atualmente o mesmo trajeto. No fundo da Santa Casa havia pequena lagoa e em frente ao Enxó–Campestre, extensa mata nativa, denominada “Matão”. Há apenas 60 anos. Hoje, tudo é retrato na parede. Aliás, temos foto do Córrego Feio com quase dez metros de largura, em 1963.
TRAGÉDIA ANUNCIADA – Se projetarmos a história da devassa que tem ocorrido em Patrocínio, parece que não há dúvida. Em menos de 50 anos, ou seja, antes de 2070, a cidade não terá água para beber. Como também haverá poucas sombras naturais, pois árvores serão raridades. Claro, se o ritmo da destruição do meio ambiente continuar.
CUIDADO – É verdade que o café é a base econômica do Município, gerando milhares de empregos. Todavia, o seu plantio, replantio e preparação da produção tem que ser bem disciplinado. Respeito à natureza e aos mananciais de água, tipo o Córrego Feio e Lagoa Vulcânica do Chapadão, são indiscutíveis e inadiáveis. Infelizmente, há casos de agressão à natureza.
SOCORRO – A instituição da Área de Proteção Ambiental do Córrego Feio, APA do Córrego Feio, não pode ser fragilizada. Não podemos permitir que o meio ambiente sofra transformações, desfigurando–se em consequência do despreparo e falta de compromisso com que tratam as questões ambientais. Principalmente, os políticos. Se cada um de nós, patrocinenses, preocupássemos com a questão, o quadro seria outro hoje. Bem melhor.
PALAVRA FINAL EM TRÊS LANCES
1 – PROVÉRBIOS – O orçamento nacional deve ser equilibrado. XXXX As dívidas públicas devem ser reduzidas e a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. XXXX As pessoas devem novamente aprender a trabalhar em vez de viver à custa do poder público. XXXX Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a nação não quiser ir à falência.
2 – EXPLICAÇÃO – Esses provérbios são plenamente aplicáveis aos nossos dias atuais. Pois, moral, dignidade e honestidade não têm idade. Na verdade, eles foram escritos por Marcus Tulius Cícero, no ano 55 antes de Cristo (a.C.). Cícero foi um ilustre orador e estadista romano. E suas orações estão entre as obras latinas mais estudadas. Foi contemporâneo de César, Pompeu e Marco Antônio. Morreu em 43 a.C.
3 – REGISTRO – Na cidade, em férias, a editora deste minifúndio de papel, Elenir Soares de Oliveira.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 23/7/2016.