Grená. É a cor do bom coração patrocinense. Nesse século, anos de 2018 e 2019, o Clube Atlético Patrocinense atingiu o pódio do futebol rangeliano até agora. Entretanto, nos anos 90, o CAP disputou o campeonato mineiro da Elite pela primeira vez. Permaneceu quatro anos: 1991/92/93/94. Recordes aconteceram nessa ocasião. O maior público grená presente fora de Patrocínio. Quase 2.000 patrocinenses no Mineirão. O maior público em um estádio em jogo de futebol com participação patrocinense: cerca de 40.000 torcedores no Mineirão. Três inesquecíveis partidas da década de 90 são relembradas. O poderoso Cruzeiro foi o adversário nas três, em BH.
MARCO HISTÓRICO – Em 29 de setembro de 1991, domingo, é uma data para não ser esquecida. É a data da maior festa de patrocinenses já realizada em outras terras. Quem teve o privilégio de assisti-la ou de fazê-la chorou de alegria. Foram várias festas dentro de uma melhor. O então segundo maior estádio coberto do mundo transformou-se no palco onde os shows se sucederam.
DESEMPENHO – O querido CAP fez a sua festa. Perdeu, é verdade. Mas, apresentou um futebol exuberante. Digno de Telê (até na sorte). O desempenho dos atletas-artistas pode ser medido por notas:
Zé Luís.............................................. 8,5 |
Pingo ................................................ 9,5 |
Gilmar Barbosa ................................ 9,0 |
Dudu ............................................... 10,0 |
Zecão ............................................... 8,5 |
Joãozinho ......................................... 5,0 |
Edson Shell ...................................... 8,5 |
Gilbertinho ........................................ 5,5 |
Euler ................................................. 8,5 |
Brandão ........................................... 6,0 |
Paulo Alan ........................................ 9,0 |
Geu .................................................. 6,0 |
Elói ................................................... 6,0 |
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Pedro Omar (técnico) ....................... 8,5 |
MAIOR INVASÃO – A torcida patrocinense merece nota 10, com louvor pela sua festa. Jamais o Estádio Magalhães Pinto tinha visto uma festa do interior como a nossa. Quase 2.000 patrocinenses, compondo um só corpo. Um corpo cheio de paixão, descontração e emoção. Mais do que isto, exemplar, mostrando a todos como se torce no esporte.
MÍDIA LOCAL – O show da imprensa de Patrocínio foi outra festa. Documentando para a posteridade, com muito brilho, foi representada por José Carlos Dias (Revista Presença), José Maria Campos (Revista Pódium); eles e mais Paulo Roberto, Jota Santos e o versátil Luiz Antônio Costa (Rádio Difusora); Ferreira Filho, Cândido Delfino e Araújo Filho (TV Patrocínio); Humberto Correia, Alencar Lotero e Nelson Ferreira (Correio de Patrocínio), e, Cecílio de Souza e este escriba (Jornal de Patrocínio). Desculpem-nos se deixamos de citar outros companheiros e outros órgãos irmãos. Se ocorrer, é por nossa falha.
MÍDIA DE BH – A imprensa de Belo Horizonte também realizou a sua festa. Festa de carinho e admiração. Nota dez para ela. Algumas manifestações poderíamos destacar. TV Bandeirantes, através do cronista Flávio Anselmo, disse: “É um clube muito organizado, mais bem mesmo, e a torcida foi a do interior que mais marcou na história do Mineirão.” Rádio Capital, pela opinião do narrador Luís Chaves: “Um jogão, um timão o Patrocinense.” Rádio Itatiaia, na voz do campeão de audiência Osvaldo Faria: “Quem venceu foi o Cruzeiro, quem deu o show foi o Patrocinense.”
AINDA BH – Os jornais, da mesma forma, se manifestaram. Hoje em Dia: “Patrocinense foi um grande teste para o Cruzeiro.” Diário da Tarde: “Cruzeiro sofre com o Patrocinense”; “a torcida do CAP deu um show de esportividade.” Estado de Minas: “Patrocinense, um verdadeiro teste para o time de Ênio Andrade.”
OPINIÃO (I) – Como clímax do espetáculo, o jogo foi nota dez. Para nós e para Ênio Andrade, foi o melhor jogo do campeonato. Valeu. Valeu mesmo, como expressou a torcida grená.
SEGUNDO ANO – Mais uma bela página do futebol patrocinense foi escrita, dia 27 de setembro de 1992. O palco, o Mineirão. De um lado, o Cruzeiro cheio de estrelas. De outro, o Atlético Patrocinense, a grande paixão da “Santa Terrinha”. Nas arquibancadas, o fascínio da torcida.
OPINIÃO (II) – Pouco importa o placar (Cruzeiro 2x0), importa é a exibição do Patrocinense, que fez renascer a esperança de classificação. E a festa inesquecível. Apesar da chuva, apesar do show mal programado.
GOLS – O primeiro gol foi resultado de uma falha do lateral Erly e, depois, dos zagueiros de área. E do juiz, que marcou falta inexistente. O segundo gol foi falha total do lateral Erly. Nem em jogo de roça se atrasa uma bola assim.
NOTAS DOS CRAQUES – Os treze atletas do Patrocinense, que atuaram, tiveram seus desempenhos assim:
Paulão .............................................. 8,0 |
Paulo Alan ...................................... 10,0 |
Erly ................................................... 4,0 |
Pio Eugênio ...................................... 5,0 |
Juninho ............................................. 7,0 |
Dudu ................................................. 8,0 |
Valdenir ............................................ 9,0 |
Marcelo ............................................ 6,0 |
Euler ................................................. 8,5 |
Ademar ........................................... 8,0 |
Nei .................................................... 7,0 |
Robertinho ....................................... 9,0 |
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Luiz Carlos Mineiro .......................... 9,0 |
Média do Time ....................................... 7,3 |
RÁDIO – A Difusora transmitiu a festa nas vozes de Luiz Antônio Costa, José Maria Campos, Paulo Roberto e José Carlos Dias. E a Capital do Triângulo nas vozes de Afrânio Machado, Leonardo Caldeira e Araújo Filho. A Difusora foi uma das três emissoras presentes no gramado do Mineirão, pois, na época, só poderiam fazê-lo com microfone sem fio. As outras foram Itatiaia e Inconfidência. A Capital e a Difusora ficaram em cabines vizinhas e não faltaram os lances de confraternização.
QUARTO ANO – Domingo, 15 de maio de 1994, aconteceu um recorde para Patrocínio, difícil de ser superado. Aconteceu o maior público em um jogo de futebol, envolvendo clubes patrocinenses. Quase 37.000 pessoas viram Cruzeiro 1, Patrocinense 0, no Mineirão. O público oficial foi de 35.300, entretanto, o Cruzeiro permitiu a entrada de parte da Torcida Máfia Azul gratuitamente.
RECORDE – Esse público é menor apenas do que os dos clássicos em Minas, mesmo assim se o clássico for bastante atraente. A bonita festa do campeão mineiro, com a presença e despedida de Ronaldo (camisa 9 da Seleção), foi a causa maior. De Patrocínio, os atletas, alguns dirigentes e este escriba amador, representando o JP e a Difusora, tornaram-se as únicas testemunhas desse inesquecível espetáculo, em que o Atlético Patrocinense apresentou-se bem e de maneira marcante. Mas, dando o seu adeus à Primeira Divisão.
MELHORES JOGADORES – Os destaques do Patrocinense foram Cica, Nei, Amaral, Eurico e Daniel. E os piores em campo foram Alcântara, Marquinhos e o Juiz, muito tendencioso.
O FINAL – O Patrocinense voltou à Segunda Divisão, agora chamado Módulo II. Voltou porque contratou meio time do inexpressivo Unaí E.C. Naturalmente, nenhum desse grupo tinha e tem gabarito para enfrentar Cruzeiro, Atlético, Democrata e companhia. Voltou porque gastou tempo e dinheiro com os “aposentados” Paulo César, Marquinhos, Alcântara e Agamenon, dizia esta Primeira Coluna em 21/05/1994.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 12/10/2019.