JK. Ou o diamantinense Juscelino Kubitschek de Oliveira. Simplesmente o maior e melhor presidente da República. O maior político brasileiro. Inclusive, deixa os atuais políticos distantes no “retrovisor” da vida. Ele esteve em Patrocínio, por quatro vezes. Até como presidente. Dançou, chupou jabuticabas, proferiu inesquecíveis discursos, vendeu (promoveu) tratores agrícolas, liberou recursos. JK faleceu em duvidoso acidente automobilístico, em 22/8/1976. Provavelmente, o maior amigo de JK, sobretudo em sua vida pós Presidência, é Serafim Melo Jardim, hoje com 88 anos, residente em Diamantina. Ele é a memória viva de Juscelino. Pelo tanto (quantidade) em escrever crônicas envolvendo JK, Padre Eustáquio e Patrocínio, um patrocinense, na atualidade, foi presenteado com pequeno acervo sobre o maior homem da política que o Brasil conheceu. Justamente, pelo seu grande amigo pessoal Serafim, que encaminhou esse presente direto de Diamantina/MG.
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SERAFIM JARDIM E O SINGELO PATROCINENSE – Os documentos encaminhados envolvem a Casa de Juscelino, em Diamantina. Na verdade, é um belo museu, memória, dedicado a JK. Situa-se na Rua São Francisco, 241, no imóvel onde viveu o Presidente, na infância/adolescência. Serafim Jardim é o presidente da “Casa de Juscelino”, desde 1982. Ele, ao ser informado e solicitado, enviou para o cronista patrocinense, revista/livro sobre a Casa de Juscelino e o livro “De Nonô a JK”. Nonô era o apelido de JK em sua terra. Na dedicatória, escrita na revista, acima de foto de Juscelino, escreve o seu eterno secretário, em 05 de janeiro de 2024: “Para o grande Eustáquio, um pouco da história da Casa de JK. Com um abraço afetuoso do Serafim Jardim.” O promotor dessa ação foi o diamantinense Thiago Coelho Hugo, proprietário do Laboratório São José, de Patrocínio.
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JK GOVERNADOR – A primeira visita em Patrocínio ocorreu em 1950, quando o ex-prefeito de Belo Horizonte, estava em campanha para ocupar o Palácio da Liberdade. Isso em grande comício, realizado na Praça Honorato Borges. À época, o PSD (não confundir com o atual: nada a ver) era o partido dominante no Município. Tanto é que o prefeito eleito, com maciça votação, foi Dr. Amir Amaral (PSD). E o Juscelino (PSD) também se tornou o grande vitorioso para governador. Ele governou de 31/1/1951 a 31/3/1955. JK também era amigo pessoal de José Maria Alkmim, desde a “república” (pensão) de estudantes em BH, onde moraram juntos. Alkmim foi deputado por Patrocínio em sete mandatos nos anos 40/50/60.
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JK “PÉ-DE-VALSA”, JABUTICABA E PUDIM – Na segunda visita, o governador JK pernoitou em Patrocínio. No primeiro dia, inauguração do Posto de Puericultura, sob gestão do histórico (e primeiro) pediatra Dr. Gustavo Machado. Depois, durante café/lanche na Escola Normal (Praça da Matriz), a verdadeira história da lata de jabuticabas (para Dona Sara), em troca de pedido do Natinho (Nonato Matias Júnior) para a construção do PTC. A jabuticabeira foi vista por JK na casa de Dona Eunice (esposa de Hélio Elói), pais de Tânia Elói (Rua Cesário Alvim). Na ocasião, uma comitiva visitou a casa do casal Hélio/Eunice. Mais tarde, o almoço à moda de Patrocínio (base: carne), na residência de Manuel Nunes/Violeta Nunes. Como sobremesa, o saboroso pudim feito pela D. Violeta, que recebeu elogio de Dona Sara Kubitschek.
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À NOITE, HORA DE DANÇAR – Famoso dançarino de tango e bolero, além de seresteiro, o governador de Minas rumou para o Clube Itamaraty (2º andar, do Cine Rosário). Dançou com D. Iolanda Brasil, esposa do juiz de Direito José Pereira Brasil. E com a encantadora e atraente jovem patrocinense Gilca Carvalho (professora). Tudo isso em 1954.
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TERCEIRA VISITA: COMO PRESIDENTE – Na campanha eleitoral para sucedê-lo (1960), JK esteve com o seu candidato Marechal Lott (PSD), em cima de um caminhão FNM, na Praça Honorato Borges, em grande comício. Em outros dias, também estiveram em Patrocínio o vitorioso Jânio Quadros (apoiado pela UDN), que renunciou. E o vice-presidente reeleito João Goulart (PTB), que levou o Brasil à Revolução Militar de 1964, mas aí já como presidente da República (no lugar do demissionário Jânio).
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QUARTA E ÚLTIMA VISITA: RETRATO DE VIDA HUMILDE – Em 1974/75/76, JK vivia como político cassado pelos militares. Todavia, além disso era médico (UFMG-Urologista, com especialização em Paris), quando tornou-se apenas promotor de vendas dos tratores Valmet. Nesse período, esteve inaugurando loja na cidade, à Avenida Rui Barbosa. Com todos os cargos que ocupou (também foi senador e deputado), médico, telegrafista dos Correios, construtor da Pampulha e de Brasília, faleceu, sem riquezas abruptas. Faleceu, modicamente, em termos financeiros. Até nisso, lição para todos os políticos atuais. Inclusive os políticos municipais.
([email protected]) *** Crônica também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição 01/06/2024.