# Eustáquio Amaral

Patrocínio conhece Padre Eustáquio e seus Milagres

31 de Agosto de 2019 às 17:45

Celebração. Dia 30 de agosto é a de 76 anos do falecimento de Padre Eustáquio. Ela ocorrerá no Santuário da Saúde e da Paz, Paróquia Sagrados Corações, chamada Igreja de Padre Eustáquio, na Rua Padre Eustáquio, no bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte. Lá estão os santificados restos mortais do sacerdote holandês. Alguns patrocinenses participarão da comemoração religiosa. Dentre os quais, Lucélia Borges Pereira (Rua Presidente Vargas), que escreveu o livro “Bem-Aventurado Eustáquio”, e, Dulce Castro (Praça Honorato Borges). Em agosto, sempre é bom relembrar quem foi, quem é, Padre Eustáquio.

IDENTIFICAÇÃO – Nasceu em Aarle-Rixtel, Holanda, em 03 de novembro de 1890, onde aconteceu sua ordenação sacerdotal, em 10 de agosto de 1919. Em 12 de junho de 1925, chegou ao Rio de Janeiro, pelo navio Orânia. Estava acompanhado pelos padres Norberto, Gil e Matias (este primeiro foi diretor do Ginásio Dom Lustosa). No dia 15 de junho de 1925, o sacerdote de batina branca foi recebido no Santuário de Nossa Senhora da Abadia como o novo vigário (então paróquia de Nova Ponte e suas capelas).

SÃO PAULO-MINAS GERAIS – Em 15 de fevereiro de 1936 tomou posse como pároco de Poá (SP), para aonde fora transferido. Atraindo multidões, tornou-se nacionalmente conhecido. Lá permaneceu até 13 de maio de 1941. Depois de rápidos recolhimentos em São Paulo, Campos do Jordão, Rio Claro, Araguari e Rio de Janeiro, mudou-se para o Ginásio Dom Lustosa. Durante a sua permanência à disposição dos superiores, foi o capelão da Igreja de Santa Luzia. Segundo depoimentos de patrocinenses que conviveram com ele, praticou caridade, milagres e alívio aos fiéis que o procuraram.

ESTADIA – Residiu o Município de 11 de outubro de 1941 a 12 de fevereiro de 1942. Nessa data, embarcou num trem da Rede Mineira de Viação (RMV) para Ibiá (na mesma estação ferroviária que hoje está abandonada). Na vizinha urbe, por pouco tempo, prestou serviços paroquiais. Pois, em 7 de abril de 1942 (dia que Patrocínio completou cem anos de emancipação municipal), Padre Eustáquio desembarcou na capital mineira, assumindo, de imediato, a Paróquia de São Domingos (sua atual igreja).

MARCO – Até a sua morte, no ano seguinte, contagiou multidões com bondade e esperança. No dia 31 de agosto de 1943, BH assistiu ao seu mais solene féretro, quando os restos mortais de Padre Eustáquio foram levados ao Cemitério do Bonfim. Em 1949, ocorreu o traslado para a hoje conhecida Igreja de Pe. Eustáquio.

LIGAÇÕES PATROCINENSES – Em setembro de 1925, Dom Almeida Lustosa, bispo de Uberaba, em visita pastoral à cidade, manifestou desejo de instalação de educandários católicos para ambos os sexos. Isso para competir com as iniciativas da Igreja Presbiteriana, decidiu delegar à Congregação dos Sagrados Corações a direção das escolas. Em 11 de setembro de 1926, Padre Eustáquio van Lieshout, assinava o contrato de doação de um prédio para o colégio, na presença dos padres Gil e Matias. O imóvel pertencia ao político Marciano Pires. Situado na Rua Afonso Pena, o prédio foi entregue em dezembro daquele ano. Um mês depois, estavam abertas as matrículas. A inauguração do ginásio, que Pe. Eustáquio participou da sua concepção, aconteceu em 15 de fevereiro de 1927, com 57 alunos regionais.

BEATIFICAÇÃO – Quinta-feira, dia 15 de junho de 2006 (há 13 anos), Padre Eustáquio foi beatificado. Solenidade inesquecível no Estádio Mineirão lotado.

O QUE É – A beatificação é um ato oficial da Igreja, no qual o Papa inscreve o nome de um cristão falecido, por sua vida e obras, no catálogo eclesiástico dos bem-aventurados. Nos locais de seu nascimento, vivência (é o caso de Patrocínio) e morte, o beato poderá receber veneração pública. Já a canonização, que é posterior, por ato solene papal, transforma o culto particular em universal. E o beato passa a ser denominado santo.

RÁDIO – Padre Eustáquio tem tudo a ver com Patrocínio. Morou na cidade. Protege os patrocinenses. Por tudo isso, a Rádio Difusora (AM e Internet) transmitiu a mais histórica jornada de sua história, segundo o então diretor de jornalismo Alberto Sanarelli. José Maria Campos e este escriba narraram o evento (da cabine nº 1). Christiano Romão e Sanarelli estiveram junto aos nobres fatos, percorrendo o estádio. Benil Borges comandou a logística técnica. A Difusora foi uma das quatro emissoras do Brasil a transmitir o evento. Um dia para jamais ser esquecido. Ave Beato Eustáquio.

OS PATROCINENSES – Quase trezentos devotos de Pe. Eustáquio de Patrocínio estiveram entre os quase 70.000 presentes. Pe. Vinícius Maciel e Pe. Osvânio comandaram a caravana. TV Ouro Verde gravou diversos depoimentos (Antônio Augusto e Lena foram os repórteres). TV Web do Patrocinioonline também marcou presença.

REPERCUSSÃO PAROQUIAL – A Paróquia Damião de Molokai de Patrocínio tem dupla alegria. A beatificação do padre Damião de Veuster ocorrida em 1995 (datado do falecimento: 1889). Pe. Eustáquio, quando tinha 11 anos, leu um livro sobre a vida do Padre Damião. Queria ser igual a ele. Agora, os dois estão com processo de canonização em Roma.

CRENÇA – A maioria dos patrocinenses acredita no venerável Padre Eustáquio. Outra parte não tem crença. Mas, ninguém duvida da bondade, da caridade e da fé do homem Humberto van Lieshout. Uma dádiva para a humanidade.

POR FIM – Dois sacerdotes do seu Santuário tem tudo a ver com Patrocínio. Padre Lúcio Dumont Prado (patrocinense), provincial na época da beatificação. E padre Vinícius Maciel, atualmente provincial. Ele também é membro imortal da Academia Patrocinense de Letras e foi vigário da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, por algum tempo.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 24/8/2019.

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