Cai aquela chuva benfazeja sobre a cidade de Patrocínio, mas ela não é suficiente para aplacar os ânimos acirrados nos quadrantes de nossa urbe. O Clube Atlético Patrocinense- CAP, time de nossa cidade, que está na primeira divisão do Campeonato Mineiro, está prestes a ser rebaixado para a segunda ou, quiçá, terceira divisão. É sobejamente sabido. Ontem nosso time havia até treinado para entrar em campo, o adversário ( Ipatinga) já se encontrava na cidade, quando surgiu a notícia-bomba, que o jogo estava interditado pela grande caça-níquel, Federação Mineira, claro, por falta de pagamento de arbitragem e uns penduricalhos. Perdemos por wo. 3x0. Placar elástico. Não podia ser apenas por 1x0? O fato é que o adversário quer por que quer seus 03 pontos. Brigas pelos restos mortais do nosso time.
O Clube Atlético Patrocinense celebrou 70 anos neste 19/03, tinha tudo para comemorar vivendo o seu melhor momento em sua história. Mas a nossa Águia está com as duas asas feridas. Contrariando o seu destino, seu voo é de galinha no momento. A vitória contra o Galo em casa abrindo o Campeonato Mineiro pareceu ter sido emblemática, histórica, mas foi a pior coisa que aconteceu. Diria que foi uma cortina de fumaça que por instantes encobriu os problemas. A bola de neve logo iniciava uma derrocado escatológica na ribanceira.
O time, jogava bem, dominava as partidas, pois era um plantel de alta qualidade.... Acontece que perdia e empatava os jogos depois dos 45 minutos do segundo tempo. Aquilo era estranho, subentendia-se um recado nas entrelinhas. E era...
Na derrota o que estava debaixo do tapete, ia sendo mostrado. Um dos problemas gritantes era- e é- financeiro. Salários atrasados e dívidas anteriores. O fato é que o CAP, foi derrotado por ele mesmo. Deitou com as cargas. Vai disputar a Segundona do Mineiro. A pergunta que não quer calar: Quem merece um novo time, com os mesmo problemas crônicos.
O time caiu. Tristeza. Desolação. No entanto, neste momento de caça ás bruxas, no furacão da busca de culpados pela situação, muitas injustiças podem ser feitas.
A culpa é dos jogadores? Somente, não. Primeiramente, são pais de famílias. São trabalhadores. “Digno é o trabalhador do seu salário”. Não são da cidade, não tem “amor pela camisa”. Estão sempre com um pé no time e outro em outo lugar. Estão certíssimos. É a profissão mais fugás. São profissionais com um contrato de trabalho para ser honrado dos dois lados.
A culpa é do treinador Rogério Henrique? Somente, não. Sua história e identidade com o clube, não pode ser apagada. Ente idas e vindas, quase 60 jogos, à frente da equipe. Maior treinador da história do CAP. Rei dos acessos. Merecidamente, Cidadão Honorário de Patrocínio. Mas a situação pra ele ficou insustentável. Corre que o time lhe deve 04 meses de salários. “Quando a falta de dinheiro bate na porta, o amor sai pela janela”. Em seu comunicado, ele foi respeitoso e discreto:
“Comunico todos os amigos a minha saída do Clube Atletico Patrocinense. Por decisão MINHA. Agradeço a todos do clube e desejo vitórias. Espero não ter que vir a público revelar os fatores motivadores, por respeito a instituição, mais se houver necessidade assim o farei ... Grande abraço a todos e fiquem com Deus.”
A culpa é do Presidente Ronaldo Correia de Lima. Também, somente, não.
Ronaldo é um dos cidadãos mais competente, trabalhador, transparente, ético, íntegro e humilde - não apenas no governo Deiró Marra- Mas nos cargos, os quais ocupou nos últimos 30 anos, ele honrou o seu trabalho, trabalhando sempre em modo turbo. Agora muita gente o abandona e outros dão voadora no seu peito. É pesado e descabido lhe chamar de “ caloteiro”, “idiota” e tais impropérios. Um pouco ingênuo e de muito boa fé, isto ele foi. Acreditou demais em quem não merecia a sua confiança. Escrevo em letras grandes: RONALDO CORREIA DE LIMA É UM GRANDE SER HUMANO, INCANSÁVEL BATALHADOR EM PROL DO MELHOR PARA A NOSSA CIDADE.
A grande culpa, no entanto, é do espírito de panelinha que reina entre nós. O CAP pertence à Nação Patrocinense e não a panelina A, B, ou C que se revezam na sua direção.
Quando um grupo político assume a direção do time, os outros grupos políticos se afastam. Mas quando os outros grupos se afastam é porque, quem assume, faz sempre um palanque desfrutando somente dos momentos bons do time. Do filé mignon. (Não. Não estou falando somente da gestão Deiró, mas neste momento, ele é a bola da vez e fez muita questão de estar no chute inicial deste projeto. No fritar dos ovos, a atual direção do time, foi isolada e jogada na cova dos leões. Futebol e política é uma aberração cultural que se perdura nestes 70 anos). E aqui estendo a pergunta: O experiente grupo do Maurício Cunha, a quem o CAP deve muito em sua revitalização, foi chamado a participar e preferiu não se envolver; ou não foi procurado.
Vamos combinar: Política (partidária) e futebol é cominação perigosa. Nitroglicerina pura. É ferro e barro; água e óleo. Não rola, não dá liga. Ao final, todos pulam do barco, vazam. Sobra uma ou duas pessoas tentando remar e livrar o barco da cachueira..
“Águia, águia, águia. ÉS O RESULTADO DA UNIÃO" ( Diz o hino) Que resultado? Que união? Quanta ironia...
Penso assim: Patrocínio tem cem mil (eterno quase) habitantes: Então, não se pode abrir mão de ninguém, ninguém, ninguém: O CAP precisa contar com cem mil torcedores; cem mil, presidentes; cem mil técnicos; cem mil patrocinadores. (Não cem mil corneteiros). Nada menos do que isto.
Abaixo o famigerado projeto panelinha. Repitam comigo: NAÇÃO PATROCINENSE. Pensemos assim...
O HOSPITAL DO CÂNCER, NÃO!!! Aproveitando o gancho. Mirando como exemplo o que ocorre com o CAP, deixo aqui um clamor/alerta. O Hospital do Amor- Hospital do Câncer de Patrocínio, está em franca construção em nosso município. Vai se tornando uma grande realidade, uma obra humanitária, jamais sonhada, ou esperada na região. Sinal de alerta ligado. Luz vermelha piscando. PORTANTO, POR TUDO QUE É DE MAIS SAGRADO, O HOSPITAL DO CÂNCER, NÃO É PALANQUE ELEITORAL DE ABSOLUTAMENTE N.I.N.G.U.É.M. NÃO PODE JAMAIS SER USADO POR PANELINHA A,B, C, OU Z. O Hospital do Câncer de Patrocínio precisa do apoio financeiro, literalmente de TODOS. Leia-se TODOS os políticos; TODOS os empresários; TODOS do Agro; TODOS...Igrejas de TODAS as confissões; artistas de TODOS os estilos; sindicatos de TODOS os seguimentos; idosos donas de casa... até das crianças. TODOS os cidadãos da região. Enfim: “TODO ser que respira deve louvar ao SENHOR” e ajudar o Hospital de Amor. É obra de fraternal amor. Quem doa um fio de cabelo, ou quem doa um milhão deixa seu tijolinho na magna construção... Por favor, mirem-se no funesto exemplo de dispersão do CAP. Blindemos o nosso Hospital de Amor de toda politicagem. AMEM!