# Eustáquio Amaral

ONDE PATROCÍNIO PRECISA TER ATENÇÃO DO SETOR PÚBLICO

4 de Agosto de 2024 às 17:04

 

 

        

                                                  

 

 

 

Indicador. O sério e o de credibilidade sempre é apresentado neste espaço. No período pré-eleitoral, em qualquer município, qualquer bom candidato, tem a obrigação de ter conhecimento de seu mundo. Mundo que é a terra em que mora e onde respira. O desenvolvimento econômico não é tudo em um lugar. Ele não representa o desenvolvimento social. Aí surge o IPS Brasil, o Índice de Progresso Social Brasil. É o índice mais completo da realidade socioambiental de todos os 5.570 municípios brasileiros. Mas o que interessa é (nossa querida) Patrocínio. Como na maioria dos indicadores críveis, a performance patrocinense é regular, média. Poderia ser melhor, mas ainda está distante disso. O IPS de Patrocínio é 63,59. Qualquer IPS municipal é resultado da análise de 53 variáveis (pequenos indicadores). Desses 53, Patrocínio está bom mesmo em seis. O restante está no patamar médio. Ou seja, nota 5 a 7. Tanto é que tem mais de 700 cidades brasileiras à sua frente. Enfatizando, essa análise é referente apenas ao progresso social.

 

 O IPS DE PATROCÍNIO – Nesse ano, o seu valor chega a 63%. Exatamente 63,59 em 100 pontos. Isso lhe dá o 71º lugar em Minas e o 718º lugar no Brasil. Para completar o termômetro social, o PIB per capita patrocinense, tão falado, é de R$ 41.249,00 (por ano por pessoa). Em outras palavras, R$ 3.400,00 mensais, em média, por pessoa. No PIB per capita há 1.430 municípios brasileiros à frente de Patrocínio. Ou seja, precisa melhorar o PIB per capita do Município. Que seja, melhorar um pouco mais. Parado no tempo, jamais.

 

                              

COMO É FEITO ESTE BIZARRO CÁLCULO – São ponderados 53 (pequenos) indicadores sociais e ambientais que medem resultados (isso é importante). Não medem investimentos. Todas as fontes de informações são oficiais. Esses 53 indicadores são agrupados (reunidos) em três grandes grupos, que envolvem as pessoas (os cidadãos): Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. Todos os 53 indicadores são medidos de 1 a 100, ou seja, em percentual.

 

GRUPO BOM: NECESSIDADES HUMANAS – Nesse grande agrupamento, formado por 17 indicadores, Patrocínio obteve 82% (82,57). Isso posiciona o Município em 325º lugar no Brasil. Dentro desse grupo Necessidades Humanas, PTC está bem quanto às variáveis de Nutrição e Cuidados Médicos Básicos, bem também nas variáveis de Água e Saneamento, regular na Moradia (lixo, energia, domicílios adequados), e, péssimo na variável Segurança Pessoal (assassinatos de jovens, assassinatos de mulheres, homicídios e mortes por acidentes de trânsito). Tanto está péssimo nessa variável que Patrocínio pontua só com 66%, o que lhe coloca no distante 2.250º lugar no Brasil.   

 

MELHOR GRUPO: FUNDAMENTOS DO BEM-ESTAR – Esse segundo agrupamento contendo 20 variáveis, situa Patrocínio em 239º no Brasil. O que é uma boa colocação nacional (longe de ser ótima, excelente, adequada). Nesse grupo Fundamentos do Bem-Estar, as variáveis de Saúde e Bem-Estar (expectativa de vida, mortalidades, obesidade e suicídios) se destacam positivamente. Como também é positivo (nota 6 a 8) as variáveis que compõem o Acesso à Informação e Comunicação (cobertura 4G/5G, densidades de telefonia móvel e qualidade da internet móvel). Porém, quando é colocado na balança variáveis da Qualidade do Meio Ambiente, Patrocínio aproxima da “zona de rebaixamento”: 1.417º lugar no Brasil. Essas variáveis são as áreas verdes urbanas, emissões de CO2 (Dióxido de Carbono) por habitante, focos de calor, vulnerabilidade climática, e, redução da vegetação (florestas e matas).   

 

PIOR GRUPO: OPORTUNIDADES – Esse terceiro agrupamento tem variáveis praticamente desconhecidas ou não utilizadas ou não observadas no Município. São 16 variáveis que situam Patrocínio no bloco de trás do Brasil. Dos 5.570 municípios, PTC ocupa o 3.959º lugar, com 36% (pontuação 36,8 em 100). Muito ruim o desempenho patrocinense. Esse grupo Oportunidades registra variáveis que compõem os Direitos Individuais (por exemplo, acesso a Programas de Direitos Humanos), as Liberdades Individuais e de Escolhas (acesso à cultura, gravidez na adolescência, praças/parques em áreas urbanas), Inclusão Social (violência contra mulheres, violência contra negros, etc.), e, Acesso à Educação Superior (empregados com Ensino Superior, Mulheres Empregadas com Ensino Superior e Nota Média no Enem). Considerando apenas esse último item (Nota Média no Enem), Patrocínio está muito bem (nota superior a 8).

 

PRINCÍPIOS DO IPS – Medir o progresso socioambiental e os resultados que “são importantes para a vida das pessoas”. É também uma ferramenta, um instrumento orientador, para políticas públicas (feitas pelos gestores públicos), e, para investimentos sociais (sejam privados ou públicos).

 

FONTE – O trabalho do IPS Brasil é resultado de parcerias entre diversos institutos e fundações. Tais como Imazon, Fundación Avina, Instituto Anattá, o Social Progress Imperative, MAPBiomas, Fundação Roberto Marinho e Nupens-USP.

 

RESUMO DA PROSA – O IPS refere-se ao desenvolvimento social (bem-estar das pessoas). Patrocínio necessita melhorar o seu IPS. Pois, há 70 municípios mineiros à sua frente e 717 municípios brasileiros também. A maioria de seus indicadores são satisfatórios (ainda não bons). A análise técnica bem feita do Índice de Progresso Social–IPS patrocinense poderá colaborar, em muito, para um bom programa de governo do novo prefeito. Seja ele quem for.

 

 

([email protected])   ***   Primeira Coluna também publicada pela Gazeta de Patrocínio, edição de 03/08/2024.