Futebol. Há mais de um século (exatamente 107 anos) é paixão dos patrocinenses. O Clube Atlético Patrocinense–CAP é a sua expressão maior nessa saga. Embora oficialmente tenha sido criado em 19/3/1954, extraoficial existe desde 1948, em jogos no “campo” (não gramado) do então Ginásio Dom Lustosa. E em termos práticos, começou, na verdade, a sua vida, conhecido como Atlético, por volta de 1956-1957, sucedendo o Sporte Clube Patrocínio (camisa igual à do Botafogo), campeão patrocinense de 1954 e 1955. Assim, nesse mês de aniversário oficial do CAP, quando completa 71 anos, documento histórico apresenta um pouco dos primórdios do nascimento do CAP e do futebol em Patrocínio. O ex-craque Rondes (Machado), falecido há três anos, no Rio de Janeiro, fundamentou com fotos e narrativas como a bola “rolava” na cidade, nas décadas de 40 e 50.
SURGIMENTO DO FUTEBOL EM PTC – O primeiro registro desse esporte amado está no poema “Aquarela do Menino Rangeliano”, do jornalista Sebastião Elói. Nele, Elói, descreve jogo do Patrocinense Futebol Clube, em 1918. Muito possivelmente, o campo era onde é hoje a Praça Honorato Borges e Escola Honorato Borges. Daí, há chance de ter aparecido o futebol no Município até um pouquinho antes de 1918.
YPIRANGA, EM 1939 – Fundado nos anos 20, o tricolor de Patrocínio, encantou a cidade e região até 1954. Nessa foto “1”, da esquerda para a direita, Paulo Tavares (o craque), Piloto, Picum (amigo do Alkmim), Zé Cristino (motorista do Expresso União, anos 60), Pão Duro e Pedro Alves do Nascimento (Rádio Difusora). Agachados: Joãozinho, Barrala, Antero, Zé Luiz (um dos fundadores do CAP), Tião e Didi (irmão de Calau e Zé Luiz). Segundo depoimento do craque e intelectual Rondes, Paulo Tavares poderia ter integrado a Seleção Brasileira de 1950 (zagueiro central).
YPIRANGA, 1951 – A foto “2” mostra verdadeira seleção, que era o Ypiranga Sport Club. Da esquerda para a direita Véio do Didino (lateral esquerdo), Baltazar, Armando, Butica (irmão do Zé Luiz), Baim (fenomenal goleiro, irmão de Pedro Alves do Nascimento) e Calau (zagueiro, irmão também de Zé Luiz). Agachados: Blair (depois tornou-se épico goleiro), Peroba (craque), Oswaldo, Zé do Cleto e Didi (irmão também de Zé Luiz).
DOM LUSTOSA, EM 1952 – No final dos anos 40 e primeira metade dos anos 50, o Dom Lustosa disputava o campeonato municipal. A equipe era formada por jovens estudantes e alguns atletas da cidade. Na foto “3”, o destaque é o Padre Pacômio (técnico) e o atacante Rondes (o do meio entre os agachados).
YPIRANGA, 1954 (SEMIPROFISSIONAL) – Da esquerda para a direita, Blair (já como goleiro), Negrinho (Araguari), Pedrinho (depois “Galo”), Bazé, Tonho da Nena (profissional), Rondes, Taparelli (profissional), Macaquita (profissional), Ratinho (pai da atriz Patrícia Naves), Carrara (profissional) e Chiquinho. Por último, o técnico Bicudo (profissional).
CRIAÇÃO DO FLAMENGO, 1953/1954 – No campo um “show de Bola”. Fora do campo, show de elegância (hoje, inimaginável). De terno e gravata, o “Flamengo do Véio do Didino” (expressão do craque Rondes) foi atuar em um domingo e segunda-feira contra o Sacramento Futebol Clube, naquela cidade. Sábado à noite, a delegação rubro-negra foi homenageada, incluindo Baile de Gala, no clube social sacramentano. Isso em 1954. A Foto “5” testemunha o fato. Em pé, da esquerda para a direita: Lindemberg, Peroba, Natinho (depois, vereador), Pedrinho (depois, “Galo”), Picun, Simão e Véio. Agachados: Ratinho, Ítalo, Didi, Butica e Jair (sem terno).
FESTA PARA O CAMPEÃO 1955 – O Sporte Clube Patrocínio (antecessor do CAP), que escrevia dessa maneira, tornou-se campeão municipal invicto. A festa foi no salão (e auditório) da Rádio Difusora, no 2º andar do Edifício Rosário. Cândido Dias (pai de Antônio e Roberto Caldeira) era o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva. A foto nº “6” apresenta o convite da festa.
TESTEMUNHO OCULAR DESSA HISTÓRIA – O presidente do Sporte Clube Patrocínio era Paulo Constantino. Com participação no Dom Lustosa, onde estudou, na fundação do CAP e na existência contemporânea do S.C. Patrocínio. O CAP, com o nome de Atlético, começou a entrar em campo em 1956-1957, disputando o campeonato municipal.
Paulinho Constantino, irmão do empresário Nenê Constantino, ex-prefeito de Presidente Prudente (e residente lá, também empresário) poderá contar essas histórias esportivas de Patrocínio. Como o seu amigo particular, Rondes Machado, o fazia muito bem.
FONTE: Arquivo particular de Rondes Machado, e, arquivo deste autor.
Primeira Coluna também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 22/03/2025.