Humanização. Esta querida terra precisa de uma. Uma boa humanização. O articulista da Gazeta, André Cunha, há poucos dias, citou alguns componentes para uma desejável humanização da população, entendida sem sectarismo, sem elitismo. A plena revitalização do Bosque da Matinha, a restauração do Cristo Redentor, e até a criação de um parque verde que poderia transformar-se em uma dádiva divina, são menções do jovem colunista. E sempre foram desde minifúndio de papel. Humanização é dar melhor condição humana para os cidadãos.
É tornar-se a vida do dia a dia agradável. Então, pode-se acrescentar a isso mais espaços urbanos (chega de indevidos loteamentos!), a necessária arborização da cidade, a restauração do hotel Serra Negra, a prioridade de pedestres no centro urbano, novo Pronto Socorro, criação de UPA descentralizada e outras benesses. Humanização não é turismo. É simplesmente viver melhor. Principalmente, onde reside.
MATINHA – Esse pequeno bosque necessita ser bem cuidado e até ampliado com replantio. Necessita também de logística que permita ao cidadão, de qualquer classe social, momentos de lazer, caminhadas, esportes individuais. BH tem mais de cinco parques que podem oferecer modelagem. Ou seja, arquitetura/modus operandi de como fazer. Claro, tudo na dimensão do (nosso) Município.
SERRA DO CRUZEIRO – Não seria apenas a restauração do Cristo Redentor. Que é vital. É necessário conjuntamente melhoria do acesso, plantio de árvores (até flores). Já dizia Pedro Alves do Nascimento, “lugar certo para um hotel e bom restaurante.” Nem tanto por ora. Porém, a bela vista da urbe e de seu entorno justificam empreendimentos, visando a abrigar lá o cidadão em seus momentos de descanso.
NOVO BOSQUE – Nos velhos tempos existiu o “Matão”, uma reserva florestal (árvores densas e frondosas, riacho cristalino, animais, enfim presente de Deus), em frente ao extinto Enxó Campestre. A “fúria dos homens” contra a natureza foi tamanha, que nem vestígio deixou. Nesse momento, é necessário planejar para o futuro, breve alternativa verde para a (nossa) amada cidade. Nua de verde. Quiçá um estratégico bosque/parque, distante da Matinha.
ÁRVORES – O patrocinense tem o direito de caminhar pelas ruas e praças sob a agradável sombra e temperatura de uma árvore. A cada ano, a temperatura se eleva e o sol é mais intenso. Além de tudo isso, há o encanto do maravilhoso verde. Assim, está passando da hora dos urbanistas/arquitetos e poder público planejarem, pelo menos, de como cobrir a cidade de verde, em até os próximos cinco anos.
Sempre é bom dizer que palmeira não é árvore e o IBGE, confirma a ausência de árvores no (nosso) perímetro urbano.
RESPEITO – Humanização é dar prioridade ao ser humano em tudo. O pedestre em Patrocínio não tem essa prioridade. Local público (passeio, praça, rua) não é lugar de comércio. Veículo não pode ter preferência sobre o ser humano.
SAÚDE – A humanização da saúde é prioridade total em qualquer país, cidade, desenvolvido do mundo. Patrocínio, majestosa, rica, próspera, merece um Pronto Socorro compatível com a sua pujança. O novo Pronto Socorro parece que chegará com essa auréola, com esse propósito. Todavia, não é apenas isso. Esse chão de 100 mil habitantes, carece de uma UPA-24H (Unidade de Pronto Atendimento) em local oposto ao da área hospitalar (Santa Casa, Medcenter e Pronto Socorro). Além disso, é necessário considerar que o Município possui a maior malha rodoviária do Alto Paranaíba. E no Triângulo, perde apenas para Uberaba e Uberlândia. Portanto, o índice de acidentes na microrregião de Patrocínio é maior. O SUS é a maior ferramenta disponível para o fortalecimento da saúde. E de sua necessária humanização.
E MAIS... – O tema humanização é extenso e complexo. Envolve também a mobilidade, educação, justo salário, precificação adequada e inúmeras ações em prol do ser humano. Em outra oportunidade, haverá abordagem sobre os mesmos.
META – Se três propostas, dentre as apresentadas e sugeridas, forem para frente, nos próximos doze meses, já é um bom sinal. Com louvor.
CONSCIÊNCIA – Tudo depende de recursos. De dinheiro. Principalmente, de recurso público. Como o cenário é ainda adverso, a dificuldade é maior. Contudo, não se pode, não podemos, permanecer na janela vendo a banda passar... como canta Chico Buarque de Holanda (sucesso de 1966). É recomendável prestar atenção nessa poética letra musical.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 19/10/2019.