# Eustáquio Amaral

O PECADO CAPITAL DO PROGRESSO DE PATROCÍNIO

25 de Fevereiro de 2024 às 13:52

 

 

 

 

Meio ambiente. Mais uma vez, a realidade do verde é mostrada. Patrocínio não planta árvore. Pelo contrário, corta. Até escolas cortam árvores em troca de nada. Mas isso, infelizmente, é histórico. É um nefasto costume municipal. O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), produzido pelo Instituto Cidades Sustentáveis, a extração vegetal do IBGE, a arborização de vias públicas também do IBGE, o meio ambiente que colabora com o valor do ICMS para a Prefeitura (segundo a Fundação João Pinheiro), e, outros indicadores, documentam como é o desempenho patrocinense no quesito, natureza, verde, meio ambiente. É um desempenho bem pior do que o do CAP, Ipatinga e Democrata-GV no campeonato mineiro.

 

 ÁREAS FLORESTADAS E NATURAIS – É o caos! As florestas, as árvores, ajudam a manter o bom ar, a água limpa e o clima em equilíbrio. Segundo o MapBiomas, a taxa reflorestamento de Patrocínio é muito baixa, equivalente a 3,14. As áreas florestadas e naturais por hectare dividida pela população dá essa taxa. O mínimo (desta taxa) de formações florestais naturais por habitante é 25,25. Portanto, PTC está muito distante do limiar verde ideal.

 

OUTRO INDICADOR NÃO ATENDIDO – A proporção do território patrocinense ocupado por unidades de Conservação de Proteção e uso sustentável também é bem baixa: 0,02. O mínimo é 28,69. A fonte é indubitável: Ministério do Meio Ambiente.

 

O LIXO COM DESEMPENHO INFERIOR – Segundo dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), de 2021, a taxa de “Recuperação de Resíduos Sólidos Urbanos”, coletados seletivamente é igual a 0,84. O objetivo do limiar verde é 25,48. A mesma coisa acontece com o indicador “População Urbana Atendida com Coleta Seletiva”. Segundo o SNIS, Patrocínio ainda está no meio do caminho. O ideal é atingir a taxa de 70. Todavia, a taxa registrada é de 30,76. Em poucas palavras, só a metade da população é atendida com a coleta seletiva, segundo o SNIS.

 

CORTA-SE ÁRVORES DEMAIS... – O valor máximo para desflorestar é 0,05%. Patrocínio chega a 0,79%. Muito além do máximo ideal. Isso tudo considerando a área total municipal em hectares. E nela, o que são florestas, áreas naturais não florestais destinadas ao agro e áreas transformadas em não vegetadas. Palavras do projeto MapBiomas.

 

AJUDA PARA RECEBER ICMS É PIADA! – O Índice Geral que propicia a Prefeitura (qualquer prefeitura) ter o repasse do ICMS é formado pelo VAF mais 23 variáveis. Uma delas é ter Unidades de Conservação. Em janeiro de 2024, foram canalizados para os cofres municipais de PTC a “assombrosa” quantia de R$ 154,00 (uma nota de cem, uma de cinquenta e algumas pratinhas...) pela existência de unidades de Conservação no Município (tem três pequenas unidades).

 

CONTINUA A GARGALHADA...KKKK – Por outro lado da piada, mineração que devasta o meio ambiente, também contribuiu com o ICMS de Patrocínio, em janeiro, com a “fantástica” quantia de R$ 145,00. Embora, é sabido, a CFEM (tributo federal) destina bem mais recursos para os cofres do “Município Minerador”, que é o critério. Patrocínio, em janeiro, recebeu R$ 6,2 milhões de ICMS, graças, principalmente, ao VAF (85%). Os dados são da Fundação João Pinheiro e Secretaria de Estado de Fazenda.

 

BELA LIÇÃO DA STOCK CAR EM BH – Nesta semana, uma das corridas deste esporte está sendo viabilizada para ser realizada na capital. Por segurança, 73 árvores serão cortadas na região da Pampulha. Para compensar essa tragédia ambiental, o plano de conservação prevê o plantio de 500 unidades (árvores) em outros pontos de Belo Horizonte. Ou seja, atenção: sete vezes mais árvores serão plantadas. Corta uma, planta sete! Desenvolvimento é isso!

 

EXTRAÇÃO VEGETAL – Nesse contexto de poucas árvores, em 2022, foram produzidas 1.160m³ de lenha de madeira, 13.750m³ de lenha da silvicultura e 1.250m³ de madeira em tora. Além de 1.052 ton. de carvão vegetal. Fonte: IBGE.

 

HÁ NECESSIDADE DE SAÍR DA “RABEIRA” – O respeitável órgão de pesquisa,  IBGE, expõe que Patrocínio se encontra em 226º lugar em Minas e 2.478º lugar no Brasil, quanto ao indicador “Arborização de Vias Públicas”. Em outras palavras, apenas no Estado, há 225 municípios à frente de PTC, em melhor situação quanto ao verde.

 

ASSIM SENDO, UMA REFLEXÃO – Não é difícil concluir de que o Município precisa de mais árvores. O sol e o calor mostram que a cidade precisa de sombra, água fresca e temperatura mais amena. Preservar o pouco que tem (de árvores) é obrigação de todos os patrocinenses. Plantar mais árvores é missão cívica. Pois, o objetivo é um futuro melhor para todos os cidadãos patrocinenses. É o mérito.

 

 

([email protected])   ***   Primeira Coluna também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 24/02/2024.