# Milton Magalhães

Mineirices e Patrocinidades

17 de Setembro de 2017 às 13:33


Depois de uma Biblioteca  Pública bem  equipada, e uma casa de cultura rica em acervo,o lugar mais aprazível  para se estar  em uma cidade é, sem dúvida,  no Mercado Municipal. Lugar no qual o visitante pode observar, apreciar, conhecer  e, sobretudo, adquirir o que de melhor se produz naquele município. È um atrativo turístico como poucos.

 As cidades mineiras, de modo especial, conservam com todo carinho este ponto de cultura popular, gastronomia, arte, tradição, arquitetura e costumes regionais.

Neste espaço  se pode encontrar de um a tudo. De onde não se sai, facilmente com as mãos abanando. Uma coisa vai puxando a outra, parafraseando Machado d Assis. Voce ali chega, por exemplo, para comprar um queijo, acaba levando uma dúzia de ovos caipira, uma réstia de alho, uma garrafa de mel, um licor e de quebra, um artesanato super decorativo, imagem de algo que lembra a própria infância.

Se voce deixou a pressa em casa, está no lugar certo, logo arruma uma prosa fácil, com quem quer que esteja do lado. De modo que ao sair, voce não só fez uma compra ajeitada, mas apertou a mão de um novo amigo. Como se vê,  um típico Mercado Municipal, não se reduz a um espaço de nutrição e gastronomia, não se limita a uma profusão de sabores e cheiros que aguçam os sentidos humanos, é uma instituição  cultural.

Infelizmente, não posso  dizer que o Mercado Municipal de Patrocínio, denominado de "Pedro Jacinto Filho",  tem todas estas  características. Falta  muito. Construído em 1961, na gestão de Enéias Ferreira de Aguiar. È de bom alvitre dizer, que em tempo  de baixíssimo orçamento municipal, foi o prefeito que, entre outras obras, trouxe a CEMIG,  resolveu o problemas de abastecimento de água na cidade,  ergueu  o Estádio Júlio Aguar  e construiu o primeiro Mercado Municipal.   Este mesmo que ali está  até os dias de hoje,  na esquina da Marechal Floriano com a Arthur Botelho.

Revitalizado  em 30 de Junho de 2000, não teve tanto apoio e incentivo do poder público e da população para se firmar até mesmo  como um núcleo de abastecimento,  que se preze.  Sem visibilidade, o projeto passou batido. Deve se ressaltar que  alguns comerciantes aguerridos lá estão e com clientela cativa.  Alguns estão boxes vazios, desleixados.   Menos mal que a Feira do Produtor  itinerante, acontece semanalmente em alguns bairros, supre um pouco esta carência.

Sonho com um lugar que leve o nome de  Mercado Municipal, mas  que se caracterize  como um espaço democrático, plural e pujante.  Local onde se abrigaria todas as expressões culturais,  shows alternativos, espaço gastronômico, exposições artísticas, artesanato, moda sustentável, biblioteca e espaço literário ativo.

Enfim, mais do que um cantinho para tudo e todos os que  criam belezas, os que expressam alegrias, os que manifestam sentimentos, um  grande empório para as nossas  mineirices...  e patrocinidades...(As vezes me esqueço de que Patrocínio, não tem atualmente,  Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico) (Foto Aliff Brendo)