Comemoração. Patrocínio e sua história precisam de uma. Merece. Dia 7 de abril, são comemorados 177 anos do município de Patrocínio. Dia 12 de janeiro, foram comemorados 145 anos da cidade de Patrocínio. Naquela época, era possível existir um município sem cidade, apenas com uma vila (arraial). Porém, a criação de Patrocínio tem 247 anos. Durante esses dois séculos e meio, Patrocínio teve cinco nomes e três topônimos (nome geográfico próprio).
HORA DO PARABÉNS – Dia 7 de abril, o município de Patrocínio comemora sua emancipação político-administrativa. Ou seja, de existência autônoma. É um bom momento para registrarmos, refletirmos, um pouco sobre a nossa origem. Embora poucos conheçam e divulguem, a Santa Terrinha tem muita história para contar.
A RAZÃO DO NOME – Nossa terra teve três topônimos. Salitre, Nossa Senhora do Patrocínio e Patrocínio. Cada um tem a sua explicação. Em 1772, ocorre a fundação de Patrocínio com o surgimento da fazenda Bromado dos Pavões. A partir de 1773, viajantes e gente de outras regiões (Pitangui, Paracatu e Goiás, principalmente) passam a residir em volta da fazenda, surgindo o povoado Salitre (não é o atual distrito de Salitre). Os negros (escravos) chamavam o local de Catiguá, no final do séc. XVIII.
SEGUNDO TOPÔNIMO – Em 1804, os moradores do povoado Salitre constroem uma pequena igreja dedicada à Nossa Senhora do Patrocínio (onde está a Matriz), que também passa a ser o nome do arraial, em 1807.
TERCEIRO TOPÔNIMO – Em 1839, o arraial torna-se paróquia Nossa Senhora do Patrocínio (Portanto, completa-se 180 anos de paróquia.). Em 1840, é criado o município e vila de N. S. do Patrocínio, cuja instalação oficial acontece em 1842. Em 1873, a vila é elevada à cidade de Patrocínio, por lei. A instalação é em 1874. A partir daí, o topônimo Patrocínio permanece.
SENTIMENTO FILIAL – Saudamos Patrocínio falando de Patrocínio, todos os dias e em todas as edições. Patrocínio é um encanto de torrão. É o 31º município mais velho de Minas. No século XIX (1842-1899), o seu incrível (hoje!) território ia de Goiás e Araguari a Patos de Minas e Coromandel. Por isso e por muito mais, beijamos a Terra-mãe pelo seu aniversário.
PALAVRA FINAL EM QUATRO LANCES
1 – O CAP E O TEMPO – O futebol praticado em Patrocínio tem exatamente cem anos. Dos quais, 65 anos vividos pelo glorioso CAP, o Clube Atlético Patrocinense. Nesse século de existência do futebol na cidade, o CAP atingiu em 2019 o apogeu, o pódio, do futebol rangeliano. Ou seja, o lugar de maior de destaque. Boa colocação no campeonato mineiro (poderia ter sido melhor): 7º lugar e, a divisão D do campeonato brasileiro.
2 – POR QUE NÃO FOI MAIS LONGE? – Excesso de atletas machucados e técnico fraco foram os principais motivos do declínio grená nos últimos seis jogos.
3 – SOLITÁRIO – Dia 23/3/2019, despedida do CAP do Mineiro/2019, apenas uma camisa grená nas arquibancadas do Mineirão, com 20.000 torcedores. Apesar da derrota anunciada, o fanático torcedor da Águia estava lá: este escriba amador. Pelo menos, onde estava a querida Mancha Grená?
4 – ÓTIMA NOTÍCIA – O médico sanitarista Apolo Heringer Lisboa, célebre ambientalista, professor da UFMG, criador e condutor do projeto “Manuelzão” (preservação da bacia do Rio São Francisco) deve ter falado aos patrocinenses dia 28/3/2019. No sábado anterior, explicitou seu idealismo na Rádio Itatiaia. Tomara que Patrocínio tenha captado um pouco de suas palavras. Pois, em meio ambiente e preservação do verde (o recente corte de árvores na área central demonstra o contrário), a cidade tem fraco desempenho. Para não dizer desconhecimento. Ou desinteresse ambiental.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 30/3/2019.