Aniversário. Em outubro é o da Gazeta. Precisamente, dia 2, completou 81 anos de existência. É o veículo da imprensa rangeliana mais antigo e longevo. Em suas edições estão parte da história patrocinense. Nesse cenário, é bom reviver algumas cenas de outrora. O ano escolhido é 1982. Nele, pequenos trechos da Gazeta e deste minifúndio de papel, na época publicado no Jornal de Patrocínio, são reprisados.
HISTÓRICO – Nos anos 80, havia uma coluna na primeira página da Gazeta de Patrocínio, dita “a coluna da verdade”, denominada “Mala, Bagaço e Prosa”. O autor era Pedro Dias Santos. Um pseudônimo. Na realidade, era uma crítica ao partido político PDS, da situação, sucessor da Arena. “Pedro” homenagem a Pedro Alves do Nascimento. “Dias” ao coautor Antônio Dias Caldeira (hoje, acadêmico enfermo). E “Santos”, homenagem ao outro coautor Sebastião Elói dos Santos.
TRECHO DA COLUNA (I) – “Mais um aniversário de nosso jornal, no próximo dia 02 de outubro, a Gazeta de Patrocínio iniciará seu 45º ano de existência a serviço de nossa terra, Patrocínio.
Nessa caminhada longa, teremos sempre muita coisa a contar para os nossos ledores. As muitas lutas, alguns reveses, que são infalíveis na imprensa, e, também, as vitórias que foram muitas.
O que temos a dizer, é que vamos continuar publicando a Gazeta de Patrocínio para defender nossa eira e a nossa gente, que precisam de nós.
Vamos escrever a verdade, somente a verdade!”
Esse trecho está escrito na edição 26/9/2019.
TRECHO DA COLUNA (II) – “O candidato Gerson de Oliveira, patrocinense de raízes, liberal, se eleito, vai honrar nossa Câmara Municipal, que nunca teve representante da sua cultura e inteligência. Nas últimas gestões municipais, por falta de elementos gabaritados, conhecedores do assunto, nosso povo ficou exposto aos sofrimentos causados por insensibilidades administrativas, que colocam em último plano as justas condições humanas da vida. Depois de tanto castigo, já é tempo de elegermos Gerson de Oliveira, nº 5616, que, pela sua experiência administrativa e senso de democracia, será, sem dúvida alguma, grande líder do povo patrocinense em sua luta aberta e franca contra a corrupção.” Infelizmente, o acadêmico e intelectual não se elegeu. Perdeu Patrocínio. Talvez, a maior derrota legislativa municipal na história patrocinense.
TRECHO DA COLUNA (III) – “Há candidatos a vereador, em entrevistas a jornais da terra catiguá, afirmando que o Plano Diretor é todo beleza e precisa ser mostrado ao povo. Esses desajuizados candidatos são um tanto exagerados, pois esse Plano já prejudicou nossa cidade em vários pontos. Não foi bem adaptado em Patrocínio.” Palavras dos destemidos Tião Elói e Antônio Caldeira.
TRECHO DA COLUNA (IV) – “Os candidatos em geral, estão enganando o povo com a promessa de, eleitos a vereador, fazer isso e aquilo; mas, a maioria só quer os trinta e quatro mil cruzeiros mensais da Mamãe Câmara Municipal.” Afirmativa de “Pedro Dias Santos”, há 37 anos.
LEMBRANÇAS DO LIMIAR DO RÁDIO LOCAL – A Primeira Coluna, em outubro de 1982, lembrou fatos da Rádio Difusora, no final dos anos 50 e 60, quando o rádio patrocinente tinha 10/12 anos de vida.
“Quem não se recorda das transmissões esportivas no Estádio do Ipiranga, feitas em condições precárias (em cima de palanque de madeira) e com som precário. Aliás, nem alambrado havia. Transmissão como a do jogo do Canto do Rio de Niterói. Narração: Humberto Novais.”
“Quem não se recorda das transmissões das históricas “Corrida da Fogueira” nas noites frias de junho, quando o Antônio Augusto com a unidade volante (o transmissor era do tamanho de dois tijolos juntos), de lambreta, acompanhava os atletas pelas ruas da cidade.”
“Quem não se recorda do “Programa do José Frazão”, diariamente, às 15:30 horas, ao vivo, cantando “Perfídia”, “Solamente Una Vez” e outros sucessos solicitados pelos ouvintes. Quem o acompanhava era o violinista Jordão Silva.”
“Quem não se recorda da inesquecível voz de Petrônio de Ávila. Ele, Humberto Novais e Maria Auxiliadora Guarda foram, entre outros, os comandantes dos programas de auditórios nas manhãs de domingo. O auditório pertencia à rádio e ficava no 2º andar do Edifício Rosário.”
“Quem não se recorda das transmissões esportivas e principalmente dos noticiários apresentados por Sérgio Aníbal, a melhor voz do rádio patrocinense até agora.” (similar à voz de Carlinhos Bill).
“Quem não se recorda do líder em audiência Humberto Cortes com o seu “Manhã Sertaneja” (7h), oferecimento das Casas Manoel Nunes. Humberto é o homem de todos os tempos. Desde o início da Difusora até hoje” (1982). Humberto Cortes faleceu no começo desse novo século.
DOURADOS, MAIOR DE MINAS – Em 1982, a “Primeira Coluna” destacou pesquisa da Superintendência de Estatística de Minas Gerais, onde o Frigorífico Dourados, da família Elias, se posicionou também como a quinta empresa de maior exportação do Triângulo.
“O Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba formam a 2ª maior região de exportação do Estado. E nesta região a Indústria de Carnes e Derivados S.A., de Patrocínio, é a 5ª maior empresa exportadora. Em sua frente estão a CBMM de Araxá (1º lugar), Brasil Central S.A., de Uberlândia, Aves Rezende de Uberlândia e Daiwa Têxtil, também com sede em Uberlândia.”
“O Frigorífico Dourados, empresa genuinamente patrocinense, está também em 53º lugar no Estado quanto às maiores empresas exportadoras e em 1º lugar de Minas quanto aos frigoríficos exportadores. Segundo a CACEX do Banco do Brasil, ele exportou em 1981 o correspondente a US$ 1.208.789 dólares.”
“A Fiat é o 1º lugar geral. Para se ter uma referência da representatividade alcançada pelo Dourados, basta dizer que ele está à frente da Mannesmann (siderúrgica), do Frigonorte (Montes Claros) e da Ferro Brasileiro de Caeté.”
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 5/10/2019.