# Eustáquio Amaral

O que falta em Patrocínio

22 de Setembro de 2019 às 19:11

Visão. É bom ter uma da cidade. O potencial agropecuário, a bela arquitetura urbana (ruas e avenidas bem traçadas), a hospitalidade do patrocinense, o CAP e outras boas coisas deste torrão são indiscutíveis. São esplendorosas. Ainda assim, o Município sente falta de instrumentos estratégicos para o seu desenvolvimento e maior bem-estar da população. Aleatoriamente, foram escolhidas seis fragilidades patrocinenses na atualidade.

PONTO FRACO NA POLÍTICA – Há evidências que a área política municipal necessita de melhorias. Porém, a principal, nesse momento, é a ausência de Patrocínio na Assembleia Legislativa de Minas. Falta deputado estadual radicado no Município. Os tempos inesquecíveis de Romeu Queiroz, Paulo Pereira e Deiró Marra precisam voltar. Tempos de inúmeros benefícios para a cidade. Tempos de bonança para o progresso rangeliano. É preciso unir forças para o alcance desse objetivo.

EMENDAS ROBUSTAS – Há muito tempo, Patrocínio não vê (ganha) emendas estaduais de elevado valor. Às vezes, acontece uma ou outra. Mas, predominantemente de valores pequenos (um veículo, algum trocado para entidade social, mais para badalar do que para resolver alguma questão). Basta retornar à época de Romeu, Paulo, e Deiró e comparar. Se é na área federal, Silas Brasileiro também canalizou inúmeros benefícios para Patrocínio. Como começa a fazer agora Greyce Elias.

UPA – Qualquer cidade de porte médio para grande porte tem uma ou mais Unidades de Pronto Atendimento–UPA. Algumas cidades até menores do que Patrocínio têm UPA. Há três tipos de UPA. O Município se encaixa, no mínimo, na UPA de Porte II. Mas, o provável é UPA de Porte III (a melhor) pela abrangência regional (população maior). Necessariamente, uma UPA na cidade poderia ser situada no Morada Nova, Bairro São Francisco ou até no Bairro Serra Negra. Tudo a ser analisado, pois UPA é 24h.

E MAIS... – Não é sonho. UPA aliviaria demais a demanda (a procura) do Pronto Socorro, que segundo técnicos em saúde sempre é racional ser localizado na região hospitalar (Santa Casa, no caso patrocinense). E uma UPA também descentraliza o pronto atendimento (Pronto Socorro), que hoje se concentra na Rua Otávio de Brito. Embora a cidade é de dimensão territorial muito grande.

PRONTO SOCORRO – A atual administração municipal se empenha para a construção do novo Pronto Socorro. Muito bom. Melhor, quando concluído e equipado (modernizado). Pois, o nível de pronto atendimento se elevará e melhorará. Então, o novo Pronto Socorro funcionando na plenitude e uma UPA, pelo menos, podem ser os maiores objetivos da área de saúde municipal. Contudo, o Pronto Socorro e a UPA proposta teriam desenho de atendimento microrregional.

ÁRVORES – Seja a olho nu ou analisando pesquisa do IBGE, Patrocínio é desprovida do verde. Há árvores, todavia deveria ter muito mais. Muito mais, mesmo! É desconfortável andar pelas ruas, mormente em dias quentes (acima de 27ºC). Os mananciais, já restritos, sentem a falta de vegetação, inclusive de matas ciliares. No mínimo, faltam um modesto programa de plantio de árvores na zona urbana. Como também um programa de reflorestamento. Ou seja, recuperação de matas e vegetação na zona rural. Além, é claro, de um maior controle ambiental, visando impedir o corte de árvores à revelia (sem critério, sem compromisso). Com medidas assim, o presente e o futuro agradecerão, pela garantia de uma vida bem melhor.

INDUSTRIALIZAÇÃO – Patrocínio é o maior produtor de café do Brasil. E do melhor café. É também o segundo maior produtor de leite de Minas (o 4º do Brasil). Portanto, no histórico café com leite, Patrocínio é insuperável. É imbatível. Mas, ainda não houve êxito de sediar expressivas indústrias, em que o café e o leite são os principais insumos. As notícias de surgimento de grandes indústrias desse tipo, nos últimos anos, indicam cidades tais como Montes Claros, Varginha, Belo Horizonte, Uberlândia, Patos de Minas e Sul de Minas como sede. Enfim, Patrocínio precisa agregar valor aos seus preciosos insumos (café e leite). Isto é, industrializar parte deles no município.

SÍNTESE – Agrega valor, aumenta a oferta de empregos, faz a economia municipal crescer, a arrecadação de impostos torna-se maior, e, o mais significativo, as indústrias de café e lácteas não são poluentes.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 14/9/2019.

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