# Milton Magalhães

O Dia em que ganhei o Prêmio Nobel da Paz...

11 de Outubro de 2020 às 13:45

Por que você,  escreve, Milton?Nota da escrita do homem de negócio e escritório do café da bebida em casa. Foto Premium

Boa pergunta. Senta, ai. Vamos pedir um Cafezinho do Cerrado. E como se dizia no programa   Rá-Tim-Bum,  “lá vem história”.    Dei uma voltinha pelo universo literário  e vi que é a pergunta mais recorrente feita aos  gigantes e gigantas da literatura. Nenhuma surpresa. Nenhum consenso nas repostas. 

Fui ouvir escritores. Alto lá! Escritores com status de ‘fora  de série’. O que será que Orhan Pamuk,  Orhan Pamuk, Rachel de Queiroz, Fernando Pessoa, Lya Luft, Ignácio de Loyola Brandão e Adélia Prado. Nota-se que intercalo um homem e uma mulher.  Acho que as mulheres escrevem  melhor do que os homens, porém, não são reconhecidas.  Elas representam metade da humanidade,  certo? Mas, apenas 15 de 116 vencedores o Nobel de Literatura. Elas não são coadjuvantes, são protagonistas,  mas ainda tem a voz abafada na literatura mundial. Por que?  

Por que elas e eles ainda escrevem. Aliás, o que é mesmo escrever? Seria uma missão, uma arte, um ato; quem sabe um vício, uma terapia,  um ofício, um hábito ou uma paixão. O que move alguém  a por os pés nesse fantástico  mundo da escrita e o mais intrigante, continuar.

Opá!  Vamos dar uma bicada no  Cafezinho do Cerrado, e fazer aquele  silencio de catedral para ouvi-los:

Por que você escreve, Orhan Pamuk,  (escritor turco traduzindo em mais de 40 idiomas  ganhou o prêmio Nobel de literatura em 2006) :   

(...) Escrevo porque quero que os outros, todos nós, o mundo inteiro, saibam que tipo de vida nós vivemos, e continuamos a viver, em Istambul, na Turquia [eu diria,  no Brasil, em Patrocínio Minas Gerais ]. Escrevo porque adoro o cheiro do papel, da caneta e da tinta.

Escrevo porque acredito na literatura, na arte do romance, mais do que em qualquer outra coisa. Escrevo porque é um hábito, uma paixão.

Escrevo porque tenho medo de ser esquecido, porque gosto da glória e do interesse que a literatura traz. Escrevo para ficar só. Talvez escreva porque tenho a esperança de entender por que eu sinto tanta, tanta raiva de todos vocês, tanta, tanta raiva de todo mundo.

Escrevo porque gosto de ser lido. Escrevo porque depois que começo um romance, um ensaio, uma página, sempre quero chegar ao fim. Escrevo porque tenho uma crença infantil na imortalidade das bibliotecas, e na maneira como meus livros são dispostos na prateleira. Escrevo porque é animador transformar todas as belezas e riquezas da vida em palavras. Escrevo porque todo mundo espera que eu escreva. ”

Primeira mulher a ingressar na ABL, premiada escritora, jornalista, tradutora e dramaturga brasileira. Rachel de Queiroz, por que você escreve:
“Acho que para cada escritor há uma razão diferente. No meu caso, num certo sentido, é o desejo interior de dar um testemunho do meu tempo, da minha gente e principalmente de mim mesma: eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse. No fundo, é esse o grito do escritor, de todo artista. Creio que o impulso de todo artista é esse. É se fazer ver. Eu existo, olha pra mim, escuta o que eu quero dizer: tenho uma coisa pra te contar. Creio que é por isso que a gente escreve.”

 Maior poeta da língua Portuguesa, Fernando Pessoa, por que você escreve:  “Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida – umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso”.

Há, sim, outro Cafezinho do Cerrado! Sabia que você ia gostar. Sabia  que  o melhor café do mundo está no Brasil; o melhor café do Brasil, está em Minas Gerais; o melhor café de Minas,  está em Patrocínio e o melhor café de Patrocínio, está na sua xicara. Café do Cerrado Mineiro. Opa! que o  nosso assunto esfria:   

Escritora e tradutora brasileira,  colunista da revista Veja e professora aposentada da UFRGS, Lya Luft , por que você escreve: "Escrever para mim é indagar. Escrevo para obter respostas que – eu sei – não existem. E sobre possibilidades de ser mais feliz – essa, eu usei também, depende um pouco de cada um de nós, de nossa honradez interior, nossa fé no ser humano, nosso compromisso com a dignidade. Escrevo para provocar e para questionar também: quem somos e como vivemos – como convivemos, sobretudo? Falo do estranho que somos: nobres e vulgares, sonhadores e consumidores, soprados de esperança e corroídos de terror, generosos e tantas vezes mesquinhos (...)"

E você Ignácio de Loyola Brandão, décimo ocupante da Cadeira 11, da ABL, eleito em 14 de março de 2019 na sucessão do Acadêmico Helio Jaguaribe. Por que você escreve:Escrevo para não enlouquecer. Para me divertir também, e para ter prazer. Tenho um prazer imenso em escrever. Escrevo para me salvar. Mas me salvar do quê? Será que alguém sabe por que escreve, por que faz música? Porque alguma coisa empurra a gente.”

E você, professora, poeta, romancista, contista, mineira Adélia Prado, por que você escreve: “Eu é quem preciso do exercício de escrever. Vejo como um dever, uma fidelidade a Deus que me concede o dom. Qualquer pessoa, e infelizmente isso acontece muito, consegue viver fora de sua vocação, mas, com altíssimo custo para sua saúde e prejuízo para a comunidade humana, porque o exercício do dom é exigência desse mesmo dom.”

Veja,  tem um que escreve “ porque tenho uma crença infantil na imortalidade das bibliotecas”.  A outra, para: “No meu caso, num certo sentido, é o desejo interior de dar um testemunho do meu tempo, da minha gente e principalmente de mim mesma”

 “Esquecer” - Disse outro- “A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida”.  

 “ Escrevo para obter respostas que – eu sei – não existem. “  Foi uma das respostas.  “ Para não enlouquecer”. Disse outro.   “ Vejo como um dever, uma fidelidade a Deus que me concede o dom” Foi a resposta de outra...  

E você, Milton,  por que escreve?

Opa! Nossas xícaras de  Café do  Cerrado,  já estão vazias. Aí a prosa não flue, escrita não engata. Café tem muito a ver com a leitura e a escrita.  Há 102 anos o poeta Olavo Bilac, ao acordar no meio da madrugada fervendo de febre, disse suas últimas palavras: “Deem-me café! Eu quero escrever”.  Ele não pediu a pena e papel,  ele pediu um café para escrever...

Por que escrevo... primeiramente, antes  que alguém, me chame de prepotente e queira  “me por no lugar”, deixe me conceituar.  Não sou um escritor.  Me falta pedigree para tal. Sou um escrevinhador, ainda assim nanico. Um pangaré de  longo fôlego. Sei não ser digno de engraxar os sapatos  dos escritores, entes sobrenaturais, os quais citei.  Mas antes que alguém me acuse de sofrer da   “síndrome do coitadismo”

Digo que um dia  li: “Na minha opinião, ser escritor não é apenas escrever livros, é muito mais uma atitude perante a vida, uma exigência e uma intervenção”.  “Escritor não é apenas escrever livros” Bati no peito e disse: “Obrigado,  José Saramago, sou escritor sim”. Até já ganhei meu Prêmio Nobel da Paz.

  Faz 36 anos que escrevo, para jornal. ( Faz mais, mas 36, posso provar)  Bodas de Cedros. Árvore sagrada. Muito citada na Bíblia como símbolo de força e imortalidade.  Não vamos exagerar, mas cheguei ao cerne  do ofício como autor.

Repito que tenho orgulho em dizer que, como um sumeriozinho que descobriu a escrita, comecei rabiscando a carvão no fogão a lenha de minha vó. Ou com um giz de argila, deixei marcas nas tábuas do curral, nas paredes da casa de queijo, nos troncos das mangueiras. Disparei grafando o meu nome em tudo. Um dia passei  escrever a caneta. Sonhava escrever para um  jornal. A oportunidade me foi dada, alguém acreditou em meu potencial, agarrei-a com unhas e dentes. Fui promovido a colunista e modéstia à parte, fui um dos mais lidos e comentado na cidade. Um detalhe. Escrever foi sempre hobby. Era rigorosamente sempre  depois do expediente. Escrevendo á mão.  Mandava para a redação do JP, cada hieroglífico egípcio, que só Deus, Joaquim, Darci e Wagneriana. Em 14 de fevereiro de 2004, tomei posse na Academia Patrocinense de Letras, mas um detalhe. Minha indicação para a entidade máxima que reúne expressões da cultura e da comunicação das terras rangeliana, se deu em 1986. Significa que antes desta data já encontraram relevância literária em meu trabalho. "É claro que sou imortal. Não tenho onde cair morto."  tirei  a frase da boca Olavo  Bilac. E tenho dito.

 Custei a comprar uma máquina de datilografia e fazer o curso com diploma e tudo. Depois sonhava com uma máquina elétrica, Olivette. Até comprei uma com defeito, nunca pude mandar concerta-la. Ficou pra lá. Já tinha que correr atrás de um computador.

Passei 25 anos  nas páginas do conceituado Jornal de Patrocínio, simultaneamente,  assinei, por 02 anos, a  coluna “ Clips de Fatos” na Revista Presença, um dos maiores sucesso editorial da região, onde fui muito bem sucedido. Desde de 2008, assino este  Blog no Portal Patrocinionline, desde sempre muito bem acessado.  

16 de Janeiro de 2009, por indicação, aos diretores da Gazeta na época, feita pelo  saudoso, Jornalista Geraldo de Oliveira, ( Onde fiz  também  questão da presença de Eustáquio Amaral) escrevia a nossa primeira coluna “ O Meio e Mais”  coluna na Gazeta de Patrocínio. Uma realização afetiva. Hebdomadário,  fundado há 82 anos pelo meu padrinho de casamento, Sebastião Elói, expressão maior de  minha geração  no seu idealismo e seu  amor a Patrocínio. Lá estou semanalmente.

  Ainda escrevo á caneta, escrevo no PC,  escrevo a partir do meu celular, em um banco de praça, usando o  hi-fi  de um buteco. O supra sumo do nosso cotidiano rangelianista. Uma voltinha de bicicleta na cidade vejo uma folhinha na Praça Matriz e lá vem uma crônica. Cortaram uma árvore no meu  bairro lá vem outra. Minha luta é para que ninguém venha domesticar a minha pena. Poderoso nenhum venha me ditar o que escrever. Minha liberdade é responsável. Do nosso raio de ação, do nosso campo visual, vem o fato e o comentário, obedecendo sempre a ética interna do jornal e a inteligência do nosso leitor.  Daquilo que vejo e  ouço sai, “Coisa que ‘pega bem’ saber” ou não. “Tutaméias  com lufadas de bom senso”.  A Ética do  evangelho, cultura in/útil, encorajamento  á vida,  literatice,  miltices e literatura da boa...

Ops! Vamos para a nossa quarta xicara de  Café Dulcerrado,( do cerrado). Voce sabia que desde sua origem o café sempre esteve associado a requinte, urbanização e intelectualidade. Que cada brasileiro toma em torno de  três a quatro xícaras/dia. E que  depois da água,  é a bebida mais consumida no mundo; e que depois  do petróleo,  é a segunda mercadoria mais importante para a economia mundial. Nossa região Alto Paranaíba  foi a primeira a ser reconhecida como uma Denominação de Origem do Brasil, comprovando o vínculo entre o produto e o território no qual foi produzido.  Selo de Origem e Qualidade, Sistema de Rastreabilidade, Certificado de Origem e Laudo de Qualidade. É por isto que a gente arrasta bagaço...Por que escrevo...

Disse que já recebi meu “Prêmio Nobel da Paz de Literatura” e confirmo.

 “Nada do que vivemos [ escrevemos] tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas” Escrevivendo já recebi todo tipo de manifestação, seja elogios, críticas e sugestões, por meio de   cartas, e-mails e atualmente,  redes sociais; Já recebi cerca de cinco Moções de Aplausos e até  uma de Repúdio. Mas nada, nada, nada me tocou mais do que esse fato que passo a narrar: O DIA EM QUE GANHEI O NOBEL DA PAZ :

 Sr Antonio Eliziário, motorista do Expresso União falecido em 2015...Fiz uma viagem com ele para Uberlândia debaixo de um temporal apocalíptico...Uma cortina d'água descia pelo para-brisa  do ônibus e a BR 365 se tornou um oceano sem fim... Ainda na rodoviária de Patrocínio, com a passagem nas mãos, olhava as nuvens negras quase riçando a  Serra do Cruzeiro, minha cabeça pedia para não embarcar,  mas meus pés foram me levando para dentro do ônibus Sr Nenê. Poucos passageiros. Todos com semblantes preocupados. O que nos aconteceria naquele viagem?    

Da poltrona quatro onde  estava,  meu foco era somente o motorista. Fui notando, ele, ajeitar a gravata, o retrovisor, o assento; fui notando   o seu  profissionalismo,  a sua prudência, a sua calma, o seu domínio, o seu pulso firme no volante, sua rica experiência em ação e por incrível, que pareça, me senti seguro e pude desacelar respirar meu medo. 

Sabia. Nosso destino estava nas mãos de Deus e...dele:  O motorista. Saímos sentido Br 365. O temporal se iniciava. 

Não via absolutamente nada em minha frente,  que não fosse água. O ônibus galeava de um lado para o outro  na tormenta,  mas nada abalava aquele mestre dos mares. Governa a nau com pulso firme. Como aquilo me acalmava.

Decidi que escreveria uma crônica sobre aquela saga. Olhei seu semblante sereno , olhe para o aguaceiro que jorrava no para-brisa  e logo me veio o nome: “O DOMADOR DE TEMPESTADE”...

...Chegando a Uberlândia, deparamos com um cenário apocalíptico nas ruas e avenidas. Árvores derrubadas, muros caídos, carros arrastados, asfalto arrancado e o terminal rodoviário, um caos, sem luz...A  Polícia tentando por ordem naquela  tremenda confusão. Eu procurando por minha filha,  ela me procurando.

E diziam ter sido a maior tempestade em 30 anos...Escrevi a tal crônica, reservei o meu próprio exemplar do jornal para ele, mas, por vários dias,  não conseguia encontrá-lo. Até que finalmente, pude vê-lo no pátio da empresa Expresso União, se preparando para entrar num ônibus que iria para a rodoviária, de lá para alguma cidade da região.

Corri, alcancei-o e lhe entreguei o exemplar do  jornal. Sério, muito sério.  Disse-me que havia estado doente. Nem me agradeceu. Pensei, dei meu próprio jornal pra ele, e ele  não vai “fazer conta”.

A última vez que lhe vi, passei por ele, quando ajeitava a gravata e seguia para um bebedouro, brinquei: “Bom dia, Sr. "DOMADOR DE TEMPESTADE!”.  Nessa altura ele já havia lido a crônica, sorriu e me agradeceu. Parece até que gostaria de dizer  mais algumas palavras. Mas precisava cumprir o horário, saiu para a viagem. Vi quando o ônibus saiu pelo portão da empresa e ganhou a rua..

Um tempo depois, soube pesaroso de sua morte ocorrida na cidade de Monte Carmelo...

Foi quando sua cunhada, residente em  Lauro de Freitas- BA, encontrou meu e-mail no jornal e me fez uma revelação que quase me levou a nocaute. Disse-me ela que Sr. Antônio Eliziário lhe  pedia sempre  para que lesse  a nossa crônica "O DOMADOR DE TEMPESTADE!”, junto ao seu leito de enfermidade.  E outra revelação que me tocou as cordas da alma: Ele pediu a cunhada para que fizesse a leitura de nossa crônica no silêncio de seu túmulo.  Passei dias em lágrimas e ainda hoje essa lembrança me comove a alma. Jamais imaginei que alguém, sobretudo um homem ‘sistemático’ daquele, fizesse tanta conta de um texto de minha  lavra. Jamais imaginei que  algo  escrito por mim servisse de lenitivo para alguém no dolorido  crepúsculo de sua existência. Ao ponto de dizer que Foi “ O MAIOR PRÊMIO QUE RECEBEU DURANTE MAIS DE CINQUENTA ANOS  DE PROFISSÃO” Pensei comigo, minha carreira de escritor, também pode terminar por aqui. Consegui atingir o coração de uma pessoa. O lugar mais sagrado que pode existir.  Nada mais neste mundo chegará aos pés disto. Foi meu Prêmio Nobel da Paz: 

“PREZADO SR. MÍLTON,
Antonio Eliziario, o motorista cumprimentado pelo Senhor na crônica O Domador de Tempestade, faleceu dia 19/06/2015 depois de um longo período de luta contra um câncer de pulmão. 
Ele era meu cunhado. Sou casada com o irmão dele. 
O motivo desse contato é lhe dizer que seu texto era tido por ele como o mais importante prêmio que ele recebeu em mais de cinquenta anos de profissão. 
As circunstâncias em que eu li seu texto para ele pela última vez dá quase uma outra crônica. Pena que me faltem o engenho e a arte.


Receba nosso respeitoso abraço,

Antonia Marina Aparecida de Paula Faleiros e Luiz Antônio dos Santos Faleiros.”  (Lauro de Freitas –BA)

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“BOA TARDE SR. MÍLTON.

Sábado passado, pouco antes de lhe mandar a mensagem eu havia acabado de cumprir a promessa que fizera ao Antonio Eliziário da última vez que o vi, cinco dias antes de ele morrer.

Nós moramos em Lauro de Freitas e no dia 13/06/2015 fizemos uma visita ao Antonio  e mais uma vez li para ele  sua crônica. Ele já muito debilitado me pediu que a lesse  para ele "no dia da ultima viagem" e se eu não estivesse presente no dia da última viagem era para eu ir  "lá naquele lugar e ler para ele". Foi assim mesmo que ele disse.

Viemos para a Bahia e no dia 19/06/2015, Antonio  fez sua última viagem. 

Não conseguimos ir para o enterro e somente na semana passada eu fui a Monte Carmelo cumprir a promessa. Fui ao cemitério e junto à sepultura dele fiz a leitura do jeito que ele pediu.  Choramos muito eu e meu marido.

Seu texto é realmente muito emocionante. Somos-lhe eternamente gratos.

 Grande abraço”

 Antonia Faleiros”  (Lauro de Freitas –BA)